TOBIAS BARRETO | Irrigantes aderem ao plantio de palma forrageira como reserva de alimento para o gado

Novos reservatórios de água promovem economia de 50% da água utilizada na irrigação

Cohidro incentiva cultivo em lote comunitário, que fornece sementes para irrigantes [Foto: Fernando Augusto]
Quando os níveis da barragem de irrigação reduzem, a produção leiteira no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, tem sido garantida pelas reservas alimentares, estrategicamente asseguradas pelos criadores para o rebanho. A palma forrageira está sendo a solução encontrada pelos irrigantes, plantada em lote comunitário cedido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o perímetro do governo do Estado. Nos seus lotes individuais, os irrigantes replicam a palma cultivada na área coletiva. A Cohidro incentiva também a produção de milho e sorgo, para a produção de silagem – plantios iniciados no período chuvoso, com utilização de irrigação durante o verão, para compensar a escassez hídrica e garantir a forragem necessária à sobrevivência e produtividade do rebanho.

O criador Uilde de Jesus tem um lote no Jabiberi, onde cria 10 vacas e 60 ovelhas. Usando a irrigação para produzir a alimentação, ele pensa em aumentar o seu rebanho. Para tanto, seguiu o projeto feito pelo engenheiro agrônomo Luiz Gonzaga, da Cohidro, indicando a microaspersão invertida para cultivar a palma; e o gotejamento, para o capim. “Eu quero criar em confinamento, não quero mais em pastagem. Então, quero produzir o alimento deles dentro do lote. Vou plantar o capim de corte Capiaçu, palma e sorgo para silagem. A palma é excelente também para o leite. O animal, com esses alimentos, consegue produzir mais. Quero ampliar para 20 vacas de leite, por isso, primeiro preciso produzir minha forragem e garantir a alimentação do meu gado”, relata o produtor.

Segundo o técnico agrícola da Cohidro, José Reis Coelho, nove produtores irrigantes fizeram o plantio da área coletiva cedida pela empresa e que, hoje, fornece sementes para a criação de novas áreas. “Uma forma de preparar o produtor de leite para os períodos de seca mais prolongada – que certamente virão – está sendo o incentivo ao plantio da palma forrageira em todas as áreas disponíveis dentro dos lotes irrigados, incluindo esse Lote Experimental da Cohidro. O apoio técnico inicial aos cultivos e a oferta de sementes da variedade Palma Miúda foram do Projeto Palma para Sergipe, do Sebrae. Diversos produtores estão plantando pequenas áreas de palma em seus lotes ou em áreas próximas, como uma das diversas medidas para o enfrentamento dos períodos de estiagem mais prolongados”, explicou.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca justifica a preocupação com a segurança alimentar dos rebanhos. “A mesma água que abastece o perímetro irrigado tem o uso prioritário no abastecimento humano em Tobias Barreto. E como já tivemos dificuldades em garantir a água para uso da irrigação durante todo o ano, estamos incentivando o plantio para que, nesses momentos de crise hídrica, eles tenham essa reserva alimentar para os seus rebanhos de leite”. Ele informa, ainda, que a empresa trabalha com novos parceiros para promover essa geração de comida para a seca. “Em parceria com a Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe), queremos plantar outra área coletiva e fornecer sementes, tanto para os irrigantes quanto para pequenos pecuaristas da região de sequeiro fazerem seus plantios”.

Contramedidas à seca
Além de incentivar a reserva de alimento para os momentos de crise hídrica, a Cohidro diminuiu o período de distribuição de água para os lotes do Jabiberi para reduzir 50% do consumo. As 9h diárias de fornecimento passaram a ser 5h. A distribuição da água é feita por gravidade, em canais trapezoidais em concreto. Ramais recarregam os reservatórios a partir dos quais os 74 irrigantes bombeiam água para a irrigação. No projeto original do perímetro, esses tanques eram pequenos e precisavam de mais de uma recarga para sustentar o consumo diário do lote, exigindo maior tempo de operação de todo o sistema de distribuição. Isso mudou. Hoje, a Cohidro fornece máquina e operador, para que os produtores cavem reservatórios de 100 mil litros e só seja necessária uma recarga, se adequando às 5h diárias de fornecimento de água.

