Batata-doce é o cultivo preferido dos produtores do perímetro irrigado em Lagarto

Assistência técnica da Coderse orientou sobre doença que quase dizimou produção de variedade mais procurada. Primeiro trimestre produziu 124,5T de batata-doce
Foto: Arquivo pessoal

Produtores irrigantes voltaram a investir forte na produção de batata-doce em Lagarto, agora que contam com uma variedade livre de doenças, a ourinho roxa. A produção é fruto de ‘sementes’ com origem nas pesquisas da Embrapa Clima Temperado, que se adaptaram bem às unidades produtivas do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado naquele município. Lá, são cerca de 50 produtores produzindo  batata-doce durante o ano, ocupando continuamente uma área de 30 hectares (ha).

Em 2019, muitos desses agricultores atendidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), com água de irrigação de assistência técnica, abandonaram a bataticultura por conta da doença causada pela mosca branca na batata ourinho, a mais cultivada e lucrativa na época. As plantas doentes não produziam as raízes que usamos para alimentação, fazendo com que os irrigantes perdessem as safras inteiras. Já neste ano, no primeiro trimestre a produção de batata-doce foi de 124,5 toneladas,  25% maior que no mesmo período de 2022. Colheita que rendeu aos irrigantes R$ 138,6 mil.

Conforme conta o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, a praga tinha infestado as ramas da lavoura anterior e que eram usadas para replantio das lavouras seguintes. “Desde o início, a orientação dos técnicos da nossa empresa foi a de buscar ‘sementes’ novas e que não tivessem origem nas lavouras já contaminadas. A dica foi certeira e esses bataticultores voltaram a plantar, colher, beneficiar e comercializar a batata-doce com todo estado e fora dele. Produto bastante requisitado pela alta qualidade da ourinho roxa”, pontuou.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida, relembra o problema com o carro-chefe da produção de batata-doce, a variedade ourinho tradicional. Mesmo ela tendo um ciclo de produção maior. “A batata-doce ainda é uma das principais culturas aqui. Agora que surgiu esse melhoramento através da Embrapa de Pelotas (RS), a ourinho roxa, é ela que está no auge aqui. Embora precise de 90 dias para colher, ela tem boa qualidade e está a todo vapor a produção aqui. O preço na lavoura agora é R$ 1,50/Kg”, informou.

Luciano Oliveira está plantando a nova variedade de batata-doce e está animado, mesmo tendo tido azar com ourinho branca no passado.”A ourinho roxa é a que o pessoal está mais plantando agora. Quando comecei a plantar batata, fui plantar a branca e não produzi nada. Isso foi há uns 4 anos atrás. Comecei a plantar batata-doce novamente agora recentemente, há uns dois meses e ainda vou colher daqui a 1 mês e já tem comprador. Mas eu acompanho os colegas que estão colhendo, ela é excelente, é boa de lidar”, revelou o produtor que tem 0,33 ha plantados com a ourinho roxa.

Já Helenilson Santos conta que naturalmente está voltando a obter a rentabilidade semelhante à que possuía antes da doença, quando todos lucravam com a ourinho tradicional. “Com a Ourinho roxa não, porém com a ourinho tradicional tivemos problemas demais! Eu parei um bom tempo e voltei ano passado, já com a roxa. Até o momento, graças a Deus, tem produção e saída em grande escala. Está tudo bem aqui agora e chovendo bem, ajuda muito também no controle da mosca branca”, completa o irrigante do perímetro Piauí.

Pera irrigada é cultivada como alternativa de renda no Alto Sertão Sergipano

Perímetro irrigado da Cohidro em Canindé abriga campo experimental com mais de 400 plantas, para testar viabilidade de três variedades do fruto
O irrigante Ozeias Beserra [Foto: Fernando Augusto]

A pera tem se mostrado uma produção inovadora no Alto Sertão Sergipano, dando bons frutos de diferentes variedades. No Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco [infraestrutura mantida pelo Governo do Estado para fornecer irrigação e assistência técnica agrícola para 333 lotes agrícolas], chama a atenção um pequeno pomar com quase 400 pereiras, campo experimental fruto da parceria entre a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A mesma cooperação de transferência de tecnologia também levou a Canindé a produção de uva, criando modelos de alternância de culturas, no perímetro, economicamente favoráveis à geração de renda para os agricultores.

