Governo discute plano de Segurança e de Emergência para barragens

José Carlos Felizola reuniu gestores e técnicos da Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Deso, Cohidro e Adema para reforçar as medidas preventivas nas barragens em Sergipe

O governo de Sergipe está atento às questões de prevenção nas barragens do Estado, e por conta disso, o secretário Geral de Governo, José Carlos Felizola, realizou nesta terça-feira, (05), uma reunião com os órgãos competentes para discutir as medidas preventivas que garantam a segurança estrutural das barragens que são de responsabilidade do estado – Foto: Marcos Rodrigues/ASN

O governo de Sergipe está atento às questões de prevenção nas barragens do estado e, por conta disso, o secretário Geral de Governo, José Carlos Felizola, realizou reunião, nesta terça-feira (05), com os órgãos competentes para discutir as medidas preventivas que garantam a segurança estrutural das barragens que são de responsabilidade do Estado. Na ocasião, foi debatida a implantação de Plano de Segurança de Barragem e Plano de Ação Emergencial.

Segundo José Carlos Felizola, o estado possui Sergipe possui 13 barragens. Entre elas, oito são administradas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e cinco sãos geridas pelo estado, por meio da Deso e da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O plano de Segurança pretende identificar as situações de emergência que coloquem em risco a integridade e a segurança da barragem, estabelecendo as ações necessárias para esses casos. Dessa forma, é possível evitar ou minimizar danos com perdas de vida e de propriedades.

“O importante é ressaltar que nossas barragens não têm problemas estruturais e que todas as medidas de segurança vêm sendo tomadas pelo governo, mesmo anteriormente aos desastres acontecidos em Brumadinho e em Mariana”, explica Felizola, ressaltando que as barragens localizadas em Sergipe possuem características diferentes, já que armazenam somente água para consumo humano, animal e irrigação.

Nessas barragens atuam, desde 2014, os especialistas que formam o Painel de Segurança de Barragens contratados pelo ‘Programa Águas de Sergipe’ (PAS), encaminhando ações preventivas que afastam o temor criado pelos casos de Mariana e Brumadinho.

O Painel de Segurança de Barragens do PAS, financiado com recursos do Banco Mundial, é constituído por quatro consultores nas especialidades Hidrologia, Geotécnica, Hidráulica e Concreto. Os trabalhos do corpo técnico tiveram início em 10 de novembro de 2014, data da chegada dos especialistas a Sergipe, e corresponde a um investimento contabilizado em R$ 1.132.000,00.

“Desde 2014, o governo de Sergipe, por meio do programa Águas de Sergipe, contratou especialistas que elaboraram um painel de segurança nas barragens. Eles vistoriaram todas as barragens de Sergipe, elencaram uma matriz de riscos e ações de curto, médio e longo prazo”, pontua o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Melo.

O secretário executivo da Defesa Civil, Major Queiroz, reforçou que nenhuma das barragens sergipanas está irregular. “Estamos aqui para tranquilizar a população sobre as barragens. A barragem do Poxim foi a única que despertou certo receio da população.  No entanto, analisamos que o risco existente é baixo e, mesmo assim, ela está sendo monitorada pela Deso. Estamos em fase de discussão do Plano de Segurança de Barragem e Plano de Ação Emergencial, que garantirão ainda mais a segurança das barragens”, explicou.

Já o superintendente de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Olivier Chagas, destacou que os planos são preventivos. “O estado de Sergipe está se antecipando, para evitar, no futuro, algum problema”, completou.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Governo investe mais de R$1,8 milhão para modernização dos sistemas de informática da Cohidro e Emdagro

Novo servidor informático da Cohidro (foto Ascom Cohidro)

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), por meio do Programa Águas de Sergipe, assinou um termo que autoriza a compra e a posse de diversos equipamentos de informática para a modernização dos sistemas de tecnologia da informação da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe de (Emdagro). O valor total do investimento é superior a R$1,8 milhão.

Dentro do Programa Águas de Sergipe, financiado pelo Banco Mundial, existem ações que visam modernizar e dar uma melhor estrutura às empresas e agentes que fazem parte do Programa, como a Cohidro e Emdagro. Uma dessas ações é dotar essas empresas com modernos equipamentos de mobília e, neste caso, de tecnologia da informação para que elas possam melhor desempenhar suas ações.

“Esse investimento vai possibilitar que essas empresas modernizem seus sistemas e tenham mais automação para prestar seus serviços à população. Considero a Emdagro e a Cohidro como duas empresas fundamentais que prestam serviços relevantes ao homem do campo, ao pequeno agricultor familiar. É importante salientar que esses equipamentos vão chegar também aos escritórios desses órgãos no interior do Estado”, destaca o secretário Olivier Chagas, o qual classifica a Cohidro e a Emdagro como parceiras abnegadas.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca, destacou o papel da Semarh e de Olivier para o andamento das ações do programa. “A gente tem que reconhecer que, nos últimos quatro anos, com a gestão de Olivier no comando da Semarh, o Programa avançou bastante. No caso da Cohidro, os avanços foram significativos e estamos executando diversas obras dentro dos perímetros irrigados. Temos um programa de segurança das barragens, também do Programa, que é de extrema importância para o Estado, para que possamos agir no caso de uma emergência. Essa assinatura sobre os equipamentos de informáticas também é fundamental para a Cohidro, porque ela tem uma infraestrutura deficitária nesse segmento, a exemplo de rede de fibra ótica, um servidor. Não é só importante para a Cohidro, é importante para os produtores irrigados. Vamos ter mais condições de cobrar tarifas e elaborar boletos, é condição de trabalho para todos”, elogia.

Opinião semelhante tem o diretor-presidente da Emdagro, Jeferson Feitosa. “Temos de aplaudir o secretário Olivier pela sua gestão como um todo.  O Programa Águas de Sergipe continua e a importância que ele tem para a Emdagro eu reputo como extremamente importante, por levar ações para o homem do campo. Esses equipamentos vão para atividades fim da Emdagro, beneficiando o produtor”, enaltece.

O coordenador da Unidade de Administração do Programa Águas de Sergipe (Uapas), Everton Teixeira, explica que a assinatura contempla várias compras de equipamentos de informática e o mais importante: um novo servidor para cada uma dessas empresas. “Um servidor moderno que vai permitir sobrevida de 15 a 20 anos além dos equipamentos adicionais, como computadores, microcomputadores, notebooks e outros equipamentos que vão permitir uma modernização muito grande, tanto em suas sedes como nos escritórios regionais, o que certamente irá beneficiar os pequenos agricultores”, conclui.

Águas de Sergipe
O governo de Sergipe nutre, por meio da Semarh, uma parceria sólida com o Banco Mundial para a realização de obras estruturantes capitaneadas pelo Águas de Sergipe, o qual visa promover o uso eficiente das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, aperfeiçoando práticas de manejo do solo e da qualidade do sistema fluvial.