Embrapa e Cohidro planejam novas parcerias em reunião de gestores

Foto: Ascom Cohidro

Chefes da unidade ‘Tabuleiros Costeiros’ da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e diretores da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) tiveram reunião para tratar de pautas em comum às duas instituições, nesta segunda-feira (6), na sede da estatal sergipana. A empresa estadual tem interesse que surjam novas parcerias de transferência de tecnologia alocadas em seus perímetros irrigados, já a federal conta com a cooperação para a perfuração de poço em seu campo experimental de Itaporanga d´Ajuda, visando o uso da água para irrigação.

As transferências de tecnologia de unidades da Embrapa para com a Cohidro já vêm ocorrendo há algum tempo. Como em 2010, quando a unidade Pecuária Sudeste, de São Carlos-SP, cedeu as informações e acompanhamento necessários para que em Tobias Barreto, no Perímetro Irrigado Jabiberi, fosse implantado o programa “Balde Cheio’ de produção de leite, com a parceria do Sebrae-SE. Na época, a junção de esforços e representatividade destas três instituições deu aporte necessário aos pecuaristas fazerem financiamentos no Banco do Brasil para os investimentos no sistema.

O Balde Cheio consiste na subdivisão do pasto em diversos piquetes em que o gado faz o uso durante um dia, de forma que quanto findar a ocupação do último dos cercados, o primeiro já estará recuperado pela irrigação contínua e a adubação, pronto para abrigar novamente os animais. Um ano após implementado no perímetro de Tobias Barreto, a produção de leite dos micro-pecuaristas aumentou de 1.080 litros para cerca de 2,5 mil por dia.

Hoje a própria Cohidro se encarrega de replicar a tecnologia, empregada no Jabiberi, para seu perímetro irrigado de Canindé de São Francisco, o Califórnia, onde já existe um projeto piloto do Balde Cheio em plena produção. Já o Sebrae-SE usa da experiência no projeto em que participou, em 2010, como base para criar outras quatro unidades do sistema nos municípios de Riachão do Dantas, Boquim, Itabaianinha e Lagarto.

Carlos Fernandes de Melo Neto, diretor-presidente da Cohidro, considera muito importante que as duas instituições públicas tenham parcerias na troca de suas informações e tecnologias. “A Embrapa já é uma parceira importante aqui da Cohidro. Nós já desenvolvemos no perímetro de Canindé, no ‘Califórnia’, estudo juntamente com a Embrapa para produção de uva de pera e maçã, ou seja, são culturas que agregam muito mais valor à produção e a terra, para o agricultor. É importante que a gente esteja sempre conversando, desenvolvendo parcerias para ser feito um convênio permanente e implementar pesquisas já feitas em outras áreas, para incrementar e agregar produção aos nossos perímetros irrigados”, considera.

No ‘Califórnia’, dois campos experimentais de uva implantados pela Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE, já tiveram duas safras e um terceiro de pera aguarda a sua primeira florada para daqui cerca de um ano e meio. Da mesma forma também ocorreu no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, com a maçã, pera e caqui. Em ambas unidades da Cohidro, a empresa federal atuou fornecendo mudas, sistema de irrigação por gotejo e fertirrigação, materiais para construção dos espaldeiras, os insumos para a adubação e a assistência técnica pelo período de 2 anos. Nesses casos, os agricultores que acolhem os projetos em seus lotes só arcam com a mão de obra empregada nesses plantios.

Marcelo Ferreira Fernandes, chefe-geral da unidade da Embrapa em Sergipe, informou que ele e sua equipe já visitaram outras instituições congêneres, como a Codevasf, Sebrae e a Emdagro, visando a melhoria das relações e firmar parcerias. “Procuramos a Cohidro e foram levantadas várias questões: a da agropecuária e da diversificação de culturas, que são temas muito alinhados com a ação da Embrapa que nós temos interesse na capacitação para essas cadeias (produtivas). Podemos apresentar e contribuir com o que nós temos gerado e a Cohidro, podendo contribuir nas áreas de atuação dela, com essa capacitação, na organização de eventos (técnicos) e na disponibilização de áreas para fazer as unidades de transferência de tecnologia nas áreas de atuação da Cohidro”, previu o gestor.

