Semana da Alimentação consolida produção e consumo de orgânicos em Lagarto

Palestras do segundo dia de evento foram no Cepard, antigo Colégio Polivalente de Lagarto – foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Três dias de atividades marcaram a ‘Semana da Alimentação da Cohidro’ em Lagarto, alusiva ao Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro. Terça, quarta e quinta-feira, respectivamente, no Campus Lagarto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Colégio Estadual Professor Abelardo Romero Dantas (Cepard) e no Sindicato de Trabalhadores Rurais de Lagarto, houve palestras educativas, depoimento dos agricultores e exibição de alimentos orgânicos produzidos no Perímetro Irrigado Piauí. Além da entrega de cartilhas agroecológicas editadas pela Companhia Estatal e impressas em convênio com o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Evento organizado pela Diretoria de Irrigação (Dirir), da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), através das suas gerências de Desenvolvimento Agropecuário (Gedea) e do Perímetro Irrigado Piauí. Este último, polo agrícola administrado pela empresa em Lagarto, onde hoje 10 agricultores irrigantes estão convertidos e autorizados à produção de alimentos orgânicos. Pertencem a uma Organização de Controle Social (OCS), reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O objetivo principal da ‘Semana de Alimentação’, segundo o diretor-chefe da Dirir, João Quintiliano da Fonseca Neto foi o de divulgar o trabalho dos agricultores e a própria agricultura orgânica. “Se faz necessário procurar novos mercados aos agricultores que aderiram à produção sem o uso de agrotóxicos. E nada melhor que esses novos clientes estejam na cidade mais próxima ao nosso perímetro, que é Lagarto. Da mesma forma que na agricultura familiar, de pequeno porte, é bem mais aceitável o método de produção que se atente a produzir sem os riscos que os agroquímicos oferecem ao agricultor e à sua família, que quase sempre vive junto das lavouras,” defende.

Cartilhas educativas
Nessa visão de propor ao agricultor e aos técnicos agrícolas, de dentro e de fora dos seus perímetros irrigados, optarem por não correr os riscos que oferece o uso do agrotóxico no seu trabalho, é que a Cohidro editou a cartilha ‘Produtos Alternativos para o Controle de Pragas e Doenças na Agricultura’. Um trabalho elaborado pela engenheira agrônoma Sonia Maria Souza Loureiro há seis anos, e que em 2016 passou por uma revisão. Para a produção de 4.000 exemplares dessa segunda edição, a companhia contou com a parceria do MPT, que em uma de suas ações de fiscalização trabalhista, converteu o pagamento de multa na impressão gráfica do material educativo.

Quarta, no Cepard, o procurador do trabalho Manoel Adroaldo Bispo compareceu à ‘Semana da Alimentação’, para fazer a entrega oficial da publicação à Cohidro. “A importância para o MPT, é disseminar cada vez mais a consciência de que é possível produzir sem contaminar o ambiente. Então, essa cartilha vem em boa hora, porque contribuirá para que tenhamos produtos alimentares cada vez mais saudáveis”, considerou. Ele estabeleceu que 3.000 unidades seriam entregues à empresa e outras mil, serão destinadas à instituições de Sergipe que, da mesma forma, tem atuação junto aos agricultores familiares do estado.

Diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, agradeceu o apoio dado pelo MPT à continuidade deste projeto que defende uma atividade agrícola mais compensatória e benéfica à saúde da população em geral. “Dou meus parabéns ao Dr. Adroaldo Bispo, que pela segunda vez estendeu a mão à empresa para viabilizar este projeto, e para Drª Sônia Loureiro, pela perspicácia em encontrar tempo de elaborar esse compêndio de informações muito importantes para quem planta. É algo inovador, combater pragas e doenças das plantas com substâncias que não prejudicam nossa saúde. Saem ganhando todos: o produtor, que não adoece e ainda lucra mais ao vender um produto diferenciado e o consumidor, que se alimenta sem correr riscos de contaminação por defensivos químicos”, justifica.

