Agricultores dos perímetros irrigados devem colher quatro milhões de espigas de milho verde no período junino

O resultado da colheita é bom para o produtor, que melhora a renda familiar, e também para a população, que pode saborear os deliciosos pratos à base de milho verde
Secretário da Agricultura, Zeca da Silva, visita produção de milho em Canindé, ao lado do produtor José Marcos [Foto: Vieira Neto]

Não é exagero dizer que o milho verde é o grande protagonista das comidas típicas dos festejos juninos. E este ano não será diferente, com a expectativa de colheita de quatro milhões de espigas pelos agricultores dos perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado de Sergipe. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) o resultado do plantio supera a produção do ano passado, que foi de 2,8 milhões de espigas.

O secretário da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, pontuou que a expectativa de produção é feita pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Seagri que administra os perímetros públicos irrigados, nos perímetros de Canindé de São Francisco, Lagarto e Itabaiana. Neles, foram plantados 127,5 hectares dos lotes irrigados para a colheita de milho verde. “O levantamento da produção leva em conta as médias de produção nos três perímetros irrigados, que variam entre 26 mil a 40 mil espigas por hectare”, explica.

O agricultor já consegue colher os benefícios do resultado da produção em alta. Para José da Silva Andrade, irrigante do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, a vantagem de plantar milho verde é poder realizar a colheita fora de época, por um preço satisfatório. “Não são todos que conseguem ter isso. Nós conseguimos e para nós que somos produtores é muito bom”, comemora.

No perímetro Califórnia, em Canindé do São Francisco, o produtor José Marcos explica que a produção do milho irrigado tem colheita semanal com venda garantida para além das fronteiras estaduais. “O comércio do produto irrigado alavanca a economia do município e da região, e essa produção só é possível com a irrigação porque aqui no alto sertão temos longos períodos sem chuvas”, destacou.

Além de ingrediente essencial dos deliciosos pratos como canjica, pamonha, o milho é também usado para silagem, para alimentação de animais, ou, como resume o produtor do perímetro irrigado Piauí, no Povoado Brejo, Matheus Santos Jesus, “ele serve para tudo”. O produtor revela que, graças à boa irrigação, é possível plantar e colher o ano todo, sem depender da chuva. “A gente pode ter a colheita, render, agregar um valorzinho, porque tem épocas que só tem a gente e isso sempre é bom”, diz o agricultor.

Outros agricultores estão colhendo a roça de milho pela primeira vez este ano. Helenilson Santos, produtor irrigante do perímetro Irrigado Piauí, Lagarto, colheu recentemente sua primeira roça e já faz a contagem para a próxima colheita, em junho, de cerca de duas mil espigas. Santos tem planos de vender sua produção para comerciantes vizinhos, das quitandas de beira de rodovia. “Tirei as espigas verdes para o comércio local e agora estou fazendo o silo para vender para ração animal. Eu sempre vendo o milho verde e depois faço silo com a folhagem que fica ou passo o trator por cima das palhas, para correção e proteção do solo”, comenta o produtor. Segundo ele, os dois principais motivos do aumento da safra foram o tempo favorável e os insumos bem mais baratos em relação ao ano passado.

Para o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, o crescimento da produção de milho verde está diretamente relacionado ao aumento da demanda. “Nos perímetros irrigados, a água não está faltando para o irrigante plantar e colher até mais de uma vez antes de chegar o período junino. Para atender a demanda que cresceu. Tem uma extensa programação festiva na capital e no interior, do Governo do Estado, dos municípios e assim são muitos dias para comemorar os santos juninos, o que pede mais e mais milho verde”, analisou.

Mais uma vez, a produção de milho verde nos perímetros irrigados irá beneficiar famílias de produtores, e estará presente em abundância nas nossas festas juninas. “O resultado da colheita é bom para o produtor, que melhora a renda familiar, e também para a população, que pode saborear os deliciosos pratos à base de milho verde, como a canjica, pamonha, bolos ou mesmo o milho cozido ou assado”, finaliza Zeca.

Governo do Estado instala modernas estações meteorológicas em perímetros irrigados

Com dados climáticos agricultor sabe quando plantar, irrigar e tomar contramedidas para evitar perda de lavoura
Instalação da estação tele pluviométrica no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé [foto: arquivo pessoal / Coderse]

Quatro estações tele-pluviométricas automatizadas foram instaladas para contribuir com a atividade agropecuária intensiva praticada nos perímetros irrigados do governo do Estado. Os equipamentos informam a quantidade de chuva, umidade, temperatura, vento, pressão, radiação solar e evaporação; essenciais para determinar quando e o quanto de irrigação deve ser usado na plantação. As informações serão divulgadas e compartilhadas, em tempo real, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac).