Com o programa, são realizados investimentos especialmente em esgoto, irrigação, drenagem e resíduos sólidos, com cerca de 80 ações em diversos municípios, despontando como um dos mais importantes projetos desenvolvidos pelo Estado. O programa é fruto de acordo de empréstimo concedido pela entidade internacional, avaliado em R$117 milhões, sendo R$ 47 milhões em contrapartida já honrados pelo Estado.

Três componentes
O programa foi desenvolvido em três grandes frentes ou componentes de trabalho. No componente 1, o foco é a estruturação da estratégia de cuidados dos recursos hídricos do Estado.

Já o componente 2 visa executar medidas que venham a melhorar a qualidade e utilização dos recursos hídricos nas áreas de atuação dos perímetros irrigados da agricultura familiar. Além disso, esse componente dá condições para que as parceiras Cohidro e da Emdagro fortaleçam suas atividades institucionais, dotando essas empresas de equipamentos, de veículos, de reformas de estruturas, com atualização de softwares, informática, dando condições a elas de executar melhor o seu papel.

Considerado o mais importante do programa, o Componente 3 tem obras estruturantes de esgotamento sanitário, executada pela Deso. Uma das ações mais pujante acontece no município de Itabaiana, região Agreste do Estado, com a obra, já concluída, da estação elevatória e de tratamento de esgoto, dando um grande passo para a despoluição do rio Jacarecica, que é afluente do rio Sergipe e interligado ao açude da Marcela.

Em Nossa Senhora das Dores ocorre implantação do sistema de esgotamento sanitário. Serão 80% da população urbana atingidos, ou seja, mais de 20 mil pessoas atendidas através de mais de 4.500 ligações.

Outra importantíssima obra é a reconstrução da antiga ponte de Pedra Branca, entre os municípios de Laranjeiras e Maruim, e a recomposição do trecho original da adutora do São Francisco. São mais de R$ 16 milhões sendo investidos para que aproximadamente um milhão de pessoas continuem recebendo água em suas casas. A obra começou em 2016 e tem previsão de término para este ano.

 

Fonte: Ascom/Semarh

Sementes doadas pelo Governo do Estado tiveram rendimento certo em perímetros irrigados no Sertão

Aproveitamento das sementes é de 100%. Irrigação da Cohidro fornece principal insumo para agricultores irrigantes suprirem demanda de ração animal para criadores durante o verão seco.

Edivânia Freitas garantiu o milho para produzir espigas e palhada de fazer ração para carneiros, cabras e a vaca que cria (foto Ascom Cohidro – Fernando Augusto)

Das 12 toneladas de sementes de milho entregues pelo Governo do Estado em Canindé de São Francisco (SE) este ano, 4.350 quilos ficaram a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) distribuir entre os irrigantes dos perímetros irrigados Califórnia, que a empresa administra, e o Jacaré-Curituba (Codevasf). A partir de setembro, 435 produtores começaram o plantio irrigado para que já em novembro pudessem começar a colher a forragem, dando suporte à alimentação dos rebanhos sertanejos no período de maior seca. Se todo milho for aproveitado para a silagem, a estimativa é de uma produção próxima das 8.000 toneladas de ração animal.

Ao todo a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), distribuiu 247 toneladas de sementes certificadas de milho das variedades BRS Caatingueiro e BR 106, e 90 toneladas de sementes de milho na variedade Crioula, atendendo os municípios de Carira, Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Poço Redondo e Canindé do São Francisco. Um investimento de R$ 1.383.200,00, recursos estaduais do Fundo Estadual de Erradicação e Combate à Pobreza (Funcep).

Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, o aproveitamento das sementes nos perímetros irrigados é praticamente de 100%. “O plantio, usando a irrigação que nós fornecemos durante todo ano, não está condicionado à periodicidade de chuvas que nós sabemos não ter sido significativa em 2018. Mas essa parcela do que foi doado teve bom uso. Como resultou em uma safra fora da época junina, quando a procura pelo milho espiga é maior, está resultando em um milho quase todo aproveitado na alimentação animal, que casa perfeitamente com a real necessidade que passam todos os criadores do Alto Sertão, da falta de chuvas e muito pouco para dar ao gado nas propriedades”, argumenta.

Edivânia Freitas Santos foi uma agricultora familiar que em setembro recebeu uma saca de 10 quilos da semente BRS Caatingueiro, variedade de milho superprecoce que produz grãos entre 90 e 100 dias. Após plantar no perímetro Califórnia, ela tem a intenção de aproveitar as espigas e moer a palha para fazer ração, destinada à sua criação de cabras, ovelhas e uma vaca. “Muito bom, pois a situação que está agora não está podendo nem comprar, porque está muito caro o milho. Por isso estamos com a área lá desocupada, porque o interesse é de plantar o milho, mas como estava sem condições de comprar a semente. E agora graças Deus consegui, porque não tem inverno, mas tem a irrigação, e com fé em deus vamos plantar e colher”, justifica.

Em 2018, houve tempo hábil, já em meados do mês de maio, para que a entrega de sementes do Governo do Estado ocorresse antes do período de chuvas no inverno. “Queremos todo mundo com sua semente em casa. Isso será bom para ajudar o pequeno agricultor, principalmente, aquele que participa da agricultura familiar. Isso é possível graças aos recursos adquiridos através do Fundo de Pobreza, recursos arrecadados pelo tesouro do Estado, através dos impostos que são pagos pela população e que a gente faz questão de reservar ano a ano. Temos essa preocupação de reservar essa quantidade para que possamos adquirir essas sementes e distribuir para o pequeno agricultor”, destacou o governador Belivaldo Chagas.

Titular da Seagri, Rose Rodrigues destacou a qualidade da semente e o impacto que elas terão na produção agrícola do estado.  “Essa semente é selecionada e chega na hora certa. Ela é uma semente com dupla aptidão, tanto para forragem quanto para grãos. É uma semente adaptada para a região, semente caatingueiro”. A secretária ainda afirmou que a distribuição das sementes é a mão do Estado fomentando a agricultura camponesa. Ela cumprimentou a equipe da Emdagro que, através dos seus técnicos, oferece tecnologia ao campo.

A distribuição feita no escritório da Cohidro, segundo a gerente do perímetro Califórnia  Eliane de Moura Morais, seguiu critérios que certificassem a condição de baixa renda dos agricultores familiares. “Esteve disponível para entrega a quem se interessasse as sementes de milho para plantio aqui na sede da Cohidro. Foram mais de 4 mil quilos à disposição dos produtores do Califórnia e Jacaré-Curitiba. Fazia o cadastro e levava uma saca de 10 quilos, trazendo o NIS (Número de Identificação Social), Cartão Cidadão ou Cartão da Bolsa Família”, explicou. Ela conta que já em novembro houve colheita deste milho. “Alguns colheram só a palha para fazer a silagem, nem esperaram embonecar”.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica que o aproveitamento do milho na ensilagem representa uma capacidade de armazenar grandes quantidades de alimento para os animais em pequenos espaços e por longos períodos de tempo, preservando as propriedades nutricionais das plantas. “É um método ideal para quem pretende plantar o milho com a intenção de comercializar com os criadores da região. Quando é para aproveitamento com animais no próprio lote, é feito em silos ou cobertura em lona. Como o objetivo de comercialização, os produtores o fazem em sacos plásticos vedados, para que haja o processo anaeróbico de fermentação por bactérias”, orienta. Ainda segundo ele, foram colhidos 333 hectares de milho durante em 2018 nos perímetros irrigados administrados pela empresa, onde o aproveitamento das plantas é completo, com o uso integral ou só da palhada para ração.

