Cohidro e UFS em Lagarto mantêm farmácia viva para estudos fitoterápicos

O encontro terminou com a realização de didáticas de grupo 1

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo
A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

Convênio entre Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Movimento Popular de Saúde (Mops), criou uma coleção viva de espécies vegetais com aplicação fitoterápica, junto ao escritório do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Empresa Pública em Lagarto. No último sábado, 19, aconteceu no local o segundo encontro das turmas do Curso de Extensão de Práticas Interativas, dos campi Lagarto e São Cristóvão, com a participação da pesquisadora Fátima Guedes, de Parintins-AM.

A Farmácia Viva serve como laboratório de estudo para os alunos do Curso de Farmácia e do Curso de Extensão da UFS em Lagarto. Para reunir cerca de 50 espécies de plantas, foi válido tanto o conhecimento dos pesquisadores ligados à Universidade e Mops, como também a contribuição das famílias de agricultores, alocadas no pólo de irrigação da Cohidro.

Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, é Coordenadora do Curso de Extensão no Campus de Lagarto e cuida do projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Cohidro, para produzir as plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora na área no Perímetro Piauí. Ela conta que, além disso, a farmácia viva que toma conta recebe sempre a visita de professores e alunos de outras instituições.

“Hoje são 160 alunos das Práticas Interativas envolvidos nesse projeto e que vêm aqui, onde promovemos as práticas de Fitoterapia, para plantar, cuidar e colher as plantas. Depois disso existem práticas que envolvem o preparo para o consumo e também esse projeto envolve o plantio de mudas para distribuição em outros municípios, onde as prefeituras desenvolvem projetos de farmácias vivas em suas secretarias de saúde, a exemplo de Capela e Poço Verde”, relatou Meirinha.

Explica ela que o grande incentivo ao projeto se deu com a criação da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus). Meirinha possui boa parte das 71 espécies que, segundo o Ministério da Saúde, apresentam potencial para gerar produtos farmacêuticos. 12 delas já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) desde 2014. “Dessas 12 tenho em nossa Farmácia Viva a Aroeira, a Babosa, o Guaco, o Hortelã, o Salgueiro e o Plantago, conhecida popularmente como ‘Transagem’”, relacionou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, conhece o projeto e se diz deslumbrado com a ação promovida no Perímetro Piauí. “É impressionante saber que este trabalho que nós fazemos, de fornecer irrigação e assistência técnica no campo, também cria espaço para este tipo de movimento. Este conhecimento da cura por meio das plantas precisa ser resguardado de alguma forma, para que não se perca diante de tantos avanços da indústria farmacêutica. Hoje criam, em laboratório, solução para tudo, mas que não garantem a mesma facilidade de acesso, que uma planta regada no quintal de casa dispõe”, afirmou.

Sabedoria popular
A Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, foi quem solicitou à direção da Companhia a autorização para acolher o projeto na área da Cohidro. Para ela, é importante promover este trabalho de resgate da sabedoria popular. “Colaboramos com esta ação da UFS e Mops, porque os produtores também contribuem, trazendo as plantas que tem em casa e conhecendo as demais aqui plantadas. Contribuímos assim para que eles tirem da terra a cura para muitas enfermidades, além do próprio alimento e sustento, garantido pela irrigação pública”, relata.

Cícero Alves dos Santos é agricultor irrigante no Perímetro Piauí e foi até a Farmácia Viva levar um pé de Abre Caminho. “Trouxe porque eu tive que arrancar o pé por falta de espaço, mas a maioria das plantas que preciso tenho lá em casa. Antes eu perdia muita coisa, o espaço é pequeno, agora tenho pra onde trazer”, elucidou. Conhecedor da aplicação das plantas, ele diz que está vendo no jardim criado pelo Convênio, uma maneira de expandir o que sabe e compartilhar com a comunidade essa informação que tem.

Meirinha explica que o Abre Caminho, embora seja bastante usado nos rituais da Umbanda, como o próprio nome popular sugere, tem mais de uma propriedade medicinal, sendo usado na América do Sul, África e Índia como analgésico e anti-inflamatório. “A população já sabe de tudo isso, a gente só precisa lapidar este conhecimento deles, conservar essa informação e oferecer essas alternativas de cura. É disso que nosso Curso de Extensão trata, preparando agentes de disseminação deste conhecimento”, informou.

Encontro dos cursos
Coordenadores, facilitadores e alunos do Curso Práticas Interativas se encontraram na unidade da Cohidro em Lagarto no sábado passado. As turmas do campus local e também de São Cristóvão puderam conhecer melhor o trabalho desenvolvido na Farmácia Viva que vem sendo constituída no Perímetro, além de poder adquirir o conhecimento passado pelos fitoterapeutas, como a amazonense Maria de Fátima Guedes de Araújo. Ela desenvolve trabalho junto do Movimento de Mulheres, Mops e atualmente faz a pesquisa acadêmica de especialização denominada “Vestígios do Curandeirismo”.

Na sua pesquisa, Fátima Guedes busca unir o conhecimento caboclo, do cultivo de ervas medicinais e o indígena, que é extrativista, tirando a cura da mata. Em ambos os casos, ela acredita numa cultura de não agressão aos “outros elementos naturais que constituem a mãe terra, além de nós. Principalmente os ‘engenheiros do solo’, que são as minhocas, formigas, os insetos que promovem a trituração dos nutrientes brutos, para facilitar a transformação feita pelos microrganismos, as bactérias e fungos, para então servirem de alimento às plantas”, considerou ela que no processo de disseminação fitoterápica valoriza o papel da mulher, precursora da agricultura nos primórdios da formação social.

Sergipano de Aquidabã, José Erivaldo de Oliveira passa o conhecimento familiar e de suas pesquisas em Fitoterapia, aos alunos dos cursos de Práticas Interativas, como facilitador. “Meu trabalho é mais focado na identificação de plantas com princípio ativo para uso medicinal”. Para ele, pode ter aplicação como remédio “desde o simples mato, sem valor, até os alimentos que utilizamos, incluindo suas folhas, talos e cascas que não consumimos”, esclareceu ele que também desenvolve atividades de alimentação alternativa. Exemplo dado por ele foi o de fazer um brigadeiro de feijão, para motivar a nutrição das crianças.

Simone Leite é coordenadora Estadual do Mops e do Curso de Extensão no campus São Cristóvão da UFS, que existe há mais tempo que em Lagarto. “Lá já é a sexta turma, aqui a segunda, porém nossa farmácia viva é menor”. Ela conta que participam dos cursos pessoas de diversas ocupações. “Tem gestores de saúde dos municípios, agentes de saúde, lideranças comunitárias, estudantes e professores universitários. Além de Fitoterapia, há cursos de Massagem Terapêutica, Reiki, Acupuntura Auricular e o Cone Chinês”, listou, convidando a todos para 6ª Conferência Estadual de Saúde, de hoje, 23, até amanhã, no Clube do Banese, no Bairro Atalaia em Aracaju. Na ocasião, o Grupo distribuirá mudas e sementes de plantas medicinais.