Ao todo, a Semac instalou seis estações, hoje em fase de calibração e interligação com o seu Centro de Meteorologia. Nos municípios de Canindé de São Francisco, Itabaiana, Lagarto e Tobias Barreto, as estações estão nos escritórios da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Outros dois grupos de equipamentos foram instalados pela Semac nos municípios de Estância e Gararu.

“São estações tele-pluviométricas de primeira ordem, automáticas. Elas processam, coletam e transmitem os dados via satélite para a nossa plataforma. Daí nós recepcionamos e conduzimos as análises climáticas, com a finalidade também da previsão. As informações oriundas deste monitoramento são voltadas, especialmente, para o setor agrometeorológico, bem como para a gestão dos recursos hídricos, visto que elas contribuem para a estimativa de quanto que as bacias daquela região receberam de chuva”, destacou o gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas da Semac, Overland Amaral, que coordena a implantação das estações automáticas.

Medidas fitossanitárias
O produtor agrícola Ozeias Bezerra cultiva frutas e hortaliças, como pera, uva e brócolis, no perímetro irrigado Califórnia, administrado pela Coderse, em Canindé. Para ele, as informações meteorológicas são importantes quando a cultura agrícola pode ser prejudicada por excesso de chuvas, na fase de maturação, colheita e favorece a ocorrência de doenças fúngicas. O que força o agricultor a tomar medidas fitossanitárias. “A meteorologia ajuda muito, principalmente na cultura do melão, que estou plantando. Precisa sempre ver o clima”, argumentou o irrigante.

Estações analógicas
O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral avalia positivamente a parceria com a Semac, que segundo ele, vem quando se faz necessária a modernização da estrutura agrometeorológica dos perímetros. “Temos estações meteorológicas analógicas na maioria dos nossos escritórios, onde é necessário um funcionário fazer a leitura diária dos instrumentos, fazer relatórios e enviar para a nossa sede e para Semac. Esse procedimento dificulta o envio das informações em tempo hábil para o agricultor e outros setores da sociedade que precisam. Ficamos gratos, pela maioria das novas estações estarem nos nossos escritórios e pela confiança depositada na nossa empresa”, ressaltou.

Contudo, Overland Amaral não diminui a importância das antigas estações meteorológicas dos perímetros da Coderse, após a instalação das tele-pluviométricas. “Elas têm utilidade no sentido de aferir as automáticas. Sendo que as analógicas precisam de observador, para registrar, fazer planilha. Já as automáticas registram a variável (chuva, insolação, vento, pressão, radiação, umidade) e passam diretamente para o nosso sistema”, explicou o meteorologista.

Compartilhamento de dados
A forma como as novas estações foram geograficamente posicionadas beneficiou todos os seis perímetros irrigados do Governo do Estado, especialmente a instalada no Jacarecica I, em Itabaiana, que colhe os dados climáticos que influenciam os perímetros vizinhos Poção da Ribeira e Jacarecica II. Segundo o diretor de Recursos Hídricos da Semac, Ailton Rocha, o sistema deverá ser espelhado, para que a Coderse também receba os dados. “Isso sendo automático, não fica dependendo da nossa interlocução. Hoje nós precisamos de informações imediatas, porque as mudanças e a dinâmica climática são muito intensas. Você precisa ter aquilo a tempo e na hora, de forma online e rápida”, finalizou Ailton.

Governo oferece orientação a agricultores do perímetro irrigado de Lagarto sobre análise de solo

Produtores buscam orientação sobre como utilizar resultado da análise de solo em benefício da eficiência das lavouras irrigadas
[Foto: Fernando Augusto / Ascom Coderse]

No perímetro irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado, em Lagarto, os técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) auxiliam o entendimento dos resultados das análises de solo. Eles orientam os agricultores irrigantes assistidos em como proceder para fazer a adubação de correção de solo, quando ela se faz necessária para o aumento da produtividade das áreas de plantio.

Quando recebe o resultado da análise do laboratório, o agricultor pode encontrar dificuldade de interpretar as informações técnicas, que enumeram os níveis, elementos e compostos presentes na amostragem da área de plantação. Outro detalhe importante que o técnico leva em consideração é o desperdício de adubo, que vai impactar na renda do agricultor, com a atividade agrícola.

“Ele não vai estar jogando dinheiro fora. Às vezes o solo não está carente naquele tipo de adubação e jogando no solo é custo, é dinheiro. Na adubação tem que gastar no que está sendo exigido pelo ITPS (Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe) na análise do solo. Melhora a produção e economiza o dinheiro, porque está usando o que é necessário”, explicou o técnico Jackson Ribeiro.