Ozeias Beserra é técnico em agropecuária e produtor rural irrigante no Califórnia. Com o convite para participar do experimento da Embrapa, enxergou na pera uma nova oportunidade de renda e melhoria da sua produção no campo. “Eu apostei na pera por ser uma cultura nova. Eu não conhecia, nem nunca tinha visto o pé da pereira, porque é uma planta que não tem tantos produtores. Eu, praticamente, sou exclusivo aqui no município. Resolvi apostar pra ter uma cultura nova, na expectativa de uma renda a mais, além do que consigo com as outras culturas que já venho trabalhando. Até agora, está sendo muito tranquilo de trabalhar, não vi dificuldades no manejo dela e dá pra ter um controle das pragas e insetos”, relata o produtor que, após a colheita no início de ano, fez uma pausa estratégica no ciclo de produção no pomar.

Ao mesmo tempo em que aplicou um tratamento fitossanitário para eliminar, com sucesso, uma doença fúngica, Ozeias quis atrasar a próxima colheita, para evitar colocar a produção no mercado em meio à pandemia e arriscar prejuízo. Agora, após induzir a quebra da dormência e a poda, que influenciam na produção, o processo de frutificação tem sido promissor e as plantas já estão florescendo. Em breve, haverá colheita nova. No pomar de 0,2 hectare, introduzido no final de 2017, há quase 400 pés de pera. A variedade Triunfo ocupa mais da metade da produção, enquanto as variedades Princesinha e Santa Maria ocupam o resto do cultivo – melhoradas e adaptadas para o clima do sertão nordestino.

O agricultor planeja gerar divisas para a fruta produzida em Canindé, escoando sua colheita para outras regiões, a fim de melhorar o rendimento financeiro do pomar. “Tenho planos de expandir essa produção para os municípios vizinhos, para a CEASA. A depender do tamanho que for a colheita, acredito que o mercado local não irá comportar, por isso, penso em expandir as vendas para outras regiões”, conta Ozeias. Na parceria, a Embrapa forneceu ao produtor toda a estrutura de fertirrigação por mangueiras de gotejamento, espaldeiras, mudas e nutrientes especiais para as plantas. A Cohidro, através do perímetro Califórnia, fornece a água de irrigação e os técnicos agrícolas que prestam assistência, em cooperação com os especialistas de Petrolina, que fazem visitas periódicas aos campos experimentais em Canindé.

Técnico agrícola da Cohidro, Roberto Ramos acompanhou, desde o início, a introdução dos pomares de pera e uva no Califórnia. “A gente sabe que é uma cultura nova e fica com uma expectativa muito boa de que essa área de pera sirva como vitrine, para que os outros produtores possam observar o que está sendo feito, a maneira que está sendo cultivada e, dentro dos resultados alcançados, queiram levar para os seus lotes. Quem sabe assim, mais tarde, a gente não tenha uma área bem maior de pera aqui na região?”, torce. Para ele, a experimentação de novas culturas expande o potencial econômico do perímetro. “É uma cultura resultante de uma enxertia por borbulhia, que leva um ano e meio para começar a produzir. O sistema de irrigação é o mesmo que se utiliza na área de uva, com duas mangueiras com gotejadores, cada um com uma vazão de um litro por hora. É o modelo que vai ter uma eficiência maior para esse tipo de cultura”, conclui.

[vídeo] Dia de Campo sobre uvas e suco foi destaque no Sergipe rural

O programa Sergipe Rual, da Aperipê TV, esteve em Canindé de São Francisco no último dia 11 de março, para fazer cobertura do ‘Dia de Campo sobre a produção de uvas e suco‘, promovido e sediado pela Cohidro, no seu Perímetro Irrigado Califórnia. Como coorganizadoras, a Condevasf Sergipe e a Embrapa Semiárido, de Petrolina.

Um dos quatro lotes experimentais com videiras – introduzidos no Alto Sertão Sergipano a partir da transferência de tecnologia entre Embrapa e as duas companhias há três anos – foi palco para as práticas de campo, demostrando como é feito o manejo dos parreirais e a produção do suco natural, utilizando método de cozimento à 180ºC.

O Dia de Campo serviu também para a Embrapa anunciar que, em sequência ao investimento feito para introdução dos campos de uva nos perímetros irrigados do Governo de Sergipe e Codevasf, entregou para a Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) uma suqueira que permite aos viticultores a produção de suco natural aos moldes do que foi ensinado no evento técnico.