Por Ascom Cohidro com informações da ASN

 

Governo promove seminário para discutir uso indiscriminado de agrotóxicos

Equipe da Dirir Cohidro no evento Terezinha Albuquerque (Gedea), João Fonseca (diretor), Mariane e Karla Betyna (estagiárias) – foto Stefânia Leal (Ascom/Cohidro)

O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, representou o governador Belivaldo Chagas na manhã desta terça-feira, 18, no auditório do Hotel Radisson, em Aracaju, durante a realização do Seminário sobre “Procedimentos de Segurança no Controle de Vetores e Agrotóxicos”, que tem por finalidade alertar e sensibilizar a sociedade e gestores municipais para os cuidados com o uso indiscriminado dos defensivos químicos, além de incentivar políticas públicas de educação ambiental.

O evento representa mais uma ação do Programa Águas de Sergipe – coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) – no tocante aos cuidados com os agrotóxicos, cujo investimento é de quase R$1 milhão, via operação de crédito com o Banco Mundial, e tem como principais parceiras as secretarias de Estado de Saúde, de Educação, da Agricultura, além de outros intervenientes como a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).

Nesse sentido, foi contratada a empresa STCP Engenharia e Projetos para mobilizar e capacitar os agricultores familiares que estão no entorno da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe em 26 municípios, além dos gestores municipais com o intuito de minimizar o uso desses agrotóxicos ou utilizá-los de forma responsável e consciente, sem agredir o meio ambiente, já que um ambiente natural contaminado gera riscos não somente à natureza, mas à saúde pública, como explica o gestor da Semarh.

“A Semarh tem uma ação voltada para a questão dos agrotóxicos dentro do Programa Águas de Sergipe, que é uma ação que buscamos fazer da melhor forma possível. Por isso, envolvemos, além da Semarh, as secretarias de Saúde, Educação e Agricultura. Estamos com essa ação voltada para trabalhar de forma centrada na Bacia do Rio Sergipe, que abrange 26 municípios e buscamos trabalhar com os agricultores, seus familiares, agentes de saúde e professores da zona rural para que possamos envolver ainda mais pessoas nesse longo processo de consciência da problemática dos agrotóxicos”, destacou o gestor.

Ainda segundo Olivier, existe uma cultura nociva dos usos dos agrotóxicos de forma aleatória, sem observar a legislação e o controle técnico. “Nós queremos passar para a sociedade, seja o agricultor familiar ou o que tem um maior negócio na agricultura, uma consciência de que o manejo desse produto precisa ser comedido. A ação de campo tem acontecido já há algum tempo e o governo contratou essa empresa especializada, a STCP, que tem o trabalho de fazer essa mobilização no campo, conversando com os agricultores, fazendo reuniões com as associações e cooperativas. Esse seminário serve para o estado inteiro”, reforça.

A secretária de Estado da Agricultura, Rose Rodrigues, também comunga da opinião de Olivier. Para ela, é muito importante disseminar informação dos malefícios que ocorrem com a aplicação dos defensivos químicos. “Eventos como esses, que alertam sobre os riscos desse produto, da importância de se usar equipamentos para o manejo, são importantes para mitigar os efeitos nocivos, desde a questão ambiental e de saúde pública. O papel do Estado é sensibilizar e construir informações seguras, tanto para o produtor, quanto para o consumidor”, avalia.

Quem também esteve presente foi João Quintiliano, diretor da Cohidro, o qual classificou o evento como “fundamental”. “É muito importante preparar e capacitar as pessoas que estão envolvidas no uso diário dos agroquímicos e agrotóxicos nas áreas dos perímetros irrigados administrados pela Cohidro e que a gente sabe que existe uso contínuo em função das exigências das próprias culturas e da questão econômica. Entendemos que o produtor precisa utilizar esses produtos quando aparecem pragas, mas eles precisam compreender a melhor forma de utilizar e, principalmente, qual produto utilizar”, disse, ao enfatizar a questão do descarte das embalagens que precisam ser feitas de forma adequadas.

Identificação
O vice-presidente da STCP Engenharia e Projetos, Joésio Siqueira, lembrou que o Governo identificou alguns problemas relacionados ao inadequado uso de material químico para a produção agrícola, em especial para a agricultura familiar.

“E isso estava trazendo problemas para a qualidade das águas da bacia do rio Sergipe. Visando conter essa situação, o governo procurou recursos do Banco Mundial para minimizar o uso desse material químico. É esse o trabalho que estamos fazendo. É um processo de gestão integrada, nós não estamos capacitando apenas os agricultores familiares para o adequado uso desses produtos químicos, mas sim aos gestores e grupos de técnicos do governo que lidam diretamente com a agricultura familiar”, afirmou.

O representante de uma cooperativa de agricultores familiares em Moita Bonita, José Joelito Costa Santos, disse que conscientizar as pessoas faz parte do processo de controle, mas ele pede cautela com relação à demonização dos agrotóxicos. “Entendemos que os agrotóxicos causam um impacto muito negativo no meio ambiente e precisa ser muito bem debatido, porque da mesma forma que algumas pessoas acham que ele é prejudicial, ele também pode ser um aliado do agricultor. O importante é a forma como a gente trata o tema. Não vejo o agrotóxico como inimigo, vejo como algo que deve ser melhor trabalhado para que ele possa, sim, ter a função a qual foi criado”.

Palestra
Durante o seminário, ocorreu a palestra da doutora em Saúde Pública Bárbara Geraldino. “O homem, há milhões de anos, se via na natureza como parte constituinte dela. E a agricultura era praticada de forma a não lesionar o meio ambiente, mas hoje esse meio em que vivemos é afetado diretamente pela ação do homem. Quando se fala em sobrevivência é, de fato, aquilo que precisamos apenas para sobreviver com todas as outras espécies”, expôs.

Participação
Participaram do seminário cerca de 400 pessoas, dentre as quais Márcia Feitosa, representante da SES; Pedro Santana, representante da Seed; Aparecida Andrade, representante da Emdagro; além de secretários municipais de Saúde, Educação e Meio Ambiente; coordenadores de Vigilância Epidemiológica; coordenadores de Educação Ambiental das Diretorias Regionais da Educação; e demais autoridades.

Fonte: Ascom/Semarh

UFS Campus do Sertão descobre agricultura irrigada do perímetro da Cohidro em Lagarto

Duas turmas de estudantes de Agronomia do Campus do Sertão visitaram o perímetro em pouco mais de um mês – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)

Duas visitas seguidas de diferentes turmas do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Campus do Sertão, situado em Nossa Senhora da Glória (SE), ocorreram ao Perímetro Irrigado Piauí, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto (SE). Nos dias 16 de outubro e 27 de novembro, professores e alunos quiseram conhecer os métodos empregados para os cultivos irrigados, convencionais ou orgânicos e de que forma os técnicos agrícolas da empresa estadual acompanham e colaboram com essa produção agrícola.