ExpoLagarto
Recentemente, a Coordenadora Meirinha participou como expositora da 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto2015), no stand da Cohidro. Ela explicou que a intenção principal era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí. Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de Hortelã com Guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de Flor da Colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com Manipueira e ainda o óleo de Arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de Aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Convite – Instalação de fossa séptica piloto no Perímetro da Cohidro em Lagarto

Preparação da fossa séptica na Appip para instalação demonstrativa na sexta-feira

Acontece nesta sexta-feira, 25, a instalação da primeira fossa séptica do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela COHIDRO e contará com as presenças de produtores irrigantes, diretores e técnicos da Cohidro, a partir das 9 horas. No ato, o método de construção será apresentado de maneira demonstrativa aos agricultores interessados em replicar a ideia.

Com a participação do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e da Vigilância Sanitária de Lagarto, o projeto do Sindicato dos trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Sintraf) tem como objetivo principal instalar fossas biodigestoras nas áreas rurais para o tratamento do esgoto doméstico, evitando as contaminações do solo e das águas por meio de doenças de veiculação hídrica. Conforme pesquisas feitas pela Embrapa, os efluentes descontaminados por processos anaeróbicos de fermentação podem ser descartados seguramente na natureza ou ainda utilizados na adubação orgânica.

Conjunto de peças pré-fabricadas em concreto para a construção da fossa séptica

 

A primeira fossa ficará na área social da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), local escolhido por conter um bom fluxo de pessoas que utilizam o espaço nos finais de semana. É um método alternativo, de eficiência comprovada em outros lugares, mas os idealizadores querem testar in loco a sua eficácia, fazendo análises laboratoriais dos efluentes resultantes desta unidade piloto. Na sequência, o projeto do Sintraf pretende beneficiar 10 produtores orgânicos do Perímetro Irrigado da Cohidro, com a implementação da instalação em suas propriedades.

 

 

O que: Instalação da fossa séptica piloto do Perímetro Irrigado Piauí
Onde: APPIP – Rodovia SE-270, S/N – Povoado Moita Redonda – Lagarto-SE
Quando: Sexta, 25/09, a partir das 9h

Cohidro recebe nova retroescavadeira do Governo do Estado via Proinveste

 

retroescavadeira da Cohidro

Dentro do cronograma de investimentos do Governo do Estado via Proinveste, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), acaba de receber a retroescavadeira adquirida com recursos do financiamento federal, em que o projeto destinou R$ 11 milhões para o reaparelhamento da Empresa Sergipana. Em breve, a diretoria da Estatal aguarda a finalização do processo licitatório para aquisição de caminhão caçamba que associado à máquina, executarão obras nos perímetros irrigados, em locações e manutenção de poços e na reforma de aguadas.

Os investimentos ocorrem simultaneamente na reforma da infraestrutura dos perímetros irrigados Piauí em Lagarto, Califórnia em Canindé de São Francisco, Jabiberi em Tobias Barreto e Ribeira, em Itabaiana. Acrescido da compra de novos equipamentos para incrementar o trabalho destes pólos de irrigação e na atividade de perfuração e recuperação de poços artesianos, como a aquisição de bombas submersas e brocas para as perfuratrizes. Segundo o diretor de Infraestrutura (Dinfra) da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a máquina recém adquirida terá uma função polivalente, pois contribuirá em diversas funções.

“Vai prestar apoio às equipes de perfuração, na limpeza do acesso da locação, ajuda as equipes responsáveis por recuperar antigos poços. Temos também, a cargo da Dinfra, o trabalho de combate a dessedentação animal nos períodos de estiagem, através da recuperação e ampliação de pequenas barragens rurais. Nos perímetros irrigados, a retroescavadeira poderá atuar arrumando estradas rurais, no conserto de adutoras subterrâneas, limpeza das barragens. Enfim, é um equipamento que estava fazendo falta para a Cohidro e agora vai fazer render mais o resultado de nosso trabalho”, colocou Paulo Sobral.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, agradece aos governos Estadual e Federal pelo empenho que propiciou o Proinveste à Sergipe. “Foi uma luta ganha em favor do povo sergipano e estamos fazendo por onde melhor aplicar estes recursos, para aperfeiçoar a qualidade do serviço que prestamos, de levar a presença do Estado até o homem do campo e suas famílias, suprindo as carências por recursos hídricos. Muito me orgulha fazer parte deste processo que, como muitas outras ações paralelas feito o Água Para Todos e o Águas de Sergipe, estão fazendo a Companhia ser cada vez mais atuante e presente”, concluiu.

A retroescavadeira

Adquirido em processo licitatório, ao valor de R$ 195 mil, o equipamento tem a multifunção de escavação, elevação de carga e abertura de valas. É um equipamento com tração nas quatro rodas e motor turboalimentado, que permite trafegar todo tipo de terreno e tem sistema hidráulico reforçado, com bomba dupla de engrenagens, o que oferece uma vazão hidráulica de até 152 litros por minuto, reduzindo o tempo dos ciclos para realizar as tarefas. Possui controles eletrônicos que diminuem o esforço no manuseio, acrescido de cabine refrigerada, para melhor condição de trabalho do operador.

Paulo Sobral
O equipamento tem a multifunção de escavação, elevação de carga e abertura de valas
Mardoqueu Bodano

Cohidro destaca orgânicos e produção artesanal na ExpoLagarto 2015

Stand da Cohidro tem jardim que expõe as espécies cultivadas no Perímetro Piauí

De sexta-feira a domingo, 4 a 6 de setembro, o Parque Nicolau de Almeida recebeu a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto 2015), que abrigou mostra de animais e julgamento das raças de bovinos, equinos e ovinos, que despontam no meio rural do município e região Centro Sul. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é parte fundamental do que cerceia a produção agrícola local, através do seu Perímetro Irrigado Piauí instalado lá, por isso o stand da Empresa foi das atrações mais ativas e visitadas do Evento.

Com seu stand fixo no Parque, a Companhia participa tradicionalmente da ExpoLagarto, sempre à mostrar aquilo que a irrigação pública propicia aos 421 lotes de agricultores irrigantes no Perímetro Piauí. A atividade agrícola no pólo de irrigação a cada ano se diversifica mais,da mandioca para fabricação de farinha, passando pela grande variedade de pimentas com aplicação industrial, até chegar aos produtos orgânicos. E são estes aspectos os mostrados por meio das espécies que compunham o stand da Cohidro e através de cartazes, panfletos e vídeos produzidos para a Feira.