Palestras
O foco das palestras foram os estudantes das próprias instituições de ensino que gentilmente cederam espaço para realização do evento e também os agricultores e familiares, convidados a participar. O Técnico agrícola da Cohidro em Lagarto, Marcos Emílio Almeida, foi um dos organizadores e também palestrante nos três dias, falando da produção orgânica realizada no Perímetro Piauí. “O objetivo é favorecer o consumo desses alimentos orgânicos, que já vêm sendo produzidos aqui e criar uma condição de que esse grupo aumente, que traga mais pessoas envolvidas nesse processo de agricultura orgânica. Trazendo essa informação, a pessoa já vai comprar diretamente e valoriza o produto orgânico, porque é mais trabalhoso para você produzir”, disse ele.

Isaura Virginia Reis Menezes Valença é nutricionista formada no Campus Lagarto da UFS, atualmente fazendo pós-graduação com ênfase em Obesidade e Emagrecimento, mas também é aluna especial no curso de pós em Educação Física do Campus UFS de São Cristóvão. No dia do evento em sua universidade, ela proferiu palestra focada na bandeira da alimentação saudável. “A gente sabe que é fundamental alertar a população quanto aos hábitos alimentares saudáveis e principalmente ao consumo de alimentos orgânicos, visando evitar o aparecimento e a prevalência das doenças crônicas não transmissíveis”, analisou.

A nutricionista do Programa Mesa Brasil, do Serviço Social do Comércio (SESC) em Sergipe, Aline Rezende Alves, palestrou na “Semana da Alimentação”, na UFS e também no Cepard. “O objetivo da minha palestra foi falar o que é um alimento seguro, o que é uma alimentação de qualidade. Hoje, nós só temos um alimento seguro se esse alimento for orgânico, livre em agrotóxicos. Não tem como eu ter uma alimentação saudável, comendo frutas e verduras que sejam ricos nesses aditivos químicos. Precisamos também incentivar os nossos jovens, que eles fiquem no campo, mesmo que busquem cursos na cidade, voltem para o campo, produzam e consumam alimentos de forma saudável e consigam também, alimentar a sociedade”, esclareceu.

Outra organizadora do evento, Maria Terezinha Albuquerque, da Gedea, agradeceu ao Mesa Brasil do Sesc, pela indicação da palestrante. Da mesma forma ao Campus UFS de Lagarto, que indicou palestrante e cedeu o espaço ao evento, e a direção do Cepard, que também disponibilizou o espaço e mobilizou os alunos. “O evento foi um sucesso. As palestrantes Aline, do SESC e Izaura Valença, da UFS, foram excelentes na apresentação dos temas abordados, dando ênfase à importância de consumir produtos orgânicos. A metodologia aplicada foi de fácil compreensão, todos elogiaram. Excelentes profissionais e pessoa, parabéns. Esperamos poder contar com todo este apoio novamente. Obrigada!”.

Depoimento dado no evento
Delfino Batista, agricultor orgânico no perímetro irrigado, consolidado na OCS há mais de sete anos, fornece alimentos diretamente aos seus clientes nas feiras de Lagarto, na Cohidro e nas Feiras da Agricultura Familiar realizadas em Aracaju. Ele incentiva quem quer entrar no orgânico, avaliando que assim, a pequena propriedade rural tem mais chances de obter lucratividade. “Para mim foi a melhor coisa e não pretendo sair. A pessoa trabalhando direito, da certo, mas se trabalhou enganando, já viu, só bota uma vez. Mas graças a Deus, a Cohidro me deu grande apoio, até hoje. Se, não é eles, eu não estava aqui não. Eu sozinho, sem o apoio da Cohidro, eu não ia para frente de jeito nenhum. Vocês que são produtor e tem vontade de ficar no campo, trabalhar com o orgânico é a melhor coisa que vocês vão ter. Se você tiver vontade, querer, não é difícil não. Quando tiver começando, pode procurar um produtor que nem eu, que pode ajudar você. Podem me procurar”, se dispôs Delfino.

A aluna do 3º período no Cepard, Valesca Ferreira da Costa resumiu bem o que viu das palestras e depoimentos dados no dia em que o evento ocorreu em seu colégio. “Eu achei muito interessante, porque mostrou pra os jovens que o uso abusivo de agrotóxicos prejudica, não só a nossa saúde, mas a do nosso familiar também. E achei importante a palestra, que a nutricionista está dando sobre alimentação, que dá mais um desempenho, até nas atividades escolares”, considerou.