Agricultores e técnicos da Cohidro contornam crise no plantio da batata-doce irrigada em Lagarto

Identificação de ramas contaminadas levou à experiência com o plantio de outras variedades sadias vindas de Itabaiana
Foto: Gabriel Freitas

A água em abundância para irrigar ano inteiro no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro em Lagarto, somada à facilidade de plantio e colheita, e o baixo custo no manejo da batata-doce, garantiram o aumento gradual da produção até 2017, quando foram produzidas 1.115 toneladas ao longo do ano. Como o tubérculo era cultivado praticamente sem o uso de agrotóxicos, dois vírus transmitidos pelo Pulgão e pela Mosca Branca atingiram as lavouras, fazendo cair sua produtividade e levando muitos agricultores a abandonar o cultivo. Os que persistiram, contudo, trouxeram ramas-sementes de outras microrregiões sem casos de infestações, e estão conseguindo recuperar o lucro no plantio.

Os vírus do mosqueado plumoso e suave causam clorose irregular, em forma de mosaico nas folhas, provocando o atrofiamento da planta, por vezes acometida pelo nanismo, tendo afetado o seu tamanho e o número de raízes. “A gente não aproveitou nem 20% da safra passada, por causa do vírus. A rama não deu ‘fruto’ nenhum. A gente plantava, mas sem resultados. O prejuízo foi grande com a variedade ourinho. Por isso, agora investimos na batata-doce roxa e na italiana, que renderam muito mais. É a segunda vez que estou apostando nessa safra, mas a do ano passado foi perdida”, explicou o agricultor irrigante Gilvan Lima. Após 35 dias de plantio, sua lavoura de 0,33 hectares da variedade ourinho roxa está sadia. A anterior rendeu 200 sacas/ha.

Para técnico agrícola da Cohidro, Marcos Emílio, contudo, a solução encontrada pelos agricultores é paliativa, pois o reuso das ramas da batata-doce como semente para as próximas lavouras tende a proliferar a doença. “Os produtores plantavam aqui muita batata-doce e, nos anos anteriores, sempre rendia boas produções. Só que no ano passado houve uma queda muito grande. Verificamos que o problema está no material genético, na própria rama da batata. Então, esses dois vírus vão passando de um plantio para outro através da rama. Não precisa nem a Mosca Branca estar aqui, porque as ramas já estão infectadas”, explicou. Ele tem feito o trabalho de conscientização dos bataticultores, buscando sua colaboração para aplicar medidas eficazes para erradicar os vírus.

Marcos conta que, agora, quer fazer parcerias para a produção de mudas sadias, a partir do material genético de plantas sem o vírus. Ele cogita ainda, em último caso, fazer o processo de ‘limpeza do vírus’ nas amostras das batatas-doces que melhor se adaptam ao solo e clima de Lagarto, em um laboratório da Embrapa ou outra instituição. De acordo com ele, a produção de mudas seria feita em viveiro, sem o contato com as lavouras contaminadas, para que os plantios sejam recompostos com matrizes saudáveis. “Na agricultura, você deve planejar e acompanhar o que está acontecendo no campo, para conseguir almejar lucros. Não adianta pegar uma planta doente e colocar no campo. Vai gastar com adubação, perder tempo e não vai produzir nada. É preciso investir certo. Procurar o escritório da Cohidro e fazer o trabalho correto”, orienta o técnico.

Enquanto isso, os irrigantes que persistem com a batata-doce continuam apostando nas sementes trazidas de Itabaiana. Por lá, a produção é bem maior, e toda a lavoura deixa um excedente de ramas não aproveitadas no replantio, muitas vezes utilizadas como ração animal. Produzindo as duas variedades vindas da capital do Agreste, Gilvan afirma que não quer mais investir na variedade Ourinho, que anteriormente preferia por ter maior valor de mercado. “A roxa tem um sabor mais doce, bem docinho. Já a italiana não é doce. Vou continuar insistindo na produção dessas duas, porque o mercado pede. Mas a ourinho, eu não quero mais”, conclui.

 

Assistidos pela Cohidro visitam produção de uva, pera e indústria em Petrolina

Os agricultores irrigantes do perímetro da Cohidro em Canindé de São Francisco, Oséias e Levi Ribeiro, acompanhados do técnico agrícola da empresa, Roberto  Ramos, na quinta-feira, 9, participaram de um dia de visitação ao polo de agricultura irrigada em Petrolina-PE, conhecendo a unidade Semiárido da Embrapa, fazendas inseridas naquele perímetro de irrigação e uma indústria de beneficiamento de suco de uva.