Mas mereceu destaque nesta edição da Exposição, a novidade de que agora também a produção agrícola do Perímetro da Cohidro está sendo beneficiada pelas famílias de agricultores, agregando valor e gerando novos artigos como doces, compotas, cosméticos e remédios caseiros, feitos a partir de plantas naturais. A inovação não passou despercebida pela Gerência do Piauí, que criou espaço para demonstração e até a venda destes itens aos visitantes, que puderam levar para casa a qualidade e produtos feitos com ingredientes naturais.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira convocou as feirantes-expositoras por reconhecer a seriedade do trabalho delas. “São duas pessoas esforçadas, que além de atuarem na produção agrícola irrigada, como todos os outros, tem estas atividades paralelas e que geram outros produtos. É algo que serve de exemplo e que com a gente divulgando, cria interesse nos outros irrigantes, agricultores e também até gente da cidade, que vendo o resultado pode vir a se capacitar e também aderir a produção caseira de produtos naturais”, justifica.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, concorda e afirma serem constantes as atividades, nos seis perímetros irrigados, buscando capacitação. “Capacitando o agricultor, melhor ele produz. Mas quando isso também é estendido à família, cônjuges, filhos, estamos aparelhando esta família pra crescer, enfrentar melhor as dificuldades e poder contar com mais de uma fonte de geração de renda na zona rural, longe das oportunidades que a cidade oferece. Para tal, estamos sempre contando com o apoio de parceiros como o Sebrae, Senar e instituições de ensino superior, como a UFS”.

Doces caseiros
Josileide de Carvalho, ou Dona Dicuri fez um curso promovido pelo Sebrae Sergipe, em novembro do ano passado e agora vende seus doces nas feiras que participa com o marido, onde já vendiam produtos orgânicos cultivados no lote irrigado. Este diferencial acrescentou mais uma fonte de renda para a família. Estava fazendo tanto sucesso que acabou por ser destacado no stand da Cohidro na ExpoLagarto, em forma de banca para comercialização aos visitantes.

“Foi maravilhoso, gostei demais de participar da Exposição. O pessoal que estava visitando achou que era muito bonito o stand, os visitantes viam os produtos, gostavam e perguntavam se era para vender e eu vendia. Tinham doce de banana, leite, goiaba e mamão. Tanto faço em pedaço e de calda. Dos 40 potinhos que levei, vendeu tudo!” Contou empolgada Dona Dicuri, que faz os doces com frutas que colhe no próprio lote irrigado e quando tem, usa o leite das vacas que criam. “Estou levando sempre nas feiras, quando tem tempo de fazer, pois vende rápido. Até estou tendo que chamar sempre uma vizinha, que me ajuda”, relatou.

Plantas medicinais
Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Rosimeire Barbosa (Meirinha). Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, ela cuida de um projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Companhia Sergipana, para produzir plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade. Ela explicou que a intenção principal de expor era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí.Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de hortelã com guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de flor da colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com manipueira e ainda o óleo de arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Orgânicos
O aspecto que atualmente dá ao Piauí o status de referência de produção orgânica agrícola no Estado, não poderia ficar de fora do trabalho exposto no stand da Cohidro na ExpoLagarto 2015. A Empresa produziu material impresso, banners e vídeos explicando como é feito o trabalho da empresa junto dos agricultores que pertencem à Organização de Controle Social (OCS), reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Órgão Federal forneceu a eles um documento, permitindo a comercialização dos produtos sob a designação de orgânicos, diretamente ao consumidor, ou a partir dos programas de Aquisição de Alimento (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae), geridos pela Conab.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, expõe que não é fácil o trabalho realizado pelos produtores do Perímetro Piauí e que muito da persistência deles se deve ao esforço da Companhia. “Nossos técnicos e engenheiros agrônomos têm um papel constante de acompanhamento do desenvolvimento destes produtores que optaram por produzir alimentos sem o uso de defensivos químicos. O que é até culturalmente dificultado, pois o que não falta é exemplo de gente que acaba por preferir ter menos trabalho, optando por insumos industrializados para produzir”, relatou.

Presenças
Na abertura da ExpoLagarto, sexta, representou a diretoria executiva da Cohidro, o seu Diretor de Infraestrutura (Dinfra) e Mecanização, Paulo Henrique Machado Sobral. Ele ficou bastante impressionado pelo que foi exposto pela empresa no stand, valorizando a produção agrícola que seu departamento também ajuda a propiciar. “Estamos trabalhando aqui na reforma da estrutura do Perímetro Piauí, obra propiciada pelo Proinveste que está recuperando as duas casas de bomba, distribuidoras de água da barragem no Rio Piauí até os lotes irrigados”, atestou.

Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal reiterou a importância da realização do Evento. “Nós participamos e ajudamos a construir a 52ª Exposição de Lagarto, que na verdade é de toda a região Centro Sul. É uma forma dos produtores mostrarem a qualidade da genética, já que estamos falando de animais de porte e premiados nacionalmente.Nós temos exposições de caprinos, de ovinos, de bovinos, de equinos, sem falar da produção vinda de assentamentos de reforma agrária. Então foi um espaço de integração, de exposição, de trocas de experiências muito ricas”, relatou.

No ultimo dia, Esmeraldo participou de diversas atividades junto aos expositores, visitando cada um dos stands, inclusive o da Cohidro, Empresa Pública que é subsidiada à Seagri. Ele fez questão de chamar a atenção de que a Exposição foi fruto de uma mobilização que reuniu diversas instituições do poder público e organizações representativas. “O resultado obtido dessa exposição é graças à responsabilidade dos gestores do Estado e do Município. E dessas entidades que apoiaram, principalmente dos próprios produtores”, concluiu o Secretário, que visitou a Companhia em mais de uma ocasião durante a Feira.

 

Convite: Cohidro estará na 52ª ExpoLagarto a partir de sexta

Cartaz EXPOLAGARTO

Nesta sexta-feira, 4, começa a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto. Prefeitura, Governo do Estado e Faese uniram esforços para promover esta edição do evento, que serve de vitrine ao universo agropecuário do município e região. Para os criadores será a mostra de caprinos e ovinos a parte mais aguardada da festa, que ainda conta com a venda de animais e stands expositivos ao público. Dentre eles o da Cohidro, que trás como novidade uma feirinha de doces caseiros e cosméticos fitoterápicos, produzidos no Perímetro Irrigado Piauí.

A Companhia, que administra o Perímetro Piauí, possui um stant fixo no Parque Nicolau de Almeida, local da festa, e tradicionalmente é expositora assídua de todas as edições do Evento. O Box da Cohidro se destaca dos demais pelo sempre bem cuidado jardim, onde são exibidas as principais culturas agrícolas possibilitadas pela irrigação pública no município incluindo as alimentícias, ervas medicinais, flores e plantas ornamentais. Além do lago, onde espécies de peixes de cativeiro também agradam aos visitantes, principalmente as crianças.

Nesta edição, a Cohidro traz uma exposição de vídeos produzidos nas lavouras irrigadas, mostrando o trabalho e técnicas aplicadas no cultivo de alimentos, com explicação dos técnicos da Empresa. Mas o que mais aguarda atrair a atenção do público será a barraquinha de doces artesanais, produzidos pela agricultora familiar e orgânica Josileide de Carvalho (Dona Licuri), feitos de frutos e vegetais retirados do lote que ela cuida com o marido, Delfino Batista, no Perímetro Piauí.

