Doação Simultânea da Conab chega a Canindé via Cohidro

Os Produtores comparecem à reunião para se ater as regras e obrigações do PAA – foto: Ascom/Cohidro.

Agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, da Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), aguardam ansiosos a liberação de recursos federais, na ordem de R$ 192.000, para dar início à entrega de produtos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab. São 24 integrantes da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai) entregando 78 toneladas de alimentos durante um ano, para atender 2.300 pessoas em situação de insegurança alimentar, assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do município. Em todo Estado, são quase 24 mil beneficiados em seis projetos.

É a primeira vez que um projeto proposto ao PAA, na modalidade de “doação simultânea”, está sendo deferido pela Conab, tanto no Califórnia, quanto em Canindé. Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, isso é motivo de comemoração. “Esse programa dá garantia de compra ao produtor, que passa a produzir certo de que a cada 15 dias, seu produto tem saída e pagamento seguro, com preço definido na assinatura do contrato. Não só em Canindé, mas nos nossos perímetros de Itabaiana, Lagarto e Malhador, esse benefício ao agricultor só tem sido possível por dois fatores: o total apoio de nossa Gerência de Agronegócios para formular os projetos das associações e ainda a segurança de que vai haver colheita, graças à irrigação pública fornecida durante todo ano”, garante.

Ao todo, o projeto da Assai envolve R$ 192.000 pagos aos produtores em parcelas, conforme explica o gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata. “Todo dinheiro fica depositado em uma conta em nome da associação, bloqueada e que só tem liberação por parte da Conab. Constatada a entrega, a partir da guia de recebimento emitida pela entidade receptora, a parcela referente àquela entrega cai na segunda conta, de livre acesso da Associação, para então repassar aos produtores. Se não houver confirmação de que a entrega foi feita, eles não recebem”, avisa. Ele ainda informa que R$ 1.839.445 é o valor dos seis projetos autorizados pelo PAA no Estado, cinco deles são de associações fazendo entregas, quatro desde abril.

Últimas orientações
No último dia 22, Sandro Prata acompanhou a equipe do PAA e o superintendente regional da Conab em Sergipe, José Resende dos Santos, em visita a Canindé, para uma reunião com os agricultores do Califórnia, proponentes do projeto e conhecer as instalações da Assai e do Cras. Esse encontro tinha por objetivo passar as últimas orientações aos produtores, antes deles começarem a entregar os alimentos à entidade receptora. Os técnicos da Companhia Federal reforçaram a importância do controle nas entregas de alimentos, seguindo sempre à risca o que foi proposto já que, durante o período de vigência do acordo haverá visitas de fiscalização, sem aviso prévio. Também foi momento de anunciar que, em mais tardar em uma semana, será a liberação dos recursos para pagamento das entregas.

“Falta o que? É só questão de aguardar a autorização da unidade Salvador, que é a operadora, para a gente passar para Associação e eles começarem a atender a demanda, fazer a entrega das mercadorias. Provavelmente segunda-feira, terça-feira já teremos uma posição”, disse José Resende. Ele está animado com este primeiro projeto atendendo produtores e pessoas carentes em Canindé. “É muito importante, porque vamos atender o povo e a população que necessita receber essas mercadorias, ação como a de Propriá, como Itabaiana, é do mesmo jeito”, comparou aos outros municípios onde o PAA já atua.

João Aureliano da Silva além de presidente da Assai, é produtor rural que vai entregar alimentos pelo projeto proposto ao PAA. Em seus mais de quatro hectares de área irrigada ele produz cana, milho, quiabo, cebolinha, acerola e macaxeira, estes dois últimos já estarão prontos para colher e logo incluir nas primeiras doações aos assistidos do Cras. Ele conta que, só do tempo participando na diretoria da Associação já se vão mais de 15 anos, antes tesoureiro e há oito anos, presidente. “Vale a pena, é um dinheiro que vai ajudar ao agricultor. Eu mesmo tenho interesse em trabalhar no beneficio de todos e estou animado, estamos provando que é uma Associação organizada e estamos finalizando os preparativos para a primeira entrega, graças a Deus”, agradece.

O presidente da Assai acredita que se o PAA desenvolver bem, mais irrigantes vão se interessar em participar. “Vamos nos reunir, porque somos 253 produtores (familiares) e na Associação só tem regularizado 24 pessoas. Dando certo esses, todo mundo vai se interessar, no outro contrato, todos vão estar, porque vão se animar”. Aureliano acha que o Perímetro, nos primórdios conhecido como “Projeto Califórnia”, não pode ficar sem participar do programa federal. “Um ‘Projeto’ desse é rico, tem um terreno maravilhoso, de tudo que o agricultor plantar vem e vem com força, é uma potência. Eu vejo ‘projeto’ menor que esse e as pessoas são tudo organizadas, e por que esse aqui não pode prosperar?”.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto lista os projetos que estão em pleno funcionamento nos outros perímetros administrados pela Empresa. “No Piauí (Lagarto) são 69 produtores doando para mais de seis mil pessoas atendidas por seis entidades assistenciais na cidade. Na Ribeira (Itabaiana e Areia Branca) são três associações, dos povoados São José, Lagoa do Forno e Mangueira, que juntas envolvem 104 produtores que vão assistir mais de 11.000 pessoas em entidades da Barra dos Coqueiros, Pedra Mole, Nossa Senhora das Dores e mesmo em Itabaiana. Já na Astrapicica (Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II), em Malhador, são 33 produtores que doam para 3,5 mil pessoas inscritas no Cras de Areia Branca”.

Um dos produtores que acreditaram no projeto da Assai, é Maria do Socorro Rodrigues dos Santos. Nos seus também quatro hectares, a goiaba e o quiabo estarão logo no ponto para colher e a área, para plantar o milho de entregar no PAA, já está sendo preparada. Para a agricultora, o Programa trás uma rentabilidade justa ao trabalho desenvolvido pelo irrigante. “Realmente, quando fala em projeto familiar, aí a gente pensa num resultados maior. Espero que dê tudo certo, pra melhorar a situação da gente. O melhor é o preço e a garantia, pois a gente sabe o que vai vender e por que valor”.

Cras de Canindé
Maria Leila dos Santos, Secretária de Bem-Estar Social de Canindé disse que o projeto aceito pelo PAA é de extrema importância para a Cidade e delegou equipes para ir até a Assai receber os alimentos e fazer a entrega à população assistida pela entidade. “A Prefeitura recebe esse projeto com muita alegria, porque a gente sabe da situação de muito beneficiário do Bolsa Família e disso a gente fez um dos critérios para que essas pessoas fossem escolhidas para ir receber o produto. Então, lá vamos nos preparar para fazer a logística e a entrega do produto, para que esse produto chegue da melhor forma possível nas mãos do beneficiários. Já está reservada a Assistência Social do Cras, que vai ficar à frente da tudo”.

Última atualização: 16 de outubro de 2017 10:45.