Foram recebidos pelo engenheiro agrônomo Paulo Roberto e o técnico agrícola Guy Guimarães, da Embrapa. A empresa federal atende estes produtores irrigantes sergipanos na parceria de transferência de tecnologia com a Cohidro, em que três campos experimentais, de uva (dois) e pera, foram implantados no Perímetro irrigado Califórnia, do Governo de Sergipe. O lote de Levi abriga um campo de videiras, que está em sua quarta produção comercial, o agricultor já produz mudas por enxertia e caminha para fornecer uvas para a produção de vinhos e sucos. Oséias tem uma plantação de pereiras que começaram a produzir frutos.

“Foi uma excelente visita. O técnico agrícola Guy que nos mostrou o desenvolvimento e cultivo de culturas, como uva e pera. Visitamos também uma fazenda que cultiva e faz o suco da uva. Vimos diversos cultivos de variedades diferentes dessas frutas e observamos o comportamento e os resultados expostos com relação de materiais resultantes de enxertia de mudas”, listou o técnico agrícola Roberto, da Cohidro. Outro agricultor irrigante do perímetro Califórnia, José Leidison, possui o segundo campo de videiras em Canindé e também foi atendido no convênio com a Embrapa.

 

 

Novidades na produção de uvas no perímetro irrigado de Canindé

Reportagem do periódico digital Web TV Velho Chico, foi até o Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, em Canindé de São Francisco, mostrar a produção de uva que é fruto do termo de cooperação entre a Embrapa Semiárido [Petrolina-PE] e a empresa sergipana.

A matéria mostra que passados os três anos desde que as primeiras mudas de videiras foram plantadas e em plena quarta colheita comercial nos dois lotes irrigados pela Cohidro, a produção ainda trás novidades: enviou carregamento de frutos para a indústria de vinhos e sucos e em breve haverá no mercado unidades desses produtos originários dos parreirais de Canindé.

Quarta colheita de uvas em perímetro irrigado consolida cultura no Sertão

Cohidro e Embrapa promoverão Dia de Campo para disseminar técnicas e vantagens do cultivo da uva na região
Foto: Arquivo Pessoal

Mais uma colheita de uva teve início no Perímetro Irrigado Califórnia, nos campos experimentais implantados pelo convênio de transferência de tecnologia entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Até o final de abril, de Canindé de São Francisco partem as doces e enrubrescidas uvas para as feiras e mercados localizados na extensão que vai do Alto Sertão ao Agreste Sergipano. A cooperativa de produtores busca o aumento do número de viticultores, tornando viável a produção de polpas e sucos.

Para disseminar técnicas e vantagens do cultivo da uva na região, a gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes conta que realizará um Dia de Campo com Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), para definir a data. “Para os produtores, a cultura traz a possibilidade de industrializarem os frutos; para a economia do perímetro irrigado e da cidade, a possibilidade de ter uma produção agrícola especializada, de alto valor agregado e que foge dos produtos de ciclos curtos e de baixa rentabilidade, como o quiabo. Além da uva, queremos que o dia de campo trate da produção de pera, que temos aqui em outro campo experimental da Embrapa, já produzindo”, explica.

O irrigante Levi Alves Ribeiro, mais conhecido como Sidrack, é um dos produtores que abrigam em seu lote as videiras experimentais do convênio com a Embrapa, partindo para a sua quarta colheita comercial. Para ter o produto disponível à venda por mais tempo, ele adota o manejo da poda escalonada. É a poda da planta, seguido do uso de insumos adequados para aumentar a sua vitalidade, impulsionando a produção dos cachos. Se esse processo for feito em uma parte do parreiral por semana, de maneira escalonada, a colheita seguirá o mesmo cronograma, oferecendo frutos que amadurecem em períodos diferentes.

Ele se empolga com a possibilidade de o dia de campo angariar mais produtores dispostos a investir na uva. “Precisamos sempre dessa parceria com a Cohidro, para que possamos, em um futuro próximo, ter a capacidade de produzir nossas polpas de frutas, sucos, etc, agregando maior valor à produção”, disse Levi. Atualmente ele também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), por onde seria beneficiada e escoada a produção.

Sidrack e José Leidison dos Santos, outro produtor com campo experimental de uva no Califórnia, têm plantadas as variedades Isabel e BRS Violeta, próprias para sucos e vinhos. Mas em outubro de 2018, eles participaram de uma prática de campo da Embrapa sobre enxertia e produziram mudas da uva de mesa BRS Vitória, para ampliar a multiplicidade de frutas no parreiral. Além deles, o produtor Ozeias Beserra adotou um campo de peras no perímetro da Cohidro; e há mais um registro no perímetro irrigado federal Jacaré-Curituba.