Outra banquinha venderá produtos cosméticos fitoterápicos e plantas medicinais, que tem no Perímetro Irrigado o principal ponto de cultivo e coleta de espécies. Trabalho que tem origem na pesquisa de Rosimeire Barbosa (Meirinha), Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da UFS. Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade.

Horta de fitoterápicos na Cohidro
Estande da Cohidro
Agricultora e doceira Josileide de Carvalho

Perímetro da Cohidro recebe projeto de fossas sépticas em Lagarto

agricultores se reuniram na sede da Cohidro em Lagarto

O Sindicato dos trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Sintraf) de Lagarto, em reunião realizada no último dia 19, levou a proposta da instalação de fossas sépticas nas residências rurais instaladas na área de atuação do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O foco inicial do projeto, que tem a participação do Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador (Cerest) e Vigilância Sanitária de Lagarto, são as propriedades orgânicas do pólo de irrigação e uma unidade piloto será construída na Associação de Produtores Rurais.

Fossas sépticas biodigestoras são uma solução adequada às áreas rurais, longe das redes urbanas de esgoto, para o tratamento do esgoto doméstico, de forma a evitar a contaminação do solo e das águas por meio de doenças de veiculação hídrica, um risco inerente ao descarte em fossas escavadas ou sumidouros. Na unidade, instalada na sequência da encanação que sai dos sanitários, são feitas divisões, etapas para a separação de sólidos e líquidos. E a partir da ação de bactérias anaeróbicas, é possível eliminar os agentes contaminantes e ainda extrair um resíduo, que pode ser usado como adubo orgânico.

São aparelhos que podem ser adquiridos por inteiro e prontos para a instalação no subsolo, com diversos modelos disponíveis no mercado de materiais para construção e fabricados com os mais variados materiais, como o concreto pré-moldado ou plástico. Mas também é possível de ser montado artesanalmente usando caixas d’água e tubos de PVC, seguindo a plantas facilmente encontradas na Internet, modelos já ensinados em diversas reportagens de tevê.

Antônio Dantas, vice-presidente do Sintraf, é quem foi apresentar a ideia aos produtores do Piauí. Segundo ele, o Governo da China construiu 4,5 milhões de fossas sépticas e passou a economizar US$ 20 bilhões por ano com a saúde rural, devido à ação. “Quem aplica um real, economiza quatro com a saúde. Foi feito uma pesquisa que duraram 30 anos, onde se constatou que 80% das doenças que levam a pessoa ao hospital, na zona rural, são por causa do esgoto não tratado”, argumentou, acrescentando que “a gente também tem que se preocupar com o meio ambiente que esta sendo poluído”.

Mas a proposta que Antônio Dantas levou vai além dos cuidados com a saúde. “Primeiro vamos mostrar ao trabalhador rural para ver como faz, como funciona. Vamos construir em 12 ou 20 dias uma unidade demonstrativa e queremos uma fossa séptica que transforme dejetos humanos e adubo. Entrei em contado com Instituto Trata Brasil, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ministério Público do Trabalho, Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e prevejo começar com 20 fossas no Perímetro Irrigado. Dessas, como aqui tem 10 agricultores orgânicos, vamos dar a eles a prioridade”, acrescentou, advertindo que a expectativa é de que ideia seja copiada por outros produtores, que desembolsariam em torno de mil à R$ 1,2 mil para construção.

Gilvanete Teixeira, Gerente do Perímetro Piauí, disse que atendeu prontamente ao pedido do Sindicato, quando foi procurada com a proposta aos agricultores. “A gente sabe que é um problema presente em praticamente toda propriedade rural, isso do descarte correto do esgoto, pois estão muito longe da rede das cidades. Se vai eliminar o risco de contaminação das famílias no campo, ótimo. Se estes resíduos são comprovadamente aplicáveis à adubação, melhor ainda. por isso prontamente levei a demanda para direção da Cohidro que atendeu ao pedido de convocar uma reunião com os produtores”, expôs.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, vê com otimismo a proposta, que considera como um sinal da preocupação que hoje existe com a qualidade de vida no campo. “Antes esquecidos, hoje os pequenos produtores rurais são alvo de muitas políticas públicas dos governos nas três esferas do executivo, como é o caso deste projeto audacioso, onde todos querem contribuir de alguma forma para alavancar a ideia. Uma novidade que, com os recursos aplicados, ajudará muitos e abrirá o interesse de muitos outros que se espelharão, ao ver o projeto aplicado trazendo mais saúde às famílias atendidas primeiro”, prenunciou.

Projeto piloto

Esta primeira unidade demonstrativa se pretende instalar na Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP). Antônio Cirilo de Amorim, presidente da Entidade, assumiu a responsabilidade de abrigar o projeto, visando favorecer a saúde do trabalhador rural e promover a iniciação deste método alternativo de produção de insumos para a agricultura.

“Parece ser muito viável, pelo que a gente assistiu a apresentação do sindicado. Dando certo, a experiência que vão fazer, a gente vai inserir mais produtores. O projeto piloto vai ficar na sede da Associação, um lugar que a gente usa bastante no final de semana para o lazer e tem banheiro. Lá vai ser mais rápido para ver resultado, pelo fluxo de pessoas. Depois desse produto estar pronto, a gente vai fazer analise em laboratório para ver se não há risco de ser aplicado na plantação, antes de qualquer tentativa”, advertiu Antônio Cirilo.

Carlos Sarmento, Coordenador da Vigilância Sanitária Municipal, ligada à SMS, participou da reunião e está colaborando com o projeto, dando ideias ao grupo de como proceder. ”O que a gente preconiza é que seja feito um projeto piloto para a gente avaliar e analisar os efluentes, o lençol freático e para explicar, ao consumidor final, como será isso de usar fezes humanas como adubo, para quebrar paradigmas”, reforçou.

O Coordenador disse não existir uma norma, da Vigilância Sanitária, específica para a forma de construir e onde instalar essas fossas sépticas, mas alerta que quanto ao uso dos resíduos como fertilizante, é necessário ter cautela. “A gente acredita na ideia, acha que é viável, mas a gente precisa seguir algumas normativas. Tem uma normativa de que não pode ser usado em hortaliças, só em culturas longas, por exemplo”, completou Carlos Sarmento, levando como referência o uso do adubo na fruticultura, onde o insumo, depositado ao solo, não teria contato com o alimento.

Representando o Cerest de Lagarto, Udalio Neto também reforçou a necessidade do piloto, embora acredite no potencial do projeto. “O projeto é bom, precisa de estudo. Tem que fazer uma para, com o tempo, ver o resultado”, colocou. Igualmente, ele foi cauteloso quanto ao uso dos resíduos como adubo. “Tem que evitar as hortaliças, só plantação de capim ou culturas maiores. A ideia mesmo é mais para prevenir problemas de saúde pela contaminação pelos dejetos. Os níveis de contaminação por coliformes fecais saem zero, pelo que os estudos apresentados mostraram”, considerou.