Campo de Itaporanga

Também conhecido como Reserva do Caju, o Campo Experimental ocupa área de 1.030 hectares, onde os pesquisadores da Embrapa em Sergipe fazem pesquisas, desenvolvimento, validação e transferência de tecnologias, com foco em práticas agrícolas agroecológicas sustentáveis e do uso do solo em agroecossistemas. “Temos também uma demanda pontual que é muito importante, que é a solicitação de perfuração de poços, quando for possível, para que a gente possa melhorar a demanda de algumas culturas que nós temos em Itaporanga d´Ajuda”, complementou Marcelo Ferreira, sobre a solicitação feita à Cohidro.

Convencido do benefício que Sergipe ganha em tecnologia agrícola pesquisada e desenvolvida pela Embrapa no estado, o presidente Carlos Melo autorizou à sua Diretoria de Infraestrutura o início de estudos geológicos para a perfuração do poço solicitado pela empresa federal, acrescendo a demanda ao cronograma de perfurações que a Cohidro tem para executar no estado.

Participaram também da reunião o chefe-adjunto de Administração da Embrapa em Sergipe, Paulo César Silva de Carvalho e o assessor da chefia-geral, Márcio Rogers Melo; o diretor de Infraestrutura Hídrica da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, responsável pela parte de perfuração poços e o diretor de Irrigação, João Quintiliano da Fonseca Neto, responsável pelo desenvolvimento e gestão da agricultura irrigada nos perímetros da empresa estadual.

 

Produtores assistidos pela Cohidro participam da Feira de Produtos Orgânicos

Dona Dicuri é quem comparece às feiras para vender os produtos gerados no lote familiar em Lagarto – foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Casal de agricultores orgânicos, Josileide Martins de Carvalho Nascimento e Delfino Batista são assistidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto e foi convidado para comercializar seus alimentos, na primeira edição da Feira de Produtos Orgânicos, realizada no Parque da Sementeira, em Aracaju. A depender dos resultados, o evento tem pretensão de ser semanal, mas desta vez foi parte da edição 2017 da Semana do Alimento Orgânico, organizada pela Comissão de Produção Orgânica de Sergipe (CPOrg-SE) e Sebrae-SE, de 31 de maio à 4 de junho.

Lá no Perímetro Irrigado Piauí, 69km da Capital, os agricultores familiares trabalham em um lote de 4,2 hectares, que recebe água para irrigação do sistema de distribuição mantido pelo Governo do Estado, administrado pela Cohidro. Desde a fundação do polo agrícola, 30 anos atrás, que Delfino e Josileide (mais conhecida como Dona Dicuri), agricultam esta terra e há 7 decidiram optar para a conversão dos plantios ao método agroecológico. Esta mudança se deve, segundo eles, ao incentivo recebido nas visitas, reuniões, palestras e viagens técnicas promovidas pela assistência técnica rural, também oferecida pela Companhia.

Hoje, a agro-família faz parte da uma Organização de Controle Social (OCS), grupo que após ser registrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), passou a ter a autorização para comercialização de produtos orgânicos diretamente ao consumidor e permite que possam participar de feiras, como esta realizada no sábado, dia 3. Com eles, existem outros 10 produtores orgânicos no Perímetro Piauí, da mesma forma produzindo para atender o mercado local e acessando pontos de venda em Aracaju. Se for fixada como semanal, a feira do Parque da Sementeira se tornará mais uma alternativa de escoamento da produção destes estes irrigantes.

Segundo o chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário na Superintendência Federal de Agricultura, André Barretto Pereira, que representa o Mapa na CPOrg-SE, “essa feira é realizada com pequenos produtores, que são cadastrados no Mapa. Esses agricultores, ao se cadastrarem, recebem uma declaração de produtor orgânico que permite que eles façam a venda de forma direta, em pequenas feiras ou através de entrega em domicilio de cestas de alimentos para o consumidor. É uma relação direta entre o vendedor e o consumidor, sem o atravessador, isso faz com que o preço do produto orgânico, que muitas pessoas acham que ele é mais caro que o convencional, reduza o seu valor do intermediário”, explica.