“Maravilhosa, especialmente, porque essa juventude é um disseminador de informação, essa juventude terá, uma vez esclarecida e consciente, de que o veneno mata, o veneno adoece. Ela ajudará muito seus pais, seus vizinhos, todos os seus familiares, no sentido de que há uma alternativa de produção saudável e não necessariamente o uso desse pacote tecnológico, que só interessa a indústria química, a indústria de adoecimento e mortes”, complementou o procurador Adroaldo Bispo, pelo que presenciou ao participar da ‘Semana da Alimentação’, no Cepard.

Semana da Alimentação em Lagarto terá palestras e divulgação dos alimentos orgânicos

Programação da Semana da ALimentação

Promover a produção orgânica realizada no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, será o objetivo dos três dias consecutivos de eventos, que a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) está organizando no município sul-sergipano. Na terça-feira, 17, no campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS), na quarta, no Colégio Estadual Professor Abelardo Romero Dantas e quinta, no Sindicato de Trabalhadores Rurais de Lagarto. Nesses locais, a partir das 9h, ocorrerão palestras, depoimento dos agricultores e exposição dos alimentos cultivados por eles. Aproveitando o mote do Dia Mundial da Alimentação, celebrando no dia 16.

Maria Terezinha Albuquerque, Técnica da Gerência de Desenvolvimento Agrário da Cohidro (Gedea), está coordenando o evento e explica que a intenção é mostrar que no município, há 75km de Aracaju, existe produção orgânica acessível à população local. “Vamos primeiro ao ambiente universitário, que tem conhecimento das alternativas de alimentação saudável, via o consumo de alimentos naturais. Queremos dizer e demostrar, na prática, que eles podem ter acesso a esses alimentos sem precisar procurar a capital do Estado, ali mesmo em Lagarto, em feiras até direito na área produtiva do agricultor orgânico, já que nosso perímetro irrigado fica muito próximo à zona urbana”, justifica sobre o dia de evento no campus Lagarto da UFS.

Terezinha considera ainda que o segundo dia será tão especial quanto o primeiro, já que terá por função a conscientização. “Por meio dos jovens, que são estudantes do nível médio, é possível alertar dos benefícios de uma alimentação saudável e livre de qualquer risco de contaminação por agrotóxicos. Convencidos disso, eles levam essa informação para dentro de casa, mostrando aos familiares que existe essa maneira mais sadia de se alimentar e que é sim possível fazer isso mesmo no interior, em Lagarto”, completa ela.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, o evento inova, por quebrar dois grandes paradigmas. “Por parte dos produtores rurais orgânicos, que o Governo do Estado atende, existe aquela reivindicação constante por uma logística que os permita levar seus produtos para vender na capital. Por outro lado, é muito comum o pessoal do interior, que quer optar por uma alimentação saudável, com alimentos orgânicos, achar que só em Aracaju vai encontrar os produtos para isso. Importantíssimo a realização destas ações que informam ao mercado consumidor que já existe no interior, produtores desses alimentos. Que ao lado da sua cidade, tem gente produzindo de maneira agroecológica e responsável, a partir da orientação dos técnicos da empresa”, considera, parabenizando a equipe da Diretoria de Irrigação e do Perímetro Piauí pela iniciativa.

Palestras
Abre o evento, em ambos os dias, o Técnico Agrícola da Cohidro e Lagarto, Marcos Emilio de Almeida, que vai falar, aos estudantes, dos processos que permitem a ‘produção orgânica’. O servidor tem a função, no Perímetro Irrigado Piauí, de acompanhar, de perto, os agricultores com a produção agroecológica já consolidada, mas também atua no processo de ‘conversão’, das áreas de plantio, em lotes livres do uso de agrotóxicos. Esta atividade é a única que ocorrerá nos três dias de evento.

Gildo Almeida Lima, gerente do Perímetro Piauí, explica que quando foi a campo divulgar o evento em Lagarto, acabou recebendo o convite para estender a programação ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais. “Eu, junto do nosso técnico agrícola e palestrante Marcos Emílio Almeida, fomos nas entidades locais, rádios e órgãos públicos, para fazer o convite do ciclo de palestras da terça e da quarta. Foi quando surgiu a oportunidade de encaixamos a mesma palestra sobre ‘Produção Orgânica’, dada por Marcos, ao evento que o Sindicato estará promovendo na quinta (19), o ‘1º Encontro de Conscientização sobre o Outubro Rosa’, focado na prevenção do Câncer de Mama e voltado ao público de jovens agricultores”, relatou.