Governo do Estado garante água para 20 mil pela Cohidro e prevê R$ 2 mi do PAA

Milho verde em Lagarto

Foram 40 novos poços na zona rural, só neste ano e junto a outras ações, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) garantiu água para mais de 20 mil pessoas neste período. Já a irrigação pública fez os perímetros irrigados produzirem de goiaba e quiabo, mais de 5 mil toneladas cada, aproximadamente 600 toneladas de milho verde e 600 mil litros de leite, no primeiro semestre. No segundo, a produção terá o incentivo de R$ 1 milhão negociado junto à Conab, mas somado a outros projetos em elaboração, é previsto o dobro deste valor.

Por meio do Proinveste, que através da Seagri (Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca) disponibilizou a Companhia R$ 11 milhões, a Cohidro busca se reestruturar. Quatro dos seis perímetros irrigados que administra estão recebendo reformas, depois de passarem mais de 25 anos sem tais investimentos. Mas os recursos que o Governo do Estado tomou de empréstimo junto à União também estão servindo para compra de equipamentos, tanto para suprir os pólos de irrigação, como também para a área de poços.

Perfuração de poços

De janeiro até julho, as equipes da Cohidro perfuraram 27 novos poços, sendo que a Empresa também determinou a locação, orientou e fiscalizou a conclusão de outros 13, consumados por licitação e que fazem parte do empenho do Governo do Estado através do “Água Para Todos”, do Ministério da Integração Nacional. É a Empresa Pública a executora dos novos sistemas de abastecimento, que o programa federal destinou à Sergipe.

O Diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, informa que os novos sistemas comunitários com poço, do “Água para Todos”, beneficiarão 107 localidades rurais, em 28 municípios. “São localidades escolhidas a partir do um levantamento socioeconômico e tiveram origem numa lista de 144 pré-selecionados por prefeituras, associações comunitárias e outras entidades governamentais. Nosso trabalho consistiu em avaliar, in loco, a real necessidade destas comunidades“, relatou Paulo Sobral, acrescentando que só em 2015 são 1,9 mil pessoas beneficiadas através desses poços do programa e outras três mil, nas demais perfurações da Empresa. Suas equipes também realizaram 34 testes de vazão em novos poços e outras 55 intervenções de manutenção, instalação e recuperação, somando mais 16 mil usuários atendidos no campo.

Proinveste

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, relaciona os investimentos que a empresa está fazendo pro meio dos recursos do Proinveste. “Em equipamentos que estão sendo comprados, são R$ 119 mil em bombas submersas, para tender novos poços. R$ 385 mil em brocas tricônicas, aparelhando as novas perfuratrizes. Em uma retroescavadeira e um compressor de ar, novos, serão empenhados mais R$ 200 mil. Para novos equipamentos de bombeamento, irrigação, energia solar e veículos de transporte, serão injetados mais de R$ 2 milhões nos perímetros irrigados Califórnia, Piauí, Ribeira e Jabiberi e outros R$ 5,3 milhões, na recuperação estrutural destas mesmas instalações”, informou.

Califórnia

No Perímetro Irrigado em que se pretende investir R$ 4 milhões, em obras e equipamentos pelo Proinveste, o destaque em produção no primeiro semestre foi para a goiaba, que produziu de janeiro a junho 5.075,2 toneladas. A meta anual, para a fruta, é a de triplicar este número e então superar as 9.625 toneladas colhidas em 2014. O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica o porquê do segundo semestre ser mais produtivo. “O crescimento vegetativo das plantas é reduzido no inverno, que em Sergipe é caracterizado pelo período de chuva, de maio a agosto. Depois disso e contando com a água farta e o calor, a propensão é de que a produção aumente, principalmente a das frutas”, informou.

Além da goiaba, o Perímetro Califórnia faz de Canindé de São Francisco o maior produtor de quiabo do Estado e na metade do ano, seus irrigantes já colheram 5.066 toneladas do vegetal, com meta de se equiparar às 15.600 do ano passado. Situação diferente do feijão de corda, que com suas 770 toneladas produzidas até junho, facilmente vai superar as 1.480 de todo 2014. O levantamento parcial apresenta que nesses seis meses o pólo de irrigação já produziu 21.371,76 toneladas de alimentos, o que gerou aos produtores familiares a renda de R$ 21.371,76, nos 701,56 hectares de área plantada.

Piauí

Em Lagarto, o Perímetro Irrigado Piauí se destaca pela produção de diversos tipos de pimentas consumidos em indústrias de alimentos locais. Só da nova variedade jalapeño, até junho, foram colhidas 149 toneladas e 195 da malagueta. No mesmo período, esses agricultores irrigantes produziram 232 toneladas de batata-doce e 380 de milho. Nesses seis primeiros meses, pelo cultivo em 62 hectares irrigados, a rentabilização dos agricultores foi estimada em R$ 3,1 milhões.

No caso do Piauí, Mardoqueu Bodano reforça os investimentos do Proinveste, que irão ser feitos no pólo de irrigação que atende 421 famílias de agricultores. “R$ 572,5 mil estão disponíveis para a recuperação estrutural e dos dutos, nas duas Estações de Bombeamento (EB) do Perímetro, a EB-01 está quase pronta. Outros R$ 241 mil servirão para compra de novas bombas, justamente para reequipar estas EBs em reforma, dando assim mais eficiência no fornecimento de água aos produtores”, colocou o presidente da Companhia.

Jabiberi

No Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, em 2010 foi implantando o Programa Balde Cheio de produção de leite. Transferência de tecnologia da Embrapa de São Carlos-SP, via convênio com o Sebrae Sergipe e Banco do Brasil, este que propiciou linhas de financiamento para compra das vacas. Com o auxilio da irrigação fornecida pela Cohidro, os 45 produtores que aderiram ao projeto criam os animais com manejo de pastos rotativos. Nesse sistema, enquanto uma área é usada para pastagem, as outras recuperam aquele capim com a oferta constante de água, para futuramente voltar a receber o gado.

Hoje o rebanho leiteiro do Jabiberi conta com 250 vacas e depois de passar, recentemente, por melhorias na seleção genética desses animais, a produção diária só vem subindo. Nos dados acumulados, de janeiro a junho, teve uma média de produção diária de 3,3 mil litros. Ao todo, o primeiro semestre de 2015 produziu 607.591 litros de leite, o qual foi comercializado in natura ou transformado em 60,75 toneladas de queijo nos laticínios da região. Com preço médio de R$ 0,85, o leite vendido pelos produtores até o momento gerou a renda de R$ 516.452,35.

Conab

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) assiste os irrigantes da Cohidro a partir da compra da produção rural (CPR), durante o período de 12 meses, alimentos que são revertidos em doações para entidades que assistem pessoas em insegurança alimentar. Trata-se do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e as ações do Governo do Estado, que viabilizam este processo fazem parte do programa “Frutos da Terra”. A Empresa Pública atua dando assistência às associações de produtores, para formalizar os projetos-proposta.