A Coderse é vinculada à Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Seu diretor de Irrigação, Júlio Leite, avalia essa orientação como mais um item do grupo de políticas públicas destinadas à agricultura de Lagarto. “São 421 propriedades recebendo irrigação diariamente, assim como assistência técnica sobre a correção do solo. O recurso investido pelo Governo do Estado, para fazer a água chegar ao produtor, vai dar mais retorno à atividade agrícola, em produção e renda, para essas famílias do campo”, considerou.

Irrigante do perímetro Piauí, Gival Souza acredita na eficiência da análise e correção do solo para aumentar a produtividade da lavoura e não dispensa a ajuda dada pelos técnicos da Coderse, tanto no procedimento de envio das amostras, como na interpretação das amostras. “Pelo menos uma vez por ano eu faço essa coleta e envio para eles o procedimento todo. Aí eu tento aplicar ao máximo para poder dar certo. Há muito tempo eu sou acompanhado por eles e eu sempre trabalhei assim”, disse.

O técnico da Coderse, Jackson Ribeiro, aponta que depois de realizar os cálculos sobre o resultado da análise de solo, repassa o resultado ao produtor, acompanhando a aplicação. Inclusive quando a plantação necessita de adubação específica para a fertirrigação. “Só a gente fornecer a água não adianta. Às vezes o solo está carente não só de água, tem que ter o acompanhamento técnico e uma análise de solo para suprir as necessidades que o solo está precisando”, complementa o técnico, garantindo que o procedimento aumenta a produtividade das lavouras.

Gival Souza já tinha feito um plantio de milho quando chegou o resultado da análise do laboratório, mas tem uma boa expectativa. “Através dos outros nutrientes que eu vou colocar, que os técnicos já me deram a dica, acredito que ainda dê tempo. Mas no próximo plantio a gente vai trabalhar tudo corretamente, para ver se melhora mais ainda a produtividade”, confiou o agricultor, que tem uma roça de milho recém plantada, onde vai aplicar a adubação por fertirrigação. Com essa tecnologia o fertilizante chega à planta diluído na água da irrigação.

[vídeo] Batata-doce no perímetro irrigado estadual de Lagarto no Balanço Geral

A retomada na produção de batata-doce no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, foi destaque no programa Balanço Geral Manhã, da   Tv Atalaia. A produção do alimento está presente nos cinco perímetros irrigados do governo do Estado com aptidão agrícola.

Em Lagarto, depois de quase cessar a produção da batata-doce, a assistência técnica agrícola da Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) que administra os perímetros estaduais, orientou a opção pelo uso de novas ‘sementes’. A partir de uma variedade criada pela Embrapa, a produção foi retomada e já produziu, no primeiro trimestre, 25% a mais que no mesmo período de 2022.

[vídeo] Produtores do perímetro de Lagarto retomam cultivo da batata-doce

O programa Sergipe Rural foi até Lagarto mostrar que os irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, do  Governo do Estado de Sergipe, estão satisfeitos com o plantio da variedade de batata-doce ourinho roxa. Há pouco tempo, muitos deles desistiram de produzir a raíz, por conta de uma doença causada pela Mosca Branca.

Por orientação dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe, que também fornece a água de irrigação para 421 produtores rurais do município, as variedades de batata-doce infectadas deveriam ser substituídas por ‘sementes’ sem a doença. Não deu outra. Depois de adotar a ourinho roxa, desenvolvida pela Embrapa, todos voltaram a ter a produtividade igual era antes da praga.

[vídeo] Coderse auxilia irrigantes do perímetro de Lagarto na interpretação das análises de solo

No Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, os técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe auxiliam o agricultor irrigante na hora da coleta de amostras, do envio para o laboratório e quando tem que aplicar aquilo que a análise de solos diz.

Tudo isso para fazer a melhor correção do solo, a partir da adubação. Obtendo o máximo de produtividade que a terra e a água de irrigação, também fornecida pelo Governo do Estado de Sergipe, possam proporcionar.

E o programa Sergipe Rural, da TV Aperipê afiliada TV Brasil, foi até lá mostrar essa última etapa. Quando os profissionais da empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Des. Agrário e da Pesca de Sergipe (Seagri), avaliam o laudo, determinam quais produtos estão disponíveis no mercado e até formulações alternativas que barateiem o investimento do agricultor.