Nos dois primeiros dias, o evento terá sequência na palestra da professora da UFS em Lagarto, Izaura Virginia Reis Menezes Valença, sob o tema da ‘Alimentação Saudável’. O ponto de partida na conscientização das pessoas em optarem consumir alimentos orgânicos, vem da mudança de seus hábitos alimentares. Os alimentos cultivados sem o uso de agroquímicos dão mais segurança para o consumo de vegetais in natura ou crus, base de toda dieta alimentar que priorize a saúde.

Outro aspecto importante e amplamente permitido a quem consome alimentos livres agrotóxicos, é o ‘aproveitamento integral dos alimentos’. Sobre o tema, também vai palestrar, na terça e quarta-feira, Aline Rezende Alves, nutricionista do Programa Mesa Brasil, do SESC em Sergipe. Segundo essa tendência gastronômica, muito do que é jogado fora no preparo dos alimentos que consumimos, como cascas, sementes, pode ser processado e reaproveitado em outras receitas, surpreendendo em sabor e até apresentando teor nutritivo superior àquela parte do vegetal que nós, culturalmente, aceitamos ser a consumível.

“Faz parte do nosso trabalho, de acompanhamento do produtor irrigante, em nossos perímetros, oferecer e até criar mercados consumidores para que eles possam escoar suas colheitas. No caso do orgânico, isso é mais necessário ainda, já que se trata de um consumidor especializado, que se predispõe em pagar um preço diferenciado, para obter um produto de qualidade. Será muito importante, promover o encontro entre consumidor e o produtor orgânico em Lagarto. Estamos confiantes de que o resultado será positivo”, avalia o diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

Depoimentos de vida
Ninguém melhor para vender um produto, onde a dedicação e esmero estejam tão presentes, do que próprio produtor orgânico. Essa oportunidade deles se expressarem, de mostrar toda a experiência vivenciada na missão de não mais lançar mão à praticidade do agrotóxico, para produzir, vai ser possível no encerramento dos dois primeiros dias de eventos. Logo depois, eles fazem exposição dos alimentos que produzem no Perímetro Irrigado.

Os agricultores vão dar o depoimento do que fazem para garantir esses alimentos naturais, livres de qualquer contaminante para quem consome e para as famílias que produzem.Também, nada menos importante, produzir por vias agroecológicas eliminam os riscos ao ambiente que vivemos: reservas hídricas, solo e a biodiversidade, que temos o dever de preservar às gerações futuras.

Dia Mundial da Alimentação
Celebrado em 16 de outubro, marca a data de fundação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 1945. Tem por objetivo desenvolver uma reflexão a respeito do quadro atual da alimentação mundial e principalmente sobre a fome no planeta. Na data, a própria entidade realiza diversas atividades artísticas, esportivas e acadêmicas ao redor do mundo.

 

Convite: Cohidro estará na 52ª ExpoLagarto a partir de sexta

Cartaz EXPOLAGARTO

Nesta sexta-feira, 4, começa a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto. Prefeitura, Governo do Estado e Faese uniram esforços para promover esta edição do evento, que serve de vitrine ao universo agropecuário do município e região. Para os criadores será a mostra de caprinos e ovinos a parte mais aguardada da festa, que ainda conta com a venda de animais e stands expositivos ao público. Dentre eles o da Cohidro, que trás como novidade uma feirinha de doces caseiros e cosméticos fitoterápicos, produzidos no Perímetro Irrigado Piauí.

A Companhia, que administra o Perímetro Piauí, possui um stant fixo no Parque Nicolau de Almeida, local da festa, e tradicionalmente é expositora assídua de todas as edições do Evento. O Box da Cohidro se destaca dos demais pelo sempre bem cuidado jardim, onde são exibidas as principais culturas agrícolas possibilitadas pela irrigação pública no município incluindo as alimentícias, ervas medicinais, flores e plantas ornamentais. Além do lago, onde espécies de peixes de cativeiro também agradam aos visitantes, principalmente as crianças.