Neste ano, são três projetos do PAA já formalizados por agricultores assistidos pela Cohidro nos perímetros irrigados Piauí, Jacarecica II e Ribeira. São 136 produtores que só aguardam a liberação de pagamento do Governo Federal. Juntos, vão fornecer 534.875 quilos de alimento, para serem doados a 13.960 pessoas, sob uma remuneração total de R$1.087,44 para quem cultiva. São previstos outros três projetos, hoje em fase de coleta de documentação e que pretendem dobrar estes números do primeiro semestre. São outros dois na Ribeira e Piauí e um terceiro no Califórnia, só de produtos orgânicos da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5).

Orgânicos se reúnem com diretores da Cohidro e Prefeito de Lagarto

Os 11 produtores do Piauí seguem métodos agroecológicos de produção

Manhã desta terça-feira, 21, ocorreu uma reunião solicitada pelo grupo de 11 produtores orgânicos com áreas localizadas no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, local onde ocorreu o encontro. Em pauta, as solicitações dos agricultores ao Presidente da Empresa, Mardoqueu Bodano e ao prefeito municipal, Lila Fraga.

À Cohidro, os irrigantes fizeram a solicitação da perfuração de 11 poços artesianos nos seus lotes, como forma de reforçar a oferta de água nos períodos de paralisação no fornecimento de água, principalmente no período chuvoso quando as Estações de Bombeamento são desligadas no Perímetro Piauí. Da Prefeitura, os agricultores solicitaram a criação de um espaço reservado só para a oferta de produtos orgânicos no novo Mercado Municipal que está sendo construído na cidade. Devido à legislação específica e baseada em preceitos de fitossanitários, orgânico só pode ser comercializado há 50 metros dos outros produtos similares e cultivados no modo convencional.

Segundo a gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, estes produtores irrigantes possuem características específicas que os diferem dos demais alocados no Piauí. Por um lado, são nove deles que fazem parte da Organização de Controle Social do Centro-Sul Sergipano (OCS-CSS), entidade que, por ser inscrita no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tem autorização para a venda direta ao consumidor de produtos orgânicos.Os outros dois, presentes na reunião de terça, seguem também os preceitos agroecológicos de cultivo e pleiteiam fazer parte do mesmo grupo.

“Deste modo, eles precisam deste espaço de escoamento da produção no mesmo Município, sem precisar ter que sempre ir à Capital para poder encontrar pontos apropriados para a venda de produtos agroecológicos. Por isso eles estão solicitando um setor exclusivo no novo mercado. Da mesma forma que por ser uma produção mais relacionada à cultura de verduras e legumes, eles precisam contar com mais oferta de água do que os demais produtores, que cultivam outras espécies vegetais. Por isso a solicitação de poços”, colocou Gilvanete, aproveitando o pleito para solicitar, ao prefeito Lila, a recuperação da estrada para a barragem, melhorando o acesso à Estação de Bombeamento (EB) 01 no Rio Piauí, que abastece e dá nome ao Perímetro.

Poços

José Edmilson dos Santos, presidente da Associação de Produtores Orgânicos de Lagarto, por motivos de saúde se ausentou da reunião e foi representado pelo seu antecessor, Genivaldo de Azevedo Jesus. Levando à reunião os ofícios aos respectivos órgãos, ele explicou o motivo para solicitar a perfuração dos poços. “Mesmo no inverno, período que chove bem, é cada vez mais comum ter intervalos entre os dias de chuva. Para quem cultiva hortaliças, dois dias sem água e sol forte, já é o suficiente para o produto perder qualidade. A necessidade dessa fonte extra de água, além da fornecida pelo Perímetro, se deve ao fato de no mesmo período a irrigação ser desligada”, informa.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto esteve também na reunião. Ele justifica o período em que a água é desligada, mas compreende a demanda dos produtores. “Quando chove, não é necessário irrigar, as tubulações ficam vazias e as bombas são desligadas, visando economizar água e energia. Como o sistema é grande e também não pode ser ligado e desligado a qualquer momento somente para atender poucos produtores, principalmente os que trabalham com folhosas. O pleito vai ser analisado e se possível, tecnicamente atendido. Vale salientar que no inverno os nossos técnicos também fazem a manutenção preventiva desse sistema, mais um motivo para a parada”, comentou.

Mardoqueu Bodano, acolheu a reivindicação dos irrigantes e garantiu dar bastante atenção ao pleito. “Nossa prioridade é atender bem estes produtores que trabalham de forma sustentável, que é o caso desse grupo bastante conhecido por nós que são os orgânicos. Reconhecemos tanto que exigem uma demanda maior e mais frequente de água, quanto também têm importância fundamental para a produção de alimentos no Município. Estão o ano todo, plantando e colhendo comida saudável, livre de agrotóxicos e isso tem que ser valorizado”, exaltou o presidente da Cohidro, prometendo encaminhar à Diretoria de Infraestrutura (Dinfra) a demanda dos poços.

Já Paulo Henrique Machado Sobral, Diretor do Dinfra, advertiu que é grande a demanda por perfuração de novos poços no Estado. “Assim como João Quintiliano e o presidente Mardoqueu, considero válida a solicitação dos agricultores, mas esta nova requisição terá que ser inserida em nosso planejamento e a partir dai ser feito um atendimento gradativo”, considerou.

Ele ainda considerou incluir à lista um 12º poço, este no Povoado Colônia Treze, também em Lagarto. Lá é onde produz Josevan Lisboa Batista, outro produtor orgânico da OCS-CSS. “Foram 95 poços perfurados pela Cohidro em 2014, somando às obras de instalação de outros poços já perfurados anteriormente e os serviços que também realizamos de manutenção e recuperação de poços, foram ao todo mais de 75 mil pessoas atendidas só por nosso Departamento. Números que temos a expectativa de ampliar neste ano”, acrescentou o Diretor Paulo Sobral.

Mercado municipal

O prefeito Lila Fraga está ciente da contribuição dos orgânicos e garantiu dar atenção ao pedido dos agricultores. ”O mercado será inaugurado acredito que no fim de dezembro para o inicio de janeiro. Eu recebi aqui uma solicitação dos agricultores e vou levar ao conhecimento da Secretaria da Agricultura Municipal e tenho certeza que vamos ter condições de dar um lugar de destaque a eles, porque queira ou não, são verduras sem agrotóxicos e isso traz um grande benefício para a população”, comentou, acrescentando ter a preocupação com saúde da população, a partir da contaminação por defensivos nos alimentos.