O curso superior é considerado novo em Glória, iniciou em 2016, e em outubro 24 estudantes da primeira turma de Agronomia do campus, hoje em seu 4º ciclo, foram levados pelos professores-doutores da UFS Thiago Matos Andrade e Gustavo Hugo Ferreira de Oliveira até o perímetro Piauí. A viagem técnica faz parte do módulo de Sistemas Agrícolas II, onde eles estudam fruticultura e olericultura. Depois de conhecer a infraestrutura da Cohidro que envia água para os 421 lotes irrigados, a Estação de Bombeamento 02, os estudantes seguiram para a visita técnica ao campo. Começando na plantação de banana prata anã do irrigante Rosendo José dos Santos. O plantio se destaca pelo uso da microaspersão com fertirrigação, mais econômica e eficiente, levando o fertilizante diluído na água de irrigação até as plantas.

A estudante de Porto da Folha (SE) que faz Agronomia em Glória, Andreza de Paula Pereira, está no 4º ciclo de agronomia e foi à visita acadêmica confirmar aquilo que viu em sala de aula. “Então, a gente está vendo na prática as coisas que a gente já vê na teoria. A questão da produção da banana, toda a forma de plantio, da irrigação, da fertirrigação. São coisas que a gente já vê no nosso cotidiano, nas questões da teoria. Vimos que tem a questão da Sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) que a gente já tinha debatido muito em sala de aula. Então, é juntar o útil ao agradável”, avaliou.

“Essa turma pôde ver de perto como o seu Rosendo está tratando a Sigatoka sem contabilizar prejuízos na plantação. Dalí, eu e os técnicos Willians Domingos e Marcos Emílio Almeida, levamos eles para conhecer um lote com diferentes espécies de pimentas: malagueta, jalapeño e biquinho, todas elas são fornecidas para a indústria aqui mesmo em Lagarto. O passeio dos alunos terminou no lote de João Pacheco, produtor orgânico há mais de 15 anos. Mostrando para esses estudantes que no perímetro existe também essa preocupação com a saúde das pessoas e meio ambiente. O João Pacheco e mais 10 produtores são reconhecidos e inscritos no Ministério da Agricultura através da OCS (Organização de Controle Social), o que dá direito deles vender nas feiras e direto nos lotes, os produtos como orgânicos”, esclareceu Gildo Almeida Lima, gerente do perímetro Piauí.

Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, a relação com os perímetros irrigados e a academia de Ciências Agrárias contribui muito com a formação desses futuros profissionais. “Fazendo essas visitas aos nossos perímetros, é possível de confrontar não só o que eles aprendem nos livros, mas também de ver muita coisa que eles não vão encontrar na agricultura convencional de sequeiro. Com a irrigação pública, garantida para esses produtores há 31 anos pelo Governo do Estado, praticamente é possível se plantar de tudo um e se qualifica em um laboratório vivo para o futuro agrônomo, inclusive para futuras incursões individuais que ele possa precisar fazer para concluir sua formação. As ‘porteiras’ desses perímetros estão sempre abertas para a comunidade acadêmica, onde já recebemos visitantes que vão desde o pré-escolar até os que fazem pós-graduação superior”, informa.

Thiago Matos, engenheiro agrônomo pela UFS e com título de mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Lavras (MG), reforça que a visita acadêmica dá suporte ao conteúdo teórico que ele leciona em sala de aula. “A gente trata das culturas que são as hortaliças e uma parte da fruticultura, como a cultura de maracujá, ou coco, ou a banana. E como aqui a Cohidro tem essa representação com todas as culturas, nada melhor do que ver aquele conteúdo que ele está vendo lá em sala, para ter o contato propriamente com o campo”, argumenta o professor.

Segunda turma de Agronomia
Já em novembro, novamente os professores trazem seus alunos ao perímetro Piauí. Desta vez os estudantes do 3º ciclo, segunda turma de Agronomia do Campus do Sertão, pela disciplina Sistemas Agrícolas I e com um grupo maior: 28 alunos. Durante estas duas passagens pelo polo irrigado, o doutor Thiago Matos instituía notas de pela participação dos acadêmicos, mas também avaliava a condução da agricultura adotada por agricultores irrigantes, técnicos agrícolas e de como se comportava a empresa para com esses públicos que assiste.

“Um trabalho bom, a gente está vendo a substituição do sistema de irrigação antigo que consumia mais água, por um sistema mais moderno, como no caso aqui do gotejamento, esses avanços. Essa forma própria da condução (seleção de plantas por touceira) também é uma tecnologia bem mais nova, mais recente, pude perceber que incrementa produção, então está sendo bem satisfatório. Os técnicos daqui estão de parabéns pelo trabalho e que continue assim”, considera o professor Thiago.

Esse segundo grupo vindo do campus de Glória pôde conhecer a produção de tomate feita pelo irrigante Gidelson Gonçalves, utilizando um sistema moderno de cobertura dos canteiros com lonas do tipo mulching. “A tecnologia não é nova no nosso perímetro irrigado de Lagarto e consiste em proteger os frutos do acesso ao solo, inibindo o aparecimento de doenças e pragas que afetam diretamente a qualidade do produto. Além disso, auxiliam na propagação dos raios solares em toda planta, através do reflexo feito pelo material plástico. A água de irrigação, fornecida à planta a partir de mangueiras de gotejo que passam por debaixo da lona, também é melhor aproveitada, pois sofre muito menos evaporação com essa cobertura, resultando em economia de água e de nutrientes que seguem até a planta pela fertirrigação”, argumentou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

Aprendizado
O outro professor que acompanhou as turmas, Gustavo Hugo, é engenheiro agrônomo e doutor em melhoramento genético de plantas. Ele leciona os módulos Sistemas Agrícolas I e II, para as duas turmas de alunos visitantes. O assunto dado por ele cuida das hortaliças, frutos, a parte de fruticultura e grandes cultas também, como o milho e cana. “Acho que o maior objetivo nosso como tutores, professores da UFS é trazer a realidade do agricultor para os alunos e acredito que essa parceria com a Cohidro aqui de Lagarto, a gente pode dar essa vivência para os alunos, tanto do campo, como propriamente as dificuldades do agricultor no dia a dia. Eu acho que é isso, que a universidade tem que romper as barreiras e tirar os alunos daquela teoria, e partir para colocar eles na prática”, defende.

“Tanto a questão da organização do espaçamento das plantas, a de deixar o ‘mato’ para a reciclagem de nutrientes, do vapor de transpiração. Também a gente viu bastante a questão das folhas no chão, que isso é muito interessante, tanto para o olhar técnico para a conservação do solo, quanto para o agricultor, para potencializar o uso do que ele tem na área”, lista a estudante Andreza sobre o que aprendeu na visita à produção de bananas no perímetro. Na avaliação dela, os aspectos econômicos não passaram despercebidos. “Ele falou que é bem rentável, são híbridos e que apresentam potencialidade boa e falou do escoamento, que tem um bom escoamento. Essa é uma cadeia muito importante para a produção e faz parte da preocupação do curso também”.