Batata-doce é o cultivo preferido dos produtores do perímetro irrigado em Lagarto

Assistência técnica da Coderse orientou sobre doença que quase dizimou produção de variedade mais procurada. Primeiro trimestre produziu 124,5T de batata-doce

Foto: Arquivo pessoal

Produtores irrigantes voltaram a investir forte na produção de batata-doce em Lagarto, agora que contam com uma variedade livre de doenças, a ourinho roxa. A produção é fruto de ‘sementes’ com origem nas pesquisas da Embrapa Clima Temperado, que se adaptaram bem às unidades produtivas do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado naquele município. Lá, são cerca de 50 produtores produzindo  batata-doce durante o ano, ocupando continuamente uma área de 30 hectares (ha).

Em 2019, muitos desses agricultores atendidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), com água de irrigação de assistência técnica, abandonaram a bataticultura por conta da doença causada pela mosca branca na batata ourinho, a mais cultivada e lucrativa na época. As plantas doentes não produziam as raízes que usamos para alimentação, fazendo com que os irrigantes perdessem as safras inteiras. Já neste ano, no primeiro trimestre a produção de batata-doce foi de 124,5 toneladas,  25% maior que no mesmo período de 2022. Colheita que rendeu aos irrigantes R$ 138,6 mil.

Conforme conta o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, a praga tinha infestado as ramas da lavoura anterior e que eram usadas para replantio das lavouras seguintes. “Desde o início, a orientação dos técnicos da nossa empresa foi a de buscar ‘sementes’ novas e que não tivessem origem nas lavouras já contaminadas. A dica foi certeira e esses bataticultores voltaram a plantar, colher, beneficiar e comercializar a batata-doce com todo estado e fora dele. Produto bastante requisitado pela alta qualidade da ourinho roxa”, pontuou.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida, relembra o problema com o carro-chefe da produção de batata-doce, a variedade ourinho tradicional. Mesmo ela tendo um ciclo de produção maior. “A batata-doce ainda é uma das principais culturas aqui. Agora que surgiu esse melhoramento através da Embrapa de Pelotas (RS), a ourinho roxa, é ela que está no auge aqui. Embora precise de 90 dias para colher, ela tem boa qualidade e está a todo vapor a produção aqui. O preço na lavoura agora é R$ 1,50/Kg”, informou.

Luciano Oliveira está plantando a nova variedade de batata-doce e está animado, mesmo tendo tido azar com ourinho branca no passado.”A ourinho roxa é a que o pessoal está mais plantando agora. Quando comecei a plantar batata, fui plantar a branca e não produzi nada. Isso foi há uns 4 anos atrás. Comecei a plantar batata-doce novamente agora recentemente, há uns dois meses e ainda vou colher daqui a 1 mês e já tem comprador. Mas eu acompanho os colegas que estão colhendo, ela é excelente, é boa de lidar”, revelou o produtor que tem 0,33 ha plantados com a ourinho roxa.

Já Helenilson Santos conta que naturalmente está voltando a obter a rentabilidade semelhante à que possuía antes da doença, quando todos lucravam com a ourinho tradicional. “Com a Ourinho roxa não, porém com a ourinho tradicional tivemos problemas demais! Eu parei um bom tempo e voltei ano passado, já com a roxa. Até o momento, graças a Deus, tem produção e saída em grande escala. Está tudo bem aqui agora e chovendo bem, ajuda muito também no controle da mosca branca”, completa o irrigante do perímetro Piauí.

[Vídeo] Plantio consorciado de maracujá com amendoim no perímetro Piauí

O agricultor irrigante Luciano Oliveira aproveita o espaço entre as espaldeiras do maracujá para plantar amendoim. Com isso, ele aproveita a mesma irrigação, fornecida pela Coderse no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, para plantar duas culturas agrícolas. O agricultor terá duas colheiras em um só espaço de terra.

O amendoim tem ciclo mais curto e está pronto para colher antes que a ramada de maracujá cubra a área, entre uma linha e outra, e se torne impossível o plantio e o manejo de mais uma plantação entre as linhas. Dessa forma, ele promove o cultivo consorciado, opção prática para quem tem a garantia da irrigação fornecida pelo o ano inteiro.

[Vídeo] Lote de quiabo irrigado gera renda ao produtor em pouco espaço

Se teve quiabada ou caruru hoje no almoço, muito é pela versatilidade dos agricultores que contam com a irrigação pública em Sergipe. No Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo De Sergipe em Lagarto, é possível aos irrigantes fornecerem muito quiabo ao mercado e durante a maior parte do ano. O produtor Gabriel tem uma pequena área com quiabo e passa seis meses colhendo, em duas safras anuais da lavoura.