Mardoqueu Bodano aproveitou a presença de Lila Fraga, na sede da Cohidro em Lagarto, para apresentar a obra realizada – com recursos do Proinveste – na EB-02 que fica anexo à sede do Perímetro. “R$ 570 mil estão sendo investidos na recuperação do Perímetro Piauí. Por mais de 25 anos ou seja, desde a fundação, nunca houve outro investimento desse porte nesse pólo de irrigação, que só em 2014 produziu mais de 7,8 mil toneladas de alimentos”, Declarou o presidente da Cohidro, que no retorno, pode visitar com o Prefeito a estação experimental de produção de ervas medicinais, convênio entre Cohidro e Universidade Federal de Sergipe (UFS).

O prefeito ainda citou o exemplo do Colônia Treze, onde foi criada uma feira específica, toda quarta-feira, só para os agricultores que plantam seguindo os preceitos da agroecologia, para não compartilhar o mesmo espaço dos feirantes convencionais, no sábado. “Pediram um espaço na praça, nos reunirmos e está na faixa já de uns 90, 120 dias que eles estão lá e se dando bem e é isso que nós precisamos, o que vier em benefício da população a prefeitura está às ordens para ajudar”, complementou Lila Fraga, que foi ao evento acompanhado do diretor de Desenvolvimento Rural, Adelino Barbosa, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Lagarto.

 

Orgânicos assistidos pela Cohidro visitam produtor do Colônia Treze

Josevan, irrigantes, Paulo Alves, Terezinha Albuquerque e Barbosinha

Sempre às terças-feiras, os agricultores orgânicos que fazem parte da Organização de Controle Social do Centro-Sul Sergipano (OCS-CSS), em Lagarto, têm visitado seus parceiros que produzem no Perímetro Irrigado Piauí – da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) – na intenção de fazer um intercâmbio de conhecimentos e prestar ajuda mútua, em forma de mutirões. Mas na última, dia 7, eles partiram em grupo para conhecer e oferecer auxílio a outro associado, desta vez no Povoado Colônia Treze, no mesmo Município.

No Perímetro Irrigado, os cerca de 10 produtores orgânicos são assistidos pela Cohidro. Já no Treze, o outro integrante da OCS, Josevan Lisboa Batista, recebe a assistência técnica da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). Ele e outros 15 agricultores também têm recebido apoio, do Governo de Sergipe e da Prefeitura de Lagarto, para comercializar produtos com aptidão agroecológica, a partir da criação de uma feira livre, que acontece toda quarta-feira no Povoado.

No Treze, Josevan tem uma lote de uma tarefa, junto a sua casa, em que planta frutíferas, como acerola e verduras, como o coentro e pimentão. E noutro lote, de pouco mais de uma hectare, tem cultivos de maior escala, como milho, feijão de corda e banana, sendo as duas áreas irrigadas pela água de um minante. Sobre a visita dos companheiros de OCS, ele considera ser ”muito importante que a gente aprenda mais, com relação ao espaçamento das plantas, por exemplo, são coisas que eu não sabia”, comentou o agricultor orgânico que tem certificação do Ministério da Agricultura (Mapa) para vender na feira criada pela Emdagro e Secretaria de Obras de Lagarto.

Paulo Alves, técnico agrícola da Emdagro, explica que a feira diferenciada do Treze começou em março como uma experiência, sempre as quartas-feiras, já que nos domingos acontece a feira tradicional. Mas em 15 de abril ficou como definitiva, das 16h às 21h e com 20 barracas. “Estão ocupando um espaço, com uma feira diferenciada, de produtos sem agrotóxicos. São 16 produtores em que estamos trabalhando o processo de conversão, começando pela troca por insumos orgânicos, como o pó de rocha e a torta de mamona. Também estamos auxiliando na parte administrativa, para que eles tenham uma maior variedade, com um escalonamento de produção, fazendo com que tenham sempre produtos a oferecer”.

A gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, diz que a Cohidro motivou estes encontros, sempre às terças-feiras, para motivar os agricultores orgânicos a trabalharem mais unidos. “Assim eles se ajudam, colaboram um pouco cada um, pelo fortalecimento do grupo e ainda não desanimam facilmente se tiverem o incentivo do vizinho e colega de atividade. A idéia tanto deu certo que agora eles romperam os limites do Perímetro e estão buscando cooperar com os orgânicos de outros lugares, pensando sempre nesse fortalecimento da classe produtiva”, esclareceu.

Tomate Orgânico

Um dois produtores do Piauí, que visitaram Josevan, foi Delfino Batista. Experiente, o irrigante pela Cohidro avaliou a área do colega e deu sugestões. “A área dele é pequenininha, mas está andando bem. Sugeri que no plantio do tomate ele use arame, com uma vara sustentando de três em três pés. Isso diminui o custo da plantação e também a mão de obra. No mais, ele planta orgânicos do mesmo jeito que a gente faz lá no Perímetro”. Sobre o intercâmbio feito entre os agricultores, ele diz que “quase toda terça tem o encontro, ou o mutirão, onde estamos fazendo canteiros, limpando, preparando o solo, coisas assim”.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, considera nesses encontros a efetivação de uma das funções da OCS. “Esse grupo, que é formalizado pelo Mapa, tem como objetivo não só reunir produtores orgânicos, eles são uma Organização de Controle Social, logo, são responsáveis por fiscalizar e acompanhar o que todos os membros fazem. Zelando, cada qual, pela qualidade dos alimentos orgânicos que produzem e também sempre atentos ao que o companheiro está fazendo, de forma que ninguém se desqualifique da produção agroecológica e com isso prejudique aos demais”.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano estabelece que é o empenho dos técnicos da Empresa o responsável por esses agricultores irrigantes cheguem ao patamar de membros de uma OCS. “Eles não precisaram desembolsar altas quantias para que uma certificação particular viesse dar o aval da produção livre de agrotóxicos. O trabalho de acompanhamento da Companhia avaliza a produção junto ao Ministério e torna mais fácil o cadastro, que os autoriza à comercialização como orgânicos. Da mesma forma que nós seguimos eles de perto, eles precisam também avaliar se todos estão trabalhando de modo certo, merecendo ou não continuar no grupo”.

Alface

Não diferente de Delfino, João Pacheco é outro irrigante do Piauí que é referência na produção orgânica, somando mais de 15 anos nesta modalidade e sendo um dos mais ativos produtores da OCS-CSS, fornecendo verduras e legumes livres de agrotóxicos nas feiras da região de Lagarto. “Viemos no colega do Colônia Treze conhecer o trabalho dele, estamos dando umas dicas, com na alface, que ele está plantando muito junto, do jeito que a gente plantava antigamente. Mas para crescer bem, ele tem que intercalar, tem que dar mais espaço entre uma muda e outra, cerca de uns 30 centímetros de cada pé e 50 entre as fileiras”, recomendou.

PAA – Frutos da Terra: Cohidro assessora CMDS de Lagarto em novo projeto

Alimentos são recolhidos pelas entidades proponentes e entregues às socioassistenciais

Nesta quarta-feira, 17, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Social (CMDS) de Lagarto reuniu representantes de entidades representativas, de produtores rurais, e de assistência comunitária, na intenção de discutir projeto proponente ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Frutos da Terra), administrado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) participou do encontro, onde o seu chefe da Divisão de Agronegócios, Sandro Luiz Prata, prestou uma consultoria ao grupo.