Nesta edição, a Cohidro traz uma exposição de vídeos produzidos nas lavouras irrigadas, mostrando o trabalho e técnicas aplicadas no cultivo de alimentos, com explicação dos técnicos da Empresa. Mas o que mais aguarda atrair a atenção do público será a barraquinha de doces artesanais, produzidos pela agricultora familiar e orgânica Josileide de Carvalho (Dona Licuri), feitos de frutos e vegetais retirados do lote que ela cuida com o marido, Delfino Batista, no Perímetro Piauí.

Outra banquinha venderá produtos cosméticos fitoterápicos e plantas medicinais, que tem no Perímetro Irrigado o principal ponto de cultivo e coleta de espécies. Trabalho que tem origem na pesquisa de Rosimeire Barbosa (Meirinha), Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da UFS. Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade.

Horta de fitoterápicos na Cohidro
Estande da Cohidro
Agricultora e doceira Josileide de Carvalho

Meteorologia da Cohidro em Lagarto será referência para estudantes de Aracaju?

Estudantes secundaristas de Aracaju foram até o Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município de Lagarto, para conhecer e recolher informações geradas pela estação de meteorológica do pólo de irrigação. A visita da segunda-feira, 4, foi a primeira dos alunos que vão usar os dados climáticos como a pluviosidade, nível de insolação, direção e velocidade do vento e temperatura, para alimentar um aplicativo (APP) para telefone celular que eles ainda irão criar em sala de aula.

A estação do Perímetro Piauí auxilia os técnicos da Empresa numa melhor orientação aos agricultores, instalados nos lotes atendidos, quando ao uso racional da água de irrigação, a partir das informações coletadas. Para os alunos do 1º e 2º anos do Colégio Coesi, serão dados relevantes ao APP que, em outra etapa, vão ser gerados por uma unidade climatológica construída pelos próprios estudantes, conforme explica a professora da Instituição e coordenadora dos dois projetos Izabella Matos.

“São duas turmas, dois grupos: um ficou responsável pela montagem de uma estação meteorológica em uma área particular cedida ao Colégio, usando a estação do Perímetro Piauí como modelo. Os outros alunos vão usar os dados gerados pela estação para elaborar o aplicativo, primeiro as medições aqui de Lagarto, depois da estação criada por eles mesmos”, considerou Izabella, formada em Matemática e mestranda em Recursos Hídricos, pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ela coordena o projeto do colégio particular junto do professor Henrique Silva e tem, como colaborador, o Engenheiro Agrícola Ricardo Castillo.

A escolha pela estação meteorológica do Piauí se deve aos resultados mensurados, pelos técnicos da Cohidro, serem os mais precisos no Estado, revelou a professora Izabella Matos. “A intenção do projeto é de utilizar os recursos hídricos de maneira sustentável e descobrimos que o melhor método, para determinar a quantidade de água para irrigar uma cultura, é pela medição da radiação solar. E esta estação é a mais completa quanto a este quesito, é nela que menos ocorrem falhas nesse tipo de leitura, segundo os estudos. Por isso ela vai nos servir de referência, para fornecer dados e para construir a nossa própria estação”, completou.

Hoje responsável pela aferição dos instrumentos da estação meteorológica, o técnico em agropecuária da Cohidro, Willian Domingos Silva, guiou a visita dos estudantes, explicando a finalidade de cada equipamento. “Aqui podemos medir a quantidade de chuva que caiu e determinar quando vai voltar a ser necessário irrigar as lavouras. Medindo a insolação, a radiação solar, podemos determinar a quantidade de água e o tempo em que ela deverá ser irrigada nas plantas. Assim como é medida também a taxa de evaporação, para determinar o quanto que será evaporado dessa água aplicada e vai precisar ser compensada, com mais tempo de irrigação ligada”, detalhou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, classificou como benéfica esta utilização, da estrutura dos perímetros irrigados, para auxiliar os estudos acadêmicos. “São os cientistas de amanhã, que vão desenvolver as futuras técnicas aplicáveis ao cultivo da terra. Eles estão partindo do princípio da utilização sustentável da água, ou seja, usa-la para irrigar só o quanto e quando for necessária para a plantação, muito necessário nesses tempos de racionalização no uso. Se eles procuram as nossas unidades para fazer essas pesquisas e propor novos projetos, significa dizer que estamos então indo no caminho certo”, comentou.