Segundo seu professor, “vai ter um grande agregado de conhecimento. Desde a hora que chegamos, com uma recepção com a explicação de tudo que acontece no perímetro. Acho que isso eles vão levar para a vida profissional deles e uma volta futura, quem sabe, como profissional já nesse ramo, cuidando tanto da irrigação como a parte das hortaliças, orgânicos e fruticultura. Eles estão vendo, o produtor e técnicos aí dando esse conhecimento para eles discutir, vendo a realidade e finalizando como essa grande oportunidade de ver uma agricultura 100% orgânica na região”, conclui o professor Gustavo Hugo.

Agricultura orgânica
Thalisson Oliveira Vieira é outro aluno do 4º de Agronomia. Para ele, o ponto alto da visita foi no lote agroecológico do irrigante João Pacheco, há 15 produzindo com sucesso. “Tendo em vista que ele tem um acompanhamento técnico com o pessoal da Cohidro; tem um selo que certifica a idoneidade dele com relação ao produto orgânico que ele comercializa. Ele tem um sistema de compostagem, que é essencial no processo de produção. Ele evita trazer o máximo de insumos de fora, procura utilizar-se dos próprios insumos da propriedade para que ele consiga produzir e isso potencializa a sua margem de lucro também”, listou.

Para o estudante, o diferencial do agricultor orgânico não ficou só no campo agronômico, pois identificou que no lote irrigado de João Pacheco existe uma visão empresarial e de fidelização do cliente. “Ele tem até a própria quitanda de venda em sua propriedade, onde ele possibilita que os clientes venham colher em sua lavoura. Essa interação entre agricultor e consumidor é de extrema importância, visto que isso é uma atividade muito difundida dentro da agroecologia, que é o ciclo de confiança entre agricultor e consumidor. Isso é extremamente importante e é uma coisa que a gente vê cada vez menos dentro do cenário global dos sistemas de produção agrícola”, avaliou Thalisson, que estuda em Glória, mas é natural de Lagarto.

 

Governo reúne órgãos e traça estratégias para combater uso irregular de água em perímetros irrigados

Foto: Ascom/Semarh

A agricultura irrigada tem forte impacto na melhoria da qualidade de vida das pessoas. E a busca pelo uso eficiente da água nos seis perímetros irrigados sergipanos é um dos principais objetivos do governo do Estado, que entende que a problemática da escassez da água, no Brasil e no mundo, é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo adequado, além dos usos irregulares, principalmente nos segmentos agrícola e industrial.

Nesse sentido, o Estado, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), em parceria com o Pelotão da Polícia Militar Ambiental e demais órgãos correlatos, tem se reunido periodicamente para traçar diretrizes que objetivam fiscalizar o uso irregular da água, principalmente nos perímetros irrigados.

“O Estado está reunindo seus órgãos para apertar o cinto e intensificar a fiscalização nessas áreas e identificar possíveis abusos com o uso da água. O problema da água não é só de Sergipe, atinge, como todos nós sabemos, o Brasil e mundo, e fazer reuniões como essas, traçando uma medida mais enérgica, significa que o governo, com base em diálogos, está trabalhando para que o acesso à água seja igualitário”, afirmou o gestor da Semarh, Olivier Chagas.

Opinião semelhante tem o diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano Fonseca. “A reunião foi proveitosa. A Semarh e Cohidro trabalham em parceria para economizar água e energia dentro dos projetos de irrigação. Essa reunião tem objetivo de traçar parcerias no sentido de atuar nessas áreas irrigadas e nas bacias hidráulicas, ajudando a educar e convencer as pessoas de que a água é um bem vital e que a situação hídrica é complicada. Os irrigantes precisam entender que a fiscalização é para o bem de todos, principalmente para a população que usa essa água para consumo”.

O superintendente de Recursos Hídricos da Semarh, Aílton Rocha, disse que combater o uso irregular de água é sinal de compromisso não somente com os usuários de hoje, mas de gerações futuras. “Eu acredito muito no diálogo, mas o Estado não pode perder a firmeza. O que está em jogo é o futuro dos perímetros e, principalmente, dos usuários”.

Perímetros irrigados

Sergipe gerencia seis perímetros irrigados de produtores de agricultura familiar: em Canindé de São Francisco, com o perímetro Califórnia; Jacarecica 1 e Ribeira, em Itabaiana; Jacarecica 2, em Riachuelo e Malhador; Jabiberi, em Tobias Barreto; e Piauí, em Lagarto.

Fonte e Fotos: Ascom/Semarh

Irrigantes agora produzem mudas de uva com apoio da Embrapa e Cohidro

Beneficiados pela irrigação fornecida pela Cohidro em Canindé, eles abrigam campos experimentais da fruta em seus lotes. A ampliação das áreas com uva se dará sem precisar adquirir mudas fora de Sergipe.

Mudas são feitas ‘colando’ uma amostra da planta que se pretende gerar frutos em um suporte ou cavalo de outra variedade – foto arquivo pessoal

Chega a um terceiro patamar a parceria de transferência de tecnologia entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para a produção de uvas no estado. Depois de todo preparo das videiras no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela estatal sergipana em Canindé de São Francisco (SE), e da ascensão, em duas colheitas bem-sucedidas, agora é iniciado um trabalho de replicação dos plantios, mas desta vez com mudas produzidas pelos próprios produtores, de uma variedade de mesa e de frutos sem semente.

Eles estão usando material genético de plantas adultas da variedade BRS Vitória, trazida pela Embrapa de sua unidade Semiárido em Petrolina (PE) e inédita nos plantios de Canindé, para fazer a enxertia (cavaleiro). Mas os porta-enxertos (cavalos) estão sendo retirados dos parreirais sergipanos, das variedades Isabel e BRS Violeta, uvas de mesa e apropriadas à produção de sucos e vinhos, introduzidas há quase dois anos e prestes a fazer a terceira colheita comercial. No começo destes dois campos experimentais, em lotes de irrigantes do Califórnia, as mudas vieram prontas para serem plantadas nos parreirais.

O trabalho de produzir estas novas mudas ainda é experimental e passou a ser feito pelos agricultores, técnicos agrícolas da Cohidro e seus estagiários, depois que, no dia 5, eles participaram de uma demonstração feita pelo engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes e o técnico agrícola Guy Rodrigues, ambos da Embrapa Semiárido. Segundo um dos produtores que possui um parreiral, Levi Alves Ribeiro (Sidrack), eles ainda não têm noção do quanto vão ampliar a área plantada de uva em seus lotes, o que vai depender do sucesso desse trabalho executado por eles. “Estamos iniciando o processo de produção de mudas, esperando o ‘pegamento’ dessas enxertias. Na próxima visita da Embrapa, iremos definir que área pode ser plantada”, adianta.

Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto estabelece que essa nova etapa da parceria com a Embrapa, reforça a chance para a consolidação da Viticultura em Canindé. “A possibilidade desses agricultores produzirem mudas aqui, abre campo para expansão dos parreirais para os lotes irrigados de outros agricultores atendidos pela Cohidro no Califórnia. Isso cria campo para os produtores irrigantes já engajados no projeto fazerem uma renda extra, na produção de mudas de uva a partir da irrigação fornecida pela empresa”, reconhece. Para ele, os altos custos com a compra de insumos usados na cultura e a busca por outros mercados para escoar a produção, vai fazer necessária à organização dos produtores em cooperativas.

Levi Alves já é o presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) e estuda meios de comercializar a uva fora de Canindé através da organização. Ele e José Leidison dos Santos, o outro produtor que possui um campo experimental da fruta, até agora puderam contar com o subsídio da Embrapa para arcar com os cursos de implantação dos cultivos, exceto com a terra, a água e a mão de obra. Mas quando o acordo de cooperação acabar, eles terão que tirar da própria produção de uva os rendimentos para manter a plantação, conforme explicou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

“Para que fosse possível implantar esses novos campos experimentais da uva em Canindé, de um lado entrou a Embrapa, como multiplicadora de seus resultados obtidos em pesquisas de variedades de uva adaptáveis ao Semiárido aqui em Sergipe; fornecendo mudas, materiais para construir os parreirais, sistema de irrigação por gotejo, os insumos usados na fertirrigação e a assistência técnica feita em visitas periódicas, durante 2 anos. Do outro vem a Cohidro, dispondo áreas e água de irrigação no perímetro Califórnia, cooptando produtores capacitados em levar o projeto adiante e dispondo de seus próprios técnicos, para acompanhar os agricultores em tempo integral e depois que o convênio acabar”, expõe o diretor de Irrigação da companhia.

Novas culturas
Gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moura Moraes considera ser também papel da Cohidro, o apoio e a orientação ao produtor, na hora de escolher as culturas agrícolas que vai pôr em seu lote, de modo a evitar que tomem prejuízos devidos às más escolhas. “Todos plantando a mesma coisa, ou optando por plantios que têm pouco rendimento na venda, como é o caso aqui com o quiabo, acaba trazendo pouca rentabilidade para o agricultor e até uma subutilização de toda essa infraestrutura que o Governo do Estado está oferecendo a eles”, argumenta. Ela relata que é constante a procura por novas culturas agrícolas que ampliem o leque de possibilidades de geração de renda aos irrigantes.

“Por isso damos todo apoio à produção de uva. Agora, por exemplo, disponibilizando o nosso técnico agrícola, Beto (Antônio Roberto Ramos) e os estagiários Oséias e Cleia, para ajudar os produtores a fazer as mudas. No mesmo projeto com a Embrapa, conseguimos trazer um terceiro campo experimental de pera para o lote do irrigante João Fernandes, que em breve terá a primeira colheita. Já temos um projeto piloto do ‘Balde Cheio’ (criado na Embrapa Pecuária Sudeste) instalado e produzindo muito leite no lote de Everaldo Mariano; tecnologia que fomos buscar no perímetro Jabiberi em Tobias Barreto (SE), também da Cohidro, com o apoio incondicional do nosso colega é técnico de lá, o (José Reis) Coelho”, complementa Eliane.

Governo do Estado moderniza irrigação pública em Itabaiana

Todos os 592 lotes da Ribeira e do Jacarecica I, estão recebendo kits de irrigação localizada e automatizada, que estabilizarão a distribuição de água, economizando 60% no consumo e reduzindo 50% na conta de eletricidade dos perímetros.

 

Dona Josefa, com ajuda da família, tira o sustendo da lida com o lote irrigado pela Cohidro e agora com irrigação nova e automatizada – foto Ascom Cohidro

Produtores agrícolas atendidos pela  Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana, já reconhecem a melhoria no sistema de irrigação que a empresa está implantando em todos os lotes. Na sequência, o Jacarecica I será a unidade no mesmo município que vai receber também os microaspersores, mangueiras, tubulações, válvula de controle de pressão, hidrômetro e controlador que automatiza a distribuição de água em cada parcela do lote. Tudo novo, e adquirido pelo Governo do Estado através do Programa Águas de Sergipe (PAS) e financiado pelo Banco Mundial, um investimento de R$ 14.334.110,64.

Dona Josefa Santos Bispo (57 anos), é atendida pela irrigação fornecida pela Ribeira desde o início do perímetro e criou os cinco filhos com o trabalho na lavoura. Faziam 15 dias desde que as equipes da empresa licitada tinham instalado os novos equipamentos em seu lote de 1 hectare (ha). “Estou achando ótimo, não tenho do que reclamar. Planto amendoim, coentro, rama (batata-doce), e está muito boa, não tenho o que reclamar da irrigação. Eu estou com a Cohidro já vai completar 31 anos e só tenho a agradecer, graças a Deus. Não tem como não dar lucro, só se a pessoa não souber trabalhar”, reforçou a agricultora familiar. Hoje, é da plantação irrigada que ela tira o seu sustento e também daqueles que lhe ajudam a tocar a roça: a filha, o genro e o irmão do genro.

Passados esses quase 31 anos, desde que esses perímetros iniciaram a captar água bruta das suas barragens para irrigação dos 592 lotes agrícolas compreendidos nos dois projetos, várias mudanças foram sendo feitas nos equipamentos que cada agricultor dispunha para irrigar, assim como as áreas irrigadas acabaram sofrendo imperceptíveis aumentos de tamanho e mudanças no tipo de uso, já que hoje o que domina é a produção de hortaliças folhosas, exigindo mais água do que as culturas de ciclos mais longos, como a batata-doce, o milho e amendoim, antes mais comuns. E por todos estarem consumindo mais, os lotes mais distantes das estações de bombeamento (EBs) recebiam a água com menos pressão e por menos tempo do que os mais próximos.

Distante 8 km, desde a captação na barragem feita pela EB-01, fica o lote de Genilson (do Burro) Bispo dos Santos. Enquanto os técnicos e operários da Construtora Heca montavam o novo sistema, que vai regularizar a pressão da água em seu e nos lotes dos vizinhos, ele fazia queixa da condição que a irrigação estava até então. “A gente vem sofrendo muito com essa irrigação aí. Dizem que (a mudança) será boa, mas eu não sei ainda porque falta testar, eu só poderei falar quando tiver uma semana de trabalho com ela. Se for que nem me falaram, será muito bom. (O serviço da equipe de instalação) é 1000%, estou gostando demais”, avaliou o produtor. Em seu 1,5 ha de lote irrigado, para ter maior rentabilidade o uso da terra é contínuo, com uma lavoura substituindo a outra sem interrupções, e consumo de água equivalente. “Aqui se planta muitas variedades; batata-doce, amendoim, quiabo, coentro. Quando vemos que a plantação está boa, a gente planta, porque se não o prejuízo é grande”.

Esse gradativo e desigual aumento de demanda de água para irrigação nos perímetros ainda contrasta, no caso da Ribeira, com o compartilhamento do seu reservatório com o consumo humano das cidades vizinhas ao polo irrigado, a partir da captação feita pela Deso. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o projeto sendo executado hoje em Itabaiana era de grande prioridade, para evitar um colapso no serviço prestado à esta população agrícola, que hoje supera o número de 5.500 pessoas que dependem exclusivamente da atividade.

