Programa Águas de Sergipe capacita alunos do ensino médio sobre o uso adequado dos agrotóxicos

Cerca de 1.200 estudantes da rede pública estadual serão capacitados, servindo como multiplicadores do conhecimento nas suas comunidades
Foto: Fernando Augusto

A semana começou com a capacitação para Uso Adequado dos Agrotóxicos, no Colégio Estadual Murilo Braga, em Itabaiana. Voltada para o ensino médio, a atividade teve como público os alunos da zona rural, principalmente os que residem nas áreas abrangidas pelos perímetros irrigados estaduais do Agreste Sergipano. É uma das ações do Programa Águas de Sergipe – PAS, que possibilita que os estudantes levem para casa as noções e cuidados que se deve ter com o uso de agroquímicos nas lavouras. Também foram passadas informações sobre o consumo seguro de alimentos e a alternativa de produtos orgânicos.

A capacitação do PAS já tinha sido aplicada aos técnicos da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro e da secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade – Sedurbs; bem como a agentes de saúde e professores dos 26 municípios que integram a bacia hidrográfica do Rio Sergipe, aos produtores irrigantes dos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana, e do Jacarecica II – situado ente Riachuelo, Malhador e Areia Branca; além dos agricultores das adjacências. Nesses municípios e em Campo do Brito, novas capacitações serão promovidas até a próxima semana, com alunos de todas as escolas estaduais do ensino médio da região.

Integrante da comissão intersetorial do governo estadual que vem acompanhando as capacitações, a técnica da Cohidro, Terezinha Albuquerque, explica que o PAS realiza ações voltadas para a preservação ambiental e o desenvolvimento humano. “A capacitação nas escolas tem como objetivo instruir os alunos sobre o uso dos agrotóxicos, salientando que sua utilização de forma inadequada pode ocasionar riscos à saúde e ao meio ambiente”, disse. O PAS em Sergipe é coordenado pela Sedurbs; com parceria da Cohidro, Emdagro, Deso, secretarias de estado da Educação e Saúde, e é financiado pelo Banco Mundial, com a contrapartida do Governo de Sergipe.

Paula Ismerim, instrutora da empresa responsável pela capacitação, afirma que a meta é atingir 1.200 estudantes da rede pública de ensino e maiores de 16 anos. “É abordada a questão do agrotóxico no dia a dia deles, tanto para quem mora na cidade como para quem mora no campo, e os riscos que todos estão correndo com o seu uso indiscriminado. A gente dá algumas informações sobre como eles podem orientar um parente ou um vizinho e sobre como se deve utilizar de forma correta o agrotóxico. É uma segunda fase. Primeiro a gente fez a capacitação dos agricultores, nos próprios povoados, agora são os estudantes, que consideramos como multiplicadores, formadores de opinião. Como muitos moram nos povoados e ajudam os pais na agricultura, fica sendo uma forma deles passarem a informação”, pontuou.

Leandro Oliveira (16) é aluno do 2º ano do ensino médio no Murilo Braga. Ele, que reside no povoado Rio das Pedras, em Itabaiana, é filho de um dos irrigantes atendidos no perímetro da Ribeira. O adolescente já ajudou na lavoura da família e conta que nunca teve que fazer a aplicação de agrotóxicos, mas já tinha uma noção do que é necessário. “Tem que ter os equipamentos apropriados, nunca ter contato direto com os produtos e nem ingerir”, afirma. Também do 2º ano, Franciele Lima (17) mora na cidade, mas na palestra ficou sabendo que mesmo fora da lavoura, ainda é necessário ter cautela com os agroquímicos. “Aprendi que é para ter cuidado com os alimentos e lavar bem antes de comer, por causa dos agrotóxicos”.

O professor Marcos Santiago coordena um programa de arborização que está sendo implantado no Murilo Braga, com o uso de mudas frutíferas e floríferas. Para ele, a capacitação acaba sendo mais uma contribuição ao projeto. “Como é o aluno que vai plantar as árvores, ele vai ter que saber lidar com o solo, o que inclui qual o adubo que se deve usar e os produtos corretos para que seja um plantio orgânico”. Em casa ou na comunidade acadêmica, ele acredita que o estudante vai se beneficiar com a atividade do PAS. “Essa palestra foi muito importante porque eles vivem isso já na comunidade, onde eles plantam, e vai servir como base para eles refletirem sobre o uso correto dos agrotóxicos. É um trabalho interativo, que foge um pouco da rotina da sala de aula e que chama mais a atenção deles”, avaliou.

 

Galeria de fotos: Dias de campo preparam para o uso adequado de agrotóxicos na Ribeira e Jacarecica II

Na quarta (03), quinta e sexta-feira, os dias de campo sobre o Uso Adequado de Agrotóxicos se foram aplicados nos dois primeiros dias no Perímetro Irrigado da Ribeira, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro em Itabaiana, e no último, no Perímetro Irrigado Jacarecica II, no assentamento de reforma agrária Mario Lago, em Riachuelo. Concluem um curso de três etapas elaborado pelo ‘Programa Águas de Sergipe’ [PAS], preparando o produtor rural para lidar com agroquímicos sem provocar risco à própria saúde, de sua família, de quem consome os alimentos que eles produzem; além da degradação ao meio ambiente. A cartilha educativa Produtos Alternativos para o Controle de Pragas e Doenças na Agricultura, publicada pela Cohidro, foi distribuída aos agricultores.