O técnico da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe, Jackson Ribeiro, presta assistência técnica ao Gabriel e outros produtores do Perímetro Piauí. Ele ensina a receita bem-sucedida do lote do irrigante. É uma lavoura irrigada por sistema de gotejamento e seguindo as orientações técnicas recomendadas pela companhia. São 0,15 hectares, que produzem entre 200.000 e 240.000 quiabos anualmente. O que lhe dá uma receita, no mesmo período, de aproximadamente R$ 8 mil só nessa fração do seu lote.

Companhia estadual promove Dia da Água para estudantes em perímetro irrigado de Lagarto

Coderse disponibilizou técnicos e maquete do Programa Água Doce para demonstrar aos alunos

Foto: Paulo Ricardo

Já tradicional no calendário de eventos em Lagarto, Centro-Sul sergipano, o Dia da Água promovido pelo Perímetro Irrigado Piauí, foi realizado nesta quinta-feira, 23. A programação voltada à comunidade escolar dos bairros e povoados vizinhos ao polo agrícola, mantido pelo Governo do Estado, contou com apresentações artísticas dos alunos e de artistas convidados. Além de palestras sobre a importância da água, da sua exploração responsável e do perímetro, para o desenvolvimento da atividade agrícola no município.

Ieda Oliveira, professora de Ciências na Escola Municipal Adelina Maria de Santana Souza, em Lagarto, relaciona a participação no Dia da Água no perímetro com a educação teórica feita em sala de aula. “Ajuda na conscientização sobre os cuidados com a água. Como podemos relacionar isso com a escola? Falando da importância da água para as pessoas que plantam, essa irrigação vai fazer girar a economia do município. Como no Verão intenso, que não dá para plantar milho, mas tem aqui um setor que faz a irrigação”, observou.

“Este foi o primeiro Dia da Água que pudemos fazer juntando todos os alunos, depois da pandemia. Ano passado fizemos em grupos e antes tivemos que suspender, por conta do isolamento social. É importante trazer as crianças para aprender e conhecer o nosso perímetro, da água que chega aos lotes para gerar renda e alimentos nessas comunidades”, destacou o gerente do perímetro, Gildo Almeida.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite agradeceu pelo empenho da equipe de Lagarto para realizar o evento. “É um evento simples, mas de uma importância significativa por dar essa orientação aos nossos pequenos, porque a água é algo realmente importante. Nós precisamos em todo momento da água. A instrução, a orientação nesse sentido é sempre favorável, principalmente nessa faixa etária. E queria agradecer ao nosso diretor de Infraestrutura, Ernan Sena, que nos enviou uma maquete e o pessoal para fazer a palestra”, pontuou.

Programa Água Doce
Foi destaque no evento o trabalho de execução do Programa Água Doce (PAD), feito pela Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Nele, a empresa atua com técnicos que fazem parte do Núcleo Estadual, realizando serviços de reparo, manutenção de poços e orientação nas 29 unidades de produção de água dessalinizada do programa, existentes na região semiárida de Sergipe.

“Exibimos a nossa maquete do PAD e trouxemos a geóloga Isabela Soares, da Gerência de Perfuração, ligada à nossa diretoria. Ela explicou o programa, com a nossa maquete e palestrou sobre nosso trabalho com poços e sistemas de abastecimento feito em todo estado. O que inclui a atenção às unidades do Água Doce”, expôs o diretor de Infraestrutura da Coderse, Ernan Sena.

Aluna da professora Ieda, no 6º ano, Roseli da Silva tem 11 anos e é filha de agricultores. No seu dia a dia em família, com o que aprendeu na escola e no evento, ela mostra que sabe o que a água representa para nossa existência e para a geração de renda. “A água é muito importante, principalmente para plantar. E se a pessoa planta, tipo o tomate, ele é alimento para a gente”. O PAD e o processo de transformar água salgada em doce também foi outra novidade para Roseli.

Além da Adelina Maria, as escolas municipais Eliezer Porto e Monsenhor Jason Barbosa Coelho também participaram, trazendo seus alunos ao evento. O presidente do Sintraf, Evandro Silva, falou no evento sobre a atuação ambiental do sindicato. A Escola de Música Professor Kalil fez apresentação musical e o artista Tarcísio Lima encenou um teatro de bonecos com o tema da educação ambiental.

A organização foi da gerência local do perímetro e dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que administra o perímetro Piauí. Colaboraram com o evento a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), no fornecimento de tenda e copos de água potável, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto (Sintraf), que emprestou cadeiras e a empresa Maratá, que forneceu caixinhas de suco de fruta para o lanche da garotada.

Última atualização: 17 de abril de 2023 12:54.