Eles receberam todo o material para a construção dos campos, os sistemas de irrigação por gotejamento, as mudas, os insumos apropriados para o desenvolvimento das plantas e a assistência técnica da Embrapa durante dois anos – tempo de duração do convênio. A partir disso, a orientação aos agricultores está sendo dada pelos técnicos da Cohidro, que acompanharam todas as práticas e visitas ao pólo da Embrapa em Petrolina.

Preparo de mudas de uva e plantação de amoras no Sergipe Rural

No sábado, o programa Sergipe Rural, da TV Aperipê, mostrou a experiência do agricultor Irrigante Levi Alves Ribeiro com o plantio de mudas de uva e também da amora. No seu lote irrigado no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, existe um campo experimental de uvas, fruto da parceria de transferência de tecnologia entre Embrapa Semiárido (PE) e a Cohidro.

 

Ele já está na terceira colheita de uvas em seu parreiral que completa, mês que vem, dois anos de implantação. Mas a reportagem foi mostrar que ele agora que produzir as próprias mudas de videiras para expandir a plantação e também está experimentando mais uma espécie frutífera da trazida pela Embrapa: a amora.

 

O programa Sergipe Rural vai sempre ao ar na TV Aperipê no sábado, 7h30, com reprise domingo, 8h30 e na quarta, 9h.

Irrigantes agora produzem mudas de uva com apoio da Embrapa e Cohidro

Beneficiados pela irrigação fornecida pela Cohidro em Canindé, eles abrigam campos experimentais da fruta em seus lotes. A ampliação das áreas com uva se dará sem precisar adquirir mudas fora de Sergipe.

Mudas são feitas ‘colando’ uma amostra da planta que se pretende gerar frutos em um suporte ou cavalo de outra variedade – foto arquivo pessoal

Chega a um terceiro patamar a parceria de transferência de tecnologia entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para a produção de uvas no estado. Depois de todo preparo das videiras no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela estatal sergipana em Canindé de São Francisco (SE), e da ascensão, em duas colheitas bem-sucedidas, agora é iniciado um trabalho de replicação dos plantios, mas desta vez com mudas produzidas pelos próprios produtores, de uma variedade de mesa e de frutos sem semente.

Eles estão usando material genético de plantas adultas da variedade BRS Vitória, trazida pela Embrapa de sua unidade Semiárido em Petrolina (PE) e inédita nos plantios de Canindé, para fazer a enxertia (cavaleiro). Mas os porta-enxertos (cavalos) estão sendo retirados dos parreirais sergipanos, das variedades Isabel e BRS Violeta, uvas de mesa e apropriadas à produção de sucos e vinhos, introduzidas há quase dois anos e prestes a fazer a terceira colheita comercial. No começo destes dois campos experimentais, em lotes de irrigantes do Califórnia, as mudas vieram prontas para serem plantadas nos parreirais.

O trabalho de produzir estas novas mudas ainda é experimental e passou a ser feito pelos agricultores, técnicos agrícolas da Cohidro e seus estagiários, depois que, no dia 5, eles participaram de uma demonstração feita pelo engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes e o técnico agrícola Guy Rodrigues, ambos da Embrapa Semiárido. Segundo um dos produtores que possui um parreiral, Levi Alves Ribeiro (Sidrack), eles ainda não têm noção do quanto vão ampliar a área plantada de uva em seus lotes, o que vai depender do sucesso desse trabalho executado por eles. “Estamos iniciando o processo de produção de mudas, esperando o ‘pegamento’ dessas enxertias. Na próxima visita da Embrapa, iremos definir que área pode ser plantada”, adianta.

Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto estabelece que essa nova etapa da parceria com a Embrapa, reforça a chance para a consolidação da Viticultura em Canindé. “A possibilidade desses agricultores produzirem mudas aqui, abre campo para expansão dos parreirais para os lotes irrigados de outros agricultores atendidos pela Cohidro no Califórnia. Isso cria campo para os produtores irrigantes já engajados no projeto fazerem uma renda extra, na produção de mudas de uva a partir da irrigação fornecida pela empresa”, reconhece. Para ele, os altos custos com a compra de insumos usados na cultura e a busca por outros mercados para escoar a produção, vai fazer necessária à organização dos produtores em cooperativas.