Enquanto Delfino e os filhos cultivam a terra em Lagarto, Dona Dicuri atua comercializando em Lagarto e também nas Feiras da Agricultura Familiar em Aracaju, como as realizadas nas sedes das secretarias de estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (Seidh) e de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). “É muito bom quando a gente recebe o convite para participar da Feira, isso porque a Cohidro da assistência à nós, muito bom. Trabalhar com produtos sem agrotóxicos é bom demais, é tudo sadio e com o apoio da Cohidro, é ainda melhor”, considera a produtora.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, reitera que que é uma das políticas da Empresa, o incentivo à produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos, principalmente naqueles casos onde a lavoura é uma extensão da residência familiar. “Optando por não usar esse tipo de defensivos, utilizando técnicas alternativas de tratos culturais, ganha o agricultor e toda família que o ajuda na terra, pois não há riscos de contaminação. Seja ela diretamente ao manusear os produtos, ou da água e dos alimentos que eles consomem, sem falar de quem também venha adquirir e consumir da sua produção. Se torna um ciclo produtivo mais saudável”, defende.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, concorda com a qualidade de vida que ganha quem decide produzir ou consumir os orgânicos. Mas acredita ainda que a agricultura orgânica tem um potencial ainda por ser explorado, podendo melhorar a rentabilidade das pequenas produções agrícolas. “O produto livre de agrotóxico tem uma valorização no mercado de 50% a até 100%, em relação aquele alimento cultivado no modo tradicional, com agrotóxicos. Esta escolha, pelo orgânico, qualifica o produto do pequeno produtor rural para competir com ‘qualidade’, contra a ‘quantidade‘ ofertada pelo grande fazendeiro”, argumenta.

Feira de Produtos Orgânicos
Luciana Oliveira Gonçalves hoje é coordenadora do CPOrg-SE e representante do Sebrae-SE na entidade que reúne membros de várias instituições públicas ou associativistas, à exemplo da Cohidro. Ela explica que a Feira faz parte da programação da Semana do Alimento Orgânico, que acontece todos os anos, sempre na última semana do mês de maio. No entanto, existe a possibilidade de que a Comissão a transforme em um evento fixo e periódico.

“Dependendo da resposta dos consumidores, do pessoal que venha aqui na feira hoje, a gente analisa as condições para poder manter essa feira aqui aos sábados. Ela tem o objetivo de estar trazendo esses produtos orgânicos, para que os consumidores tenham acesso, porque a gente sabe que tem uma certa dificuldade. E estar podendo beneficiar também, os agricultores que a gente sabe da dedicação deles, do trabalho árduo que eles vêm fazendo. Principalmente agora, nesse período de seca que teve uma grande dificuldade e a gente trouxe para cá, justamente para fazer essa interligação e dar acesso ao mercado, e eles poderem estar comercializando seus produtos”, relatou Luciana.

José Nilton de Souza é empresário e foi até a Feira do Produtos Orgânicos acompanhado da esposa, Dolores, para adquirir alimentos dos produtores-feirantes. Para ele, são vários os benefícios do consumo dos orgânicos, para o indivíduo e para a comunidade. “É de fundamental importância, porque além da gente consumir um produto de qualidade, faz muito bem a saúde e a saúde hoje é primordial, em qualquer situação, tanto na situação política, na situação ambiental. Só em viver livre de agrotóxicos, isso é de muita importância para nossa população. Estão de parabéns”, felicita ele, aos organizadores do evento, assim como os agricultores empenhados na produção desses alimentos.

Aperipê TV mostra sucesso do Balde Cheio no Jabiberi

Em 2010, a Cohidro e Sebrae, com financiamento do Banco do Brasil, introduziram o programa Balde Cheio no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto. Criado pela Embrapa São Carlos-SP, o sistema de manejo do gado leiteiro necessita de muita água para irrigação dos piquetes em que o pasto é subdividido para receber as vacas em um sistema rotativo de pastejo.