O técnico da Cohidro foi requisitado pelo CMDS devido ao seu trabalho realizado nos perímetros irrigados administrados pela Empresa. Sandro Prata é responsável pela elaboração dos projetos proponentes ao PAA – Frutos da Terra, que desde 2008 já comprou a produção de 934 agricultores irrigantes pela Cohidro, o que gerou de renda R$ 3,8 milhões para estas famílias do campo. “Fui até Lagarto prestar uma assistência que nos foi solicitada pelas associações. Levei os modelos dos formulários, documentos e até o software para simular o a formalização do projeto”, expôs.

Mas além de beneficiar a agricultura familiar, através da compra da produção rural, o PAA praticado nos perímetros da Cohidro – e que também será aplicado no projeto viabilizado pelo CMDS – é na modalidade “doação simultânea”, onde os alimentos são repassados a pessoas em situação de insegurança alimentar. “Durante a vigência do projeto aprovado, que geralmente é de 12 meses, a Conab paga pelos alimentos que o produtor vai entregar à sua associação representativa, que é a entidade proponente. Esta, por sua vez, vai os repassar às entidades socioassistenciais relacionadas no projeto”, completou Sandro Prata.

Para o Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o PAA – Frutos da Terra é incentivado pela Empresa devido a este benefício mútuo. “Nos perímetros irrigados da Cohidro, durante estes seis anos de aplicação do Programa, foram mais de duas mil toneladas de alimentos adquiridos pela Conab que as associações de produtores entregaram às entidades beneficiadas. Estas repassaram os alimentos às famílias ou prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. São assistidas associações de moradores, de portadores de necessidades especiais, asilos, hospitais e centros culturais comunitários”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considera valiosa esta experiência adquirida pela Companhia durante este período em que atuou no Programa. “Se temos este ‘tesouro’, que é a prática que nossos técnicos contraíram elaborando projetos para nossos agricultores irrigantes, dentro do possível, vamos compartilhar com nossos companheiros agricultores de Lagarto que não estão alocados no Perímetro Piauí. Lá, por exemplo, atualmente se conclui um projeto que vai comprar a produção de 69 irrigantes e durante 12 meses vai fornecer 296 toneladas de alimentos para seis entidades, também de Lagarto, que fornecerão alimento para 6.860 pessoas. R$ 551.450 vai pago por estes produtos pela Conab, só nesse contrato”, listou.

Proponentes

Segundo o presidente do CMDS, João (Buraco) Francisco Rodrigues, o Conselho é representado por integrantes escolhidos pelas cinco regionais que o Município é dividido, além de representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Prefeitura e Câmara municipais, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), associações comunitárias e de produtores rurais. Ao todo são 14 membros, em Lagarto, e para eles a reunião serviu para orientação quanto ao funcionamento do PAA-Frutos da Terra.

“Vai ser levada a proposta aos produtores rurais e vai ser feita uma reunião com o prefeito, com a participação deste mesmo grupo, para que se destravem algumas burocracias. A gente sempre vai solicitar a presença de Sandro Prata, porque é um cara que está sempre acompanhando os projetos do PAA”, relatou João Buraco, sobre a solicitação que fez à Cohidro para a presença do Técnico. Ele acredita que a proposta seja interessante para muitos agricultores familiares de Lagarto, principalmente nos assentamentos de reforma agrária assistidos pelo MST, entidade que ele representa no CMDS.

Na reunião ficou acertado que os produtores rurais, com suas Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) regularizadas, poderão ser fornecedores através da filiação à Cooperativa da Agricultura Familiar de Lagarto (Cooperaf), entidade que será a proponente e formalizadora do projeto. Presente ao encontro, o presidente e o vice da Organização, Manoel Messias do Nascimento e Manoel Messias dos Santos, aceitaram a proposta do CMDS, abrindo as portas para os novos associados, assumindo o compromisso de reunir a documentação necessária para iniciar o processo.

Sandro Prata esclareceu ao grupo que será vantagem uma cooperativa ser a entidade proponente. “Desde que se comprove que todos os fornecedores são cooperados, a Cooperativa terá de 1% a 2% em encargos federais, descontados no valor a ser pago no projeto, enquanto que em associações de produtores os encargos sobem para 5,85%. Aconselho agora é que eles fiquem bem atentos nesta fase de planejamento, não visando somente a aprovação do projeto, mas sim pensando na execução, fazendo as escolhas corretas de quem pode fornecer e quem poderão ser as entidades recebedoras”, alertou o técnico da Cohidro.

A Associação Comunitária do Povoado Quilombo se fez presente à reunião pelo seu presidente, Carlos José Santana dos Santos. A intenção do representante era a de pleitear a participação dos agricultores da localidade como fornecedores do projeto ao PAA que será proposto à Conab pelo grupo. “Lagarto tem uma população em que 49% reside no campo e é preciso ações como essa, voltadas para estas pessoas”, considerou o jovem líder comunitário. O primeiro projeto pretende reunir 49 produtores fornecedores, a serem remunerados por um valor total de projeto estimando em R$ 400 mil.

Recebedoras

Representando o MST, esteve o diretor estadual da entidade em Lagarto, Joaldo Vieira dos Santos. Segundo ele são 13 assentamentos de reforma agrária no município em que a Entidade tem atuação direta e a intenção é fazer com que todas as associações tenham participação ativa no projeto do PAA. “Uma parte vai participar como fornecedora, como proponente, e as outras queremos cadastrar como receptoras”, colocou ele, levando em conta o tempo de formação dessas colônias agrícolas e da situação social das suas populações.

Outro representante comunitário presente na reunião foi José Alfredo Vieira Santos, do Povoado Pocinhos, uma localidade onde os produtores rurais concentram suas atividades na pecuária de corte e leite, mas há uma parcela da população que ainda carece de atenção. “Queremos que participem, como beneficiária a nossa Associação, pois temos lá 19 famílias em situação de insegurança alimentar. Nossas entidade está regulamentada e estamos correndo atrás destas melhorias”, constatou ele que considera de grande importância a iniciativa do CMDS.

O Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (CMSAN), foi representado pelo seu presidente, Augifranco Patrick, que expôs o quadro do município quanto o acesso à alimentação. “Hoje se estima uma faixa de cinco mil famílias em situação de insegurança alimentar em Lagarto. Nosso conselho acompanha e viabiliza soluções para os agricultores, no sentido de que eles possam fornecer seus produtos, sem que venham perder a sua produção. Assim como assistimos e acompanhamos os trabalhos desenvolvidos pelas entidades assistenciais em suas comunidades”, relatou ele sobre a intenção do grupo, que pretende suprir uma dieta diária para cinco mil pessoas com o novo projeto.

Última atualização: 24 de novembro de 2019 12:06.