Levi Alves já é o presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) e estuda meios de comercializar a uva fora de Canindé através da organização. Ele e José Leidison dos Santos, o outro produtor que possui um campo experimental da fruta, até agora puderam contar com o subsídio da Embrapa para arcar com os cursos de implantação dos cultivos, exceto com a terra, a água e a mão de obra. Mas quando o acordo de cooperação acabar, eles terão que tirar da própria produção de uva os rendimentos para manter a plantação, conforme explicou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

“Para que fosse possível implantar esses novos campos experimentais da uva em Canindé, de um lado entrou a Embrapa, como multiplicadora de seus resultados obtidos em pesquisas de variedades de uva adaptáveis ao Semiárido aqui em Sergipe; fornecendo mudas, materiais para construir os parreirais, sistema de irrigação por gotejo, os insumos usados na fertirrigação e a assistência técnica feita em visitas periódicas, durante 2 anos. Do outro vem a Cohidro, dispondo áreas e água de irrigação no perímetro Califórnia, cooptando produtores capacitados em levar o projeto adiante e dispondo de seus próprios técnicos, para acompanhar os agricultores em tempo integral e depois que o convênio acabar”, expõe o diretor de Irrigação da companhia.

Novas culturas
Gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moura Moraes considera ser também papel da Cohidro, o apoio e a orientação ao produtor, na hora de escolher as culturas agrícolas que vai pôr em seu lote, de modo a evitar que tomem prejuízos devidos às más escolhas. “Todos plantando a mesma coisa, ou optando por plantios que têm pouco rendimento na venda, como é o caso aqui com o quiabo, acaba trazendo pouca rentabilidade para o agricultor e até uma subutilização de toda essa infraestrutura que o Governo do Estado está oferecendo a eles”, argumenta. Ela relata que é constante a procura por novas culturas agrícolas que ampliem o leque de possibilidades de geração de renda aos irrigantes.

“Por isso damos todo apoio à produção de uva. Agora, por exemplo, disponibilizando o nosso técnico agrícola, Beto (Antônio Roberto Ramos) e os estagiários Oséias e Cleia, para ajudar os produtores a fazer as mudas. No mesmo projeto com a Embrapa, conseguimos trazer um terceiro campo experimental de pera para o lote do irrigante João Fernandes, que em breve terá a primeira colheita. Já temos um projeto piloto do ‘Balde Cheio’ (criado na Embrapa Pecuária Sudeste) instalado e produzindo muito leite no lote de Everaldo Mariano; tecnologia que fomos buscar no perímetro Jabiberi em Tobias Barreto (SE), também da Cohidro, com o apoio incondicional do nosso colega é técnico de lá, o (José Reis) Coelho”, complementa Eliane.

Convênio com a Embrapa traz amora para Canindé

Fotos: Arquivo pessoal

O Perímetro Irrigado Califórnia, unidade da Cohidro em Canindé de São Francisco, na semana passada recebeu a visita técnica do engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. Ele já atuava no processo de transferência de tecnologia entre as duas empresas, que rendeu a instalação de três campos experimentais de variedades de uva e pera adaptadas ao clima do sertão nordestino. Agora, o especialista trabalha com a introdução de mais uma cultura frutífera: a amora.

No campo experimental do produtor irrigante Levi Alves Ribeiro (Sidrack) já existem umas primeiras mudas plantadas como experiência e a intenção é de ampliar a área ocupada pela espécie, que já começa a dar seus primeiros frutos. O agricultor foi beneficiado no convênio recebendo todo material para construção dos parreirais de uva, o sistema de irrigação por gotejo adaptado à fertirrigação, os insumos necessários às plantas, as mudas e toda assistência técnica da Embrapa por dois anos. Assessoria que é complementada pela atuação dos técnicos agrícolas da Cohidro, que também é a responsável por fornecer água para irrigação nesse e nos outros 232 lotes do Califórnia.

A reportagem do programa Sergipe Rural,  da TV Aperipê, esteve no Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, em Canindé de São Francisco. As pautas seguidas pela repórter Lícia Moura e o produtor de imagens Jorge Henrique, eram a produção de mudas de uva, o plantio experimental de amoras e o cooperativismo. O programa vai sempre ao ar na TV Aperipê no sábado, 7h30, com reprise domingo, 8h30 e na quarta, 9h.

Última atualização: 8 de junho de 2020 16:00.