Gilvanete Teixeira, gerente do Perímetro Piauí, foi quem recebeu a solicitação do Colégio para a visita. Para ela, está será mais uma das instituições que utilizam o pólo de irrigação para suas atividades. “Universidades, escolas, empresas de pesquisa e planejamento tem no Piauí um campo vasto para sua atuação. Até para imprensa, vira notícia tanto o que os técnicos da Cohidro aplicam de novo, quanto as iniciativas dos produtores”, revelou a diretora que lembra das obras que estão sendo feitas nas estações de bombeamento, por meio do Proinveste que, quando concluídas, vão ampliar a capacidade hídrica da unidade da Empresa em Lagarto.

Grupo do aplicativo
Rodrigo Campos Ferreira e Daniel Mateus Campos, ambos de 16 anos, fazem parte do grupo formado por alunos do 2º ano do Coesi e são eles que, a partir dos dados coletados nas estações meteorológicas, vão criar o AAP. “A gente veio conferir a estação da Cohidro, colhendo informações, tirando fotos, filmando, requisitando os relatórios da Cohidro e vamos aplicar ao aplicativo”, relatou Rodrigo, explicando que sua turma escolheu a tarefa, na área de programação em aplicativos móveis, por ter no grupo o colega Daniel, com conhecimento do assunto.

“Inicialmente, no projeto piloto, as características de cada tipo de cultura serão relacionadas com o atual nível insolação e daí será determinado a quantidade de água necessária para a irrigação de uma determinada área a ser estudada. Geralmente o APP é feito em linguagem Java”, elucidou Daniel Mateus, responsável por auxiliar os colegas menos experientes em programação. Vale ressaltar que o Colégio já tem tradição em participar de competições escolares envolvendo a robótica. Na semana da visita, outros alunos participaram de um campeonato internacional, na África do Sul.

Grupo da estação meteorológica
Com tamanha desenvoltura no campo tecnológico, ninguém duvida que estes alunos consigam montar uma estação meteorológica. Dentre os estudantes do 1º ano, responsáveis por esta missão, está Carol Esposito de Lima, 15. Ela revela que a estrutura será primeiramente instalada no sítio de um professor e com recursos do Colégio. Mas depois o projeto prevê a instalação da unidade em uma comunidade rural. “A intenção é de montar baseado no que a gente está vendo que foi feito aqui e no que a gente já pesquisou. Eu penso que será importante poder oferecer, nas comunidades que precisam, um programa deste tipo funcionando e dando apoio para suas plantações”, revela.

Cohidro tem estande e dá palestras na Exposição Agropecuária de Lagarto

Ornamentais

A exposição agropecuária anual, realizada em Lagarto pela Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese) de 3 a 7 de setembro, conta mais uma vez com a participação da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que no Parque de Exposições Nicolau de Almeida tem estande fixo para demonstrar o trabalho realizado no Perímetro Irrigado Piauí, situado no mesmo município. Nesta edição da Feira, a Empresa também deu palestras temáticas nos dias 4 e 5, tratando dos temas: “Receituário Agronômico para Agrotóxicos” e “Agroecologia”.

No estande, painéis temáticos, vídeos e impressos expõem o trabalho realizado pelos técnicos e servidores da Cohidro, dando assistência aos agricultores irrigantes pelo Perímetro Piauí, mas também os visitantes podem conhecer uma amostra de tudo aquilo que é produzido no campo, com a exposição de hortaliças orgânicas e plantas ornamentais, onde os técnicos da Companhia explicam aos visitantes de que forma são produzidas. Neste ano, também estão sendo mostradas variedades de ervas medicinais cultivadas a partir do projeto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que aplica um curso sobre o tema aos produtores de Lagarto, alunos que também estarão mostrando ao público o que estão aprendendo.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, conta que a expectativa é de que a maior ocorrência de público se dará no fim de semana e que o estande da Cohidro, por sua gama de atrações, é sempre o mais visitado, contando com mais novidades para esta edição da Feira. “É muito movimentado, chegamos a receber a visita de turmas de alunos das escolas públicas de Lagarto para conhecer e receber uma explicação de nossos técnicos e dos produtores que iniciam o trabalho com as plantas medicinais. Construímos um canteiro em forma de ‘mandala’, separando nossos principais cultivos e ao lado nosso lago, simbolizando a represa do Perímetro, que recebeu seis exemplares de tambaqui doados pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus São Cristóvão”, revelou.