Dia de Campo do Governo do Estado capacita produtores irrigantes em Riachuelo

Além do Jacarecica II, as capacitações do PAS estão acontecendo também nos perímetros irrigados Jacarecica I e Ribeira, que estão inseridos no município de Itabaiana

Foto: Fernando Augusto

Na última semana, irrigantes dos municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca participaram de uma série de cursos oferecidos para capacitá-los ao uso adequado de Agrotóxicos. Na bacia hidrográfica do rio Sergipe, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro mantém três perímetros irrigados. Foi no Jacarecica II que os agricultores participaram de dois Dias de Campo, concluindo a semana de atividades.

Integrante da comissão intersetorial do governo que vem acompanhando as capacitações, a técnica da Cohidro, Maria Teresinha Albuquerque, explica que o Programa Águas de Sergipe – PAS realiza recuperação ambiental nas áreas da bacia hidrográfica, e a exploração dos recursos naturais [terra e água] de forma responsável e sustentável – incluindo o uso racional dos agrotóxicos. “Eles tiveram, durante a capacitação, aulas teóricas e práticas, culminando com esse dia de campo”, disse. Contabilizando palestras e treinamentos práticos, o curso promove 12 horas-aula para cada produtor.

Além do Jacarecica II, as capacitações do PAS estão acontecendo também nos perímetros irrigados Jacarecica I e Ribeira, que estão inseridos no município de Itabaiana.

João Batista Santos Filho recebe irrigação da Cohidro em seu lote no assentamento Mario Lago, em Riachuelo. “Maravilhoso, viu. Bom, porque o pessoal é gente boa; tudo assim, ‘amigueiro’ e por isso estamos juntos aí”. Atraído pela receptividade dos capacitadores, o irrigante entende a importância de aprender a forma correta de utilizar os agroquímicos. “Tem muita gente que trabalha, mas não sabe o efeito que ele faz. O ‘cabra’ pensa que não, quer trabalhar de qualquer jeito. Tem que trabalhar capacitado, para saber trabalhar com agrotóxico, porque senão, morre”, alerta.

Instrutor no dia de campo, o técnico em segurança do trabalho Marcos Roberto dos Santos Nascimento explicou aos agricultores a maneira correta de utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI) apropriados à manipulação e aplicação de agroquímicos. “A gente busca conscientizá-los sobre a importância do uso dos EPIs. Não só usar pela obrigatoriedade – pelo governo, pelo empregador -, e sim pela importância do uso. Tendo a consciência de que aquilo ali é para o bem do próprio trabalhador, para a própria saúde. A saúde dele tem que vir em primeiro lugar”, argumentou. Ele sugere que o investimento em um EPI, em torno de R$ 150, evitaria um custo ainda maior, descontado na saúde do agricultor.

Reação em cadeia e agroecologia
“É de suma importância para tudo, o uso correto dos agrotóxicos. Trazendo o bem para agente, que está na área. Sabendo a forma certa de usar, a gente acaba fazendo o bem para as outras pessoas”. O pensamento da jovem Pauliane Alves dos Santos leva em conta a cadeia de envolvidos na produção agrícola, desde quem está próximo ou trabalha na lavoura pulverizada, até para quem vai consumir aquele alimento. Se o agricultor, por exemplo, não respeitar o período de carência especificado pelo fabricante do defensivo agrícola e puser o alimento à venda antes, quem consumir poderá sofrer contaminação pelos agentes químicos tóxicos ainda não eliminados pela planta.

Pauliane é da Colônia Penha, também em Riachuelo – onde a irrigação do Cohidro chega através do perímetro Jacarecica II. “Meu pai aplica, mas agora vou saber orientar. Tive muita informação. Então o curso foi muito bom e muito produtivo. E vou levar para a minha base, para o meu terreno, para o meu pai e para o meu irmão, que também aplica”, concluiu a agricultora familiar. Os ensinamentos também alertam quanto à forma correta de aplicar o agrotóxico, levando em conta os horários e a incidência de chuvas. São situações que podem contaminar ar, água e solo, prejudicando o meio ambiente e quem ali vive.

O senhor Vicente de Andrade, agricultor também do Mario Lago, conta que – sem querer – tem praticado o método mais eficaz de combater todos os efeitos nocivos dos agrotóxicos, que é a não utilização. Ele vem substituindo produtos industrializados por receitas alternativas para combater pragas, doenças e plantas invasoras. Não nega que poderá vir a lançar mão ao uso dos produtos, mas afirma que agora que está capacitado, sabe que existem regras e restrições a serem respeitadas. “Estou achando ótimo. A Importância é grande, porque se a gente for trabalhar, já sabe. Eu já usei, mas hoje trabalho sem ele”, considera – argumentando que o uso dos agroquímicos incide em aumento da produção.

Águas de Sergipe
O programa Águas de Sergipe é resultante de um contrato firmado entre o Governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O PAS tem como finalidade a melhoria da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Sergipe e a prática da exploração sustentável dos recursos naturais. Desse montante, US$ 8 milhões serão destinados à Cohidro para ações de modernização da infraestrutura dos perímetros irrigados, segurança de barragens, assistência técnica e capacitação aos produtores.

 

Dia de campo sobre uso adequado dos agrotóxicos na Ribeira

As quatro primeiras turmas do ‘treinamento e capacitação para o uso adequado dos agrotóxicos’ findaram o curso nesta sexta-feira (7) com um dia de campo, semana em que foram habilitados em torno de 150 produtores irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira. Ao repetir esse cronograma semanalmente, a as capacitações ao todo atenderão 980 destes agricultores assistidos pela Cohidro através do Programa Águas de Sergipe, ao serem incluídos os inseridos nos perímetros Jacarecica I e II, que abrangem áreas de irrigação pública também de Itabaiana, Malhador (SE), Riachuelo (SE) e Areia Branca (SE)Com as duas aulas e o dia de campo, capacitação será de 12h/aula para cada agricultor.

 

Última atualização: 20 de dezembro de 2018 00:03.