“Já estava sendo frequente a necessidade de racionamento ou da suspensão da água de irrigação, como ocorreu em 2016, quando que até a barragem do Jacarecica I esvaziou. Ou diminuímos urgentemente o consumo da água para agricultura, ou teríamos que conviver com cada vez mais longos períodos de interrupção no fornecimento de água. Seja por termos que dar preferência à captação de água da Deso, que tem a prioridade total no abastecimento humano, ou simplesmente por não ter mais nível útil de água nas barragens, para que as nossas bombas possam fazer a captação”, alerta João Fonseca. O estudo técnico realizado pela sua equipe de engenheiros e que gerou o plano de ação adotado pelo PAS, estipula que a diminuição no consumo de água nos lotes irrigados será de 60%, após todos os kits serem implantados.

Energia elétrica

Outro gargalo que vem dificultando a continuidade do serviço público ofertado aos agricultores é consumo de energia elétrica que aumenta junto com o uso da água. Já neste quesito, o projeto de modernização da irrigação dos perímetros para o PAS, calcula que os novos equipamentos vão trazer uma economia de 50% nos custos com as tarifas elétricas que hoje o Governo do Estado tem com esses perímetros. Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, os recursos governamentais empregados para esses produtores continuarem irrigando, ainda podem ser menores, fazendo sobrar verbas para serem aplicadas os em outras demandas desse mesmo serviço.

Carlos Melo quer trazer a experiência bem sucedida na Deso para a Cohidro, implementando a automatização das EBs – Foto Ascom Cohidro

“Essa está sendo a maior intervenção realizada em favor de melhorias nesses perímetros desde que eles foram inaugurados em 1987, investimento de quase R$ 28 milhões nesta e em outras ações de modernização, segurança nas barragens e recuperação ambiental, elencadas no programa. Para depois da irrigação ser toda modernizada, a gente já inseriu como uma das ações do ‘Águas de Sergipe’, o projeto básico para licitar a automação do bombeamento e distribuição de água, para ser implementada a irrigação noturna. Um horário alternativo em que a tarifação elétrica é bem menor e ainda consome menos água, já que sem o sol a água evapora menos, dobrando mais água para fazer uma irrigação mais efetiva”, destacou o presidente da Cohidro.

Carlos Melo é engenheiro civil dos quadros da Deso, onde foi também diretor-presidente por mais de 3 anos, trouxe de lá a experiência bem-sucedida de quando implementou a automação das estações de captação de água. Ele faz uma projeção de que a automatização das EBs daCohidro liberará também os funcionários – hoje imbuídos do trabalho de ligar, desligar e monitorar as bombas – para outras operações hoje deficitárias nos perímetros irrigados. “Vamos remanejar recursos e pessoal, investindo mais na manutenção dessas redes e na fiscalização de possíveis abusos no uso da água, eliminando desperdícios e gerando cada vez mais economia”, tenciona o diretor.

Evolução nos métodos de irrigação

“A evolução dos métodos de irrigação de 30 anos atrás para hoje foi enorme, antes utilizava-se a aspersão, com desperdício de água e encharcamento do solo. A pressão era suficiente para 10 aspersores”, esclarece João Fonseca. “Com o novo sistema de microaspersão que tem também válvula reguladora de pressão, injetor de fertilizantes, todo os dois Perímetros estarão trabalhando com menos desperdício de água e menor consumo de energia elétrica e um sistema automatizado que diminui a mão de obra”, complementa o diretor.

“Está muito boa. Eu estava em dúvida no início, o espaçamento antes era ‘mais pouco’, mas agora está aprovado. Estou muito satisfeito”, relata Claudemir Ribeiro dos Santos, após constatar a eficácia da irrigação utilizando microaspersores com distância de 4 metros um do outro. Isso ocorre quando são utilizados desses difusores de aspersão com vazão equivalentes à pressão do sistema, que em cada lote é regulada pela válvula instalada no novo kit. Por ter um quadro de controle automatizado, a irrigação, que é toda fixa, vai ocorrer de forma parcelada e sem a intervenção do trabalhador, molhando todo lote por um igual período de tempo. O agricultor planta quiabo, coentro e batata-doce, no seu lote de quase 2 ha, que de adquiriu há 3 anos.

 

Gerência e comunidade investem em obras de conservação do perímetro da Cohidro em Canindé

Obra de cobertura do canal C1 do perímetro Califórnia. A proximidade com a área urbana hoje expõe a água às impurezas e extração irrigular – foto Ascom Cohidro

Cerca de R$ 4,5 milhões estão sendo empregados pelo Governo do Estado em obras, equipamentos e veículos para o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Paralelo a isso, a própria gerência da unidade e os agricultores irrigantes por ela atendidos, estão realizando ações de reparo e conservação na unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Foi assim na última quarta-feira (8) na Estação de Bombeamento (EB) 07, onde depois da instalação de novas bombas, os motores também ganharam uma nova pintura protetiva.

Segundo Eliane de Moura Moraes, gerente do Califórnia, a ação vai ocorrer nas demais EBs nas próximas quartas-feiras. Não por acaso, este é o dia da semana em que ocorre o desligamento programado das bombas, em cumprimento à determinação da Agência Nacional de Águas (ANA) para racionalização das reservas hídricas do Rio São Francisco, o chamado ‘Dia do Rio’.

Essas ações ocorrem ao mesmo tempo em que os próprios agricultores irrigantes, assistidos pela irrigação fornecida pela Cohidro no perímetro, estão juntando esforços e até angariando recursos próprios para obras que visam também prolongar a vida útil dos equipamentos de irrigação. Assim foi na EB-06, onde os produtores construíram estrutura de madeira e telharam a seção que acomoda as bombas. Máquinas que em breve passarão pela reforma dos motores, assim como ocorreu na EB-07. Vale ressaltar que no projeto original do Califórnia, em meados dos anos 1980, o sistema de motobombas foi projetado para funcionar ao relento.

Os produtores de todos os setores do perímetro Califórnia, em conjunto com os servidores da Companhia, também têm aproveitado o ‘Dia do Rio’ para fazer periódicos mutirões a fim de limpar as áreas livres das EBs, o leito e as margens dos reservatórios e canais esvaziados às quartas-feiras. “É uma prática que visa o bem comum de todos os setores e os agricultores se conscientizaram da necessidade de fazer parceria com a gerência local para executar esses serviços. O excesso de material orgânico e lixo nos reservatórios entupia constantemente os crivos, prejudicando e danificando os equipamentos de bombeamento. O que hoje acontece em muito menor escala, depois que essa parceria com os agricultores e funcionários da Cohidro foi estabelecida”, justificou João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro.