Serão cinco dias de Exposição, que também abriga a “51ª Exposição de Animais da Região Centro Sul”. Taynã Matos faz parte da coordenação do evento e expõe a Feira em números. “São aproximadamente 150 bovinos, 250 cabeças – entre caprinos e ovinos – além de mais 45 equinos, expostos para competições e comercialização. A expectativa é que sejam negociados, durante a Exposição, um volume de R$ 600 mil em negócios, entre a venda de animais, máquinas, implementos e insumos”, relata ela sobre o Evento, que tem expectativa de um público superior aos 50 mil visitantes do ano passado.

Para o presidente da Cohidro Mardoqueu Bodano, a Exposição é uma ótima oportunidade para a Companhia mostrar à sociedade suas realizações, além de espaço onde é possível conhecem as novidades do mercado agrícola. “Serve como uma prestação de contas ao público que visita a Feira, que pode ver pessoalmente uma pequena amostra daquilo que é possível produzir graças à irrigação e assistência técnica agrícola fornecida – pelo Governo do Estado – aos 421 lotes de produtores e que gera anualmente, em média, 7 mil toneladas de produção agrícola. Além das oportunidades de fazer negócios, os agricultores recebem instrução em palestras realizadas pela nossa Empresa e outros parceiros do Evento”.

Receituário Agronômico

Arício Resende Silva, engenheiro agrônomo da Cohidro, proferiu palestra sobre a obrigatoriedade do “Receituário Agronômico” para uso e compra de agrotóxicos. “Venho expor o ponto de vista legal, sobre a necessidade de receita que é um trabalho que vem sendo feito pelo Governo do Estado também através da Cohidro. O produtor quer ir comprar sem receita e acha quem venda, sem se preocupar com as restrições que não são só quanto as leis infringidas. O uso irregular, sem proteção, em excesso e descartando as embalagens usadas de forma errada, pode causar prejuízos a saúde do agricultor e da família, além dos danos ao meio ambiente”, explicou, alegando que só com o documento emitido por um profissional técnico autorizado, o agricultor estará amparado e instruído dos cuidados que deve tomar no uso do agroquímico.

Haroldo Araújo Fontes é produtor irrigante no Perímetro da Cohidro em Lagarto e participou da palestra sobre o receituário agronômico, nesta quinta-feira, 4. Ele conta que faz o possível para não usar, mas quer estar ciente da legislação quando for necessário a aplicação em suas plantações. “Usei recentemente para a lagarta no milho, mas produzo macaxeira e comecei também a cultivar pimenta-do-reino sem usar nenhum agrotóxico nelas. Vim pegar conhecimento sobre o uso do agrotóxico, sobre a legislação e normas. Só quando não tem jeito, mesmo assim evito usar”, comenta ele que também cultiva batata-doce.

Agroecologia

Na sexta-feira, 5, o cultivo agrícola de produtos orgânicos será tratado em palestra proferida pelo técnico agrícola da Cohidro José Raimundo Pereira de Matos. Ele é responsável, no Perímetro Piauí, pelo acompanhamento e assistência técnica aos irrigantes agroecológicos, principalmente aqueles que fazem parte da Organização de Controle Social (OCS) e tem autorização do Ministério da Agricultura para produzir e comercializar – diretamente ao consumidor e aos programas governamentais – produtos de origem orgânica. Em sua explanação, quer apresentar aos agricultores que visitam a Feira, tudo aquilo que usa como orientação para com os produtores que assiste.

“Vou falar da agroecologia, mas para os produtores agrícolas em geral que venham à Exposição, buscando orienta-los para que tenham mais preocupação com a saúde e com a natureza na hora de produzir alimentos. Aproveitarei para ensinar a fazer fungicida e inseticida natural, adubação líquida, composto orgânico, substrato e explicar a utilidade da construção de barreiras naturais para proteção do cultivo agroecológico. São ações que os agricultores assistidos por mim estão familiarizados, mas quem não faz parte do Perímetro Irrigado, talvez nem saiba que existam estas formas de produzir, sem apelar aos insumos comerciais e quimicamente tóxicos”, complementou José Raimundo.

Última atualização: 12 de dezembro de 2017 09:55.