Agora, passado quase 6 anos do início do projeto, o Programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou, no dia 20 de fevereiro, como se deram os excelentes resultados obtidos lá e como funciona o sistema que gera uma média diária de 3,7 mil litros de leite, reunindo todo rebanho do Perímetro Jabiberi da Cohidro.

 

Cohidro e Sebrae capacitam agricultoras de Lagarto

Com o intuito de viabilizar mais uma renda para as mulheres do campo, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), firmou parceria com o SEBRAE/SE para levar capacitação em Reaproveitamento Alimentar às agricultoras assistidas pelo Perímetro Irrigado Piauí – em Lagarto. Com aulas teóricas e práticas, o conteúdo abordou higienização, melhor manipulação, aproveitamento dos alimentos e receitas foram repassadas. O evento aconteceu nesta terça-feira, 25, na cozinha da Associação de Moradores Maria José dos Santos, que compreende o Povoado Brejo e adjacências do município onde reuniu 20 mulheres.

A consultora de Segurança Alimentar e Nutricional do SEBRAE, Ana Virgínia Figueiredo, foi a palestrante e falou sobre a importância do curso que ensinou diversas receitas a partir do reaproveitamento de alimentos, como couve-flor em conserva e geleia da casca de maracujá, que facilmente são descartadas pelas pessoas. Virgínia também ensinou como higienizar embalagens para a conservação dos produtos garantindo maior durabilidade. “Mostramos aqui como reaproveitar as frutas, verduras e hortaliças que não foram vendidas e assim, passar agregar mais uma renda familiar. Estamos levando esse curso a seis municípios sergipanos e Lagarto é o quarto”, disse acrescentando de como é importante conscientizar a todos sobre esse tema para que se evitem tanto desperdício de alimentos.

Agricultora irrigante pela Cohidro, Josileide de Carvalho é veterana, em Lagarto, na agricultura orgânica. Ela faz parte projeto PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável e comercializa seus produtos nas Feiras da Agricultura Familiar. “Estou muito grata a Cohidro e ao SEBRAE por nos trazerem novo saberes. Vou testar em casa e se der certo levarei esses produtos para vender na minha banca. Tenho certeza que minha clientela vai gostar”, antecipa dizendo que esse curso é mais um estímulo para continuar no plantio orgânico.

A dona de casa, Nilma de Oliveira, é moradora do povoado Vázea dos Cagados, disse que quando soube do curso aproveitou a oportunidade e correu para se inscrever. “Hoje sou sacoleira mas vendo em casa porque não tem como deixar meus três filhos para trabalhar fora. Mesmo sem trabalhar no campo, me interessei muito pelo curso e já estou pensando em várias receitas”, acrescenta ao dizer que enxerga essa aula prática como um grande incentivo para as mulheres que muitas vezes não sabem o que fazer com as sobras dos alimentos.

Gilvanete Teixeira, gerente do Perímetro Irrigado Piauí, foi quem recebeu a solicitação das moradoras e tratou de organizar o evento. “Organizadas pela ‘Meirinha’, essas mulheres, guerreiras, tem buscado seus objetivos em prol de conquistar o seu espaço e nosso escritório estará sempre aberto a recebê-las, e vamos trazer outros cursos para que elas possam incrementar ainda mais a renda familiar”, pontua.

O Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, parabenizou a iniciativa das mulheres de Lagarto. “É uma satisfação poder por à disposição dos anseios da comunidade essa parceria, que sempre existiu, entre a Cohidro e SEBRAE. Uma das principais metas do Governo de Sergipe é contribuir para com o desenvolvimento humano, nas comunidades rurais sergipanas valorizando o trabalhador rural, em ações e buscando, junto ao Governo Federal, subsídios para valorizar a agricultura familiar, que hoje é responsável por 70% do PIB brasileiro”, concluiu Mardoqueu.

Última atualização: 15 de janeiro de 2018 09:01.