Reestruturação
“Ao que parece, a iniciativa de investir na reestruturação do perímetro Califórnia fez com que os produtores se sentissem valorizados e com isso surgiu uma nova mentalidade, uma cultura de cooperação para com a Cohidro. Passaram a se enxergarem também como integrantes do processo de administração do perímetro e contribuírem com uma parte das responsabilidades. Essa consciência é o retorno dado ao interesse que o Governo do Estado teve em recuperar o perímetro, depois de 30 anos de serviços prestados a estes mesmos produtores irrigantes”, considerou Carlos Melo, diretor-presidente da Cohidro.

Essas pequenas ações servem de contrapartida, da comunidade agrícola e da gerência local da Cohidro, aos recursos que foram destinados pelo Governo do Estado ao perímetro Califórnia através do Proinveste. Dos R$ 4 milhões reservados à unidade da Companhia, mais da metade já repercutiu em investimentos, como na compra 37 novas bombas que reequiparam as seis EBs de Canindé. Está na obra que hoje cobre de concreto o canal de irrigação C-01, melhorando a qualidade da água que chega à essas bombas e nas lavouras dos produtores. Ainda está sendo possível reformar o escritório local e logo, em ações que ainda passam por processo licitatório, vai terminar de recuperar às EBs, com reforma das tubulações, canais e estrutura civil.

Fora o Proinveste, o Governo do Estado recentemente investiu mais R$ 200 mil para a reforma de 1,5 km do canal de irrigação N1 do Califórnia, através de recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Funerh). Obra que recuperou os chamados pontos críticos do canal, devolvendo a capacidade funcional às três EBs que dele se servem para mandar água aos lotes dos agricultores irrigantes.

“O Perímetro Irrigado Califórnia recebeu, nesses últimos meses, três carros: dois para o setor de operação e um para assistência técnica agrícola. E mais uma caminhonete, para a manutenção. Todos os veículos zero quilômetro. Isso facilita consideravelmente nossos serviços, principalmente a parte operacional, que é a melhoria do fornecimento de água. É a preocupação do Governo em atender nosso sistema de produção através do homem do campo”, completa Eliane Moraes.

Governo investe quase R$ 1 milhão em capacitação no uso do agrotóxico

Em assinatura de ordem de serviço, Governo, através da Semarh, confirma o investimento do Programa Águas de Sergipe (Foto: Lucas Noronha/ Semarh)

O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, assinou, na manhã desta sexta-feira, 10, a ordem de serviço que visa o treinamento e capacitação para o uso adequado dos agrotóxicos. Ao todo, serão aplicados R$ 985.548,88, através do Programa Águas de Sergipe.

“É necessário ter a consciência que o uso indevido dos agrotóxicos pode fazer mal à saúde, faz mal para a sociedade. Essa é a maneira que o Governo do Estado está trabalhando, com o objetivo de ser o mais parceiro possível do homem do campo. Essa é uma maneira especial de cuidar das pessoas”, explicou o secretário.

Para que o projeto se concretize, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) trabalhará em parceria com diversas instituições, como a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro); a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro); além das secretarias estaduais e municipais de educação e saúde.

“Nós fomos contratados pelo Programa Águas de Sergipe para realizar a capacitação dos produtores rurais e das instituições públicas que atuam na bacia do rio Sergipe. Essa capacitação visa trabalhar o uso adequado dos agrotóxicos. Todo esse treinamento está associado a um objetivo maior do governo de Sergipe que é melhorar a disponibilidade de água no estado, não só em quantidade, mas em qualidade”, explicou Aguimar Ferreira, diretor de operações da STCP – Consultoria, Engenharia e Gerenciamento, empresa contratada para a execução da ação.

As ações devem ser executadas por no máximo nove meses. Estarão diretamente atendidos os 26 municípios que compõem a bacia hidrográfica do rio Sergipe. A Cohidro terá como foco treinar os irrigantes por ela assistidos. Do mesmo modo, a Emdagro treinará os pequenos agricultores para a maneira correta de utilizar e descartar as embalagens.

“A Cohidro é coexecutora das ações de capacitação do uso de agrotóxicos dentro da nossa área de ação, que são os perímetros irrigados. Uma área que sabemos que tem problemas, afinal trata-se de região de agricultura intensiva, e sabemos que existem alguns abusos, algumas correções a serem feitas no uso de agrotóxicos”, elucidou João Quintiliano, diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro.

Jefferson Feitoza, presidente da Emdagro, alertou para os altos índices do uso de agrotóxicos no Brasil. “Esse é um projeto de suma importância, principalmente no momento em que nós estamos, no qual o Brasil é o maior usuário de agrotóxicos do mundo e de forma indiscriminada. Nós da Emdagro já estamos trabalhando nisso há algum tempo e esse projeto veio para nos apoiar”, comemorou.

Os secretários municipais de educação também serão capacitados. Além disso, professores das redes estadual e municipal também serão treinados, haja visto que terão a função de repassar as informações aos seus alunos. Também faz parte do treinamento, o incentivo para que não se compre nenhum tipo agrotóxico de maneira ilegal ou que seja utilizado de maneira incorreta.

“A Secretaria de Educação é o órgão responsável pela educação ambiental formal. Por esse motivo, estamos presentes nesse projeto. Temos uma grande capilaridade de diretorias regionais em todo o estado e nossos alunos estão em grande parte no campo. Então levaremos a questão dos agrotóxicos para as escolas, a fim de conscientizá-los”, esclareceu Miguel Nascimento, técnico em Educação Ambiental da Secretaria de Estado da Educação.

A secretária de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Rose Rodrigues, afirmou que o ato tem uma importância mundial. “Lançar um programa como esse significa impactar em várias áreas: saúde, meio ambiente, educação e agricultura, por exemplo. O mundo clama por isso e o Brasil, em especial, não pode continuar com o título de ser o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Hoje, Sergipe manda um recado para o mundo”, enfatizou.

Outra preocupação da ação é sobre a forma correta de utilizar o veneno aplicado no fumacê para o combate ao mosquito Aedes aegypti. Serão treinados, neste caso, agentes de endemias dos 75 municípios sergipanos, que terão o suporte de suas secretarias municipais e da Secretaria de Estado da Saúde.

O deputado federal João Daniel é membro da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Ambiente e reforçou a importância do trabalho realizado pela Semarh. “É fundamental que haja esse trabalho da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e que a população possa ter compreensão e conhecimento sobre isso”, comentou.

Águas de Sergipe

O programa resulta de contrato firmado entre o governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000, sendo US$ 46.850.000 a contrapartida do Estado. A ideia principal é melhorar a qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. Somente na primeira etapa do projeto de esgotamento sanitário em Itabaiana, que compõe o programa, já foram investidos R$ 23,5 milhões.

“O Programa Águas de Sergipe abrange mais de 80 ações, boa parte delas já encerradas. Essa ação, especificamente, tem uma importância fundamental pela possibilidade que ela oferece de orientar as pessoas sobre a melhor forma de se utilizar de um produto tão contestado como é o agrotóxico. Será uma capacitação maciça de agentes que poderão multiplicar isso para o futuro. A previsão é que essa ação permita que em alguns anos tenhamos menores riscos na utilização desses produtos”, explicou o coordenador da Unidade de Administração do programa Águas de Sergipe (Uapas), Everton Teixeira.

 

Fonte: Semarh

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.