Produção de perímetros irrigados contribui para Aracaju ter cesta básica mais barata

Grande oferta de itens como tomate, mandioca, leite e banana mantém cesta aracajuana como a mais acessível do país desde junho

Banana produzida no perímetro Jacarecica II [Foto: Ascom/Cohidro]
Desde janeiro de 2018, Aracaju se mantinha como a capital brasileira com o segundo menor valor da cesta básica de alimentos, entre as 20 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ficando atrás somente de Salvador. Mas o resultado obtido pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) no último mês de junho colocou a capital sergipana em primeiro lugar, com uma queda de -6,14% em relação a maio, quando o preço médio da cesta básica foi praticado em R$ 383,09. Em julho, a primeira colocação foi mantida com mais uma queda de 6,04% nos preços: R$ 359,95. Entre os 12 itens pesquisados em Sergipe, metade tem produção originada, direta ou indiretamente, nos perímetros irrigados do governo do Estado.

Os perímetros são administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Pelo segundo mês, em Aracaju foi destaque a redução no preço da banana (-14,86% em julho), com produção encontrada nos perímetros irrigados Califórnia [Canindé de São Francisco], Jacarecica II [entre os municípios de Areia Branca, Riachuelo e Malhador] e Piauí [Lagarto]. Outro preço que caiu foi o do tomate, produzido nos perímetros Piauí, da Ribeira [Itabaiana] e Califórnia. Integram, ainda, a cesta básica nordestina a farinha de mandioca, produzida no perímetro Piauí; o leite, nos perímetros irrigado Jabiberi [Tobias Barreto] e Califórnia; e a partir dele, a manteiga.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, a garantia de fornecimento de água para irrigação favorece a produção nos perímetros. “É possível produzir o ano inteiro, pois o sistema de irrigação só é desligado em dias de chuva. Dessa forma, os produtores podem assumir compromissos de fornecimento em qualquer época”, explica João, que também destaca a contribuição dos perímetros para um sexto item da cesta básica: a carne de primeira. “Todos os perímetros irrigados produzem algum material para consumo animal, como os ramos da batata-doce e da mandioca, a manipueira [líquido excedente do beneficiamento da mandioca] e o milho verde, que se usa o pé inteiro com as espigas ou a só a palhada. Tudo isso serve para a alimentação do gado de leite – e também de corte”, pontua.

Banana
A bananeira requer, segundo o técnico agrícola da Cohidro em Lagarto, Marcos Emílio Almeida, uma média pluviométrica anual de 1.600mm, índice de precipitação que a maioria dos municípios sergipanos não possui. “São basicamente 5mm ao dia e, então, a irrigação vem a suprir esse déficit hídrico. Dessa forma, a produção plena da banana no estado só é possível com o uso de água de irrigação”, aponta. O mesmo técnico acompanhou a introdução de um campo piloto da variedade ‘prata anã’ no perímetro Piauí.

“Rendeu bem a primeira colheita, mas tivemos que aumentar o número de microaspersores”, relatou o agricultor irrigante Rosendo dos Santos, assistido no perímetro irrigado de Lagarto, constatando a necessidade de boa irrigação para produzir banana no município. Orientado pela Cohidro quanto à escolha de mudas certificadas, correção do solo, método de irrigação e manejo da cultura; o sucesso do bananicultor influenciou outros produtores a investir na variedade prata anã. Hoje são quatro, só no perímetro irrigado Piauí.

Perímetro irrigado de Lagarto recebe visita de estudantes de Agronomia da Bahia

O dia de campo no pólo irrigado da Cohidro atende ao cronograma acadêmico das disciplinas de Fruticultura e Entomologia Agrícola
Foto: Fernando Augusto

“As aulas teóricas são necessárias, mas no campo, podemos ver e colocar em prática tudo que nos é ensinado”, disse a universitária Jéssica da Silva, que cursa o 5° período de Engenharia Agronômica na Faculdade do Nordeste da Bahia – Faneb, em Coronel João Sá. A jovem fez parte do grupo de estudantes e professores que visitaram o Perímetro Irrigado Piauí, no município sergipano de Lagarto, uma parte da infraestrutura que o Governo do Estado mantém, distribuindo água de irrigação a 421 lotes agrofamiliares.

Durante a aula de campo, os estudantes puderam conhecer exemplos de produção certificada de mudas frutíferas, de banana prata anã e uma amostra de produção orgânica de hortaliças. “A gente tem uma estação de bombeamento (EB) na barragem, a 5 km daqui, no rio Piauí, com uma adutora de 600 mm que faz a água chegar nesse reservatório secundário, onde a EB-02 distribui a água em sete setores, em sete povoados aonde estão os lotes”, explicou aos estudantes o técnico agrícola da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, Willian Domingos.

Dessa forma, pôde ser ampliado o raio de visão que os visitantes têm do escritório-sede do perímetro, onde também conheceram a Estação Meteorológica. Dali, segundo ele, equipamentos de mensuração do clima tanto geram dados necessários para determinar o tempo e o período para irrigar no dia, como também alimentam o banco de informações climáticas do estado.[pullquote align=center]

Assista à reportagem do programa Sergipe Rural sobre a visita clicando aqui.

[/pullquote]O foco maior da visitação foi a produção irrigada de espécies frutíferas que, conforme explicação do técnico da Cohidro, se faz de forma consorciada, possibilitando a diversificação da produção, e evitando que o agricultor sofra tanto com os altos e baixos do mercado. “Ele tem o maracujá, mas também tem o quiabo, coentro e a macaxeira. Ou seja, o produtor tem a diversificação de culturas e não enche o lote de uma cultura só. Se há 30 dias, o maracujá custava e R$ 4 o quilo, hoje está a R$ 0,50, aí tem que ter outra cultura para garantir a geração da renda familiar”, exemplificou Willian.

O professor Lucas Aroaldo expôs que a visita serviu para mostrar como funciona toda a infraestrutura envolvida, que vai desde a assistência técnica até a estrutura que a Cohidro oferece para esses produtores. “Os técnicos são capacitados para o entendimento da agricultura familiar desse policultivo, que envolve desde a olericultura orgânica até a produção de espécies frutíferas. É de suma importância que os alunos tenham contato com essas experiências de setores e com os produtores assistidos pela Cohidro”.

Depois de conhecer a complexa produção de mudas do produtor irrigante Nivaldo Araújo, a estudante Jéssica afirmou que a aula de campo foi interessante. “Possibilitou que pudéssemos absorver novos conhecimentos e saber de que forma é feito todo o processo [de produção] das mudas de cada cultura”, complementou a universitária. O irrigante Nivaldo Araújo, por sua vez, conta que para estar certificado a fornecer mudas citrícolas em Sergipe, segue um rigoroso controle de qualidade das matrizes, devendo haver muita disciplina nas rotinas de segurança fitossanitária. “O controle de pragas aqui dentro depende de mim, porque o segredo são as portas dos viveiros, por isso, todos os dias eu estou aqui. Digo aos funcionários que se gera um foco de doença aqui, perde tudo e o prejudicado não sou só eu, mas sim todos nós”, ressaltou.

O grupo ainda foi conhecer a produção de banana prata anã do irrigante Rosendo Santos, que realiza o controle de pragas com os métodos convencionais; e a produção orgânica de João Pacheco, onde o controle de pragas é feito usando processos alternativos. Nesses locais, o professor Fábio Leal, que ensina sobre os insetos inimigos das lavouras, pôde mostrar aos alunos, na prática, o trabalho de manter as plantas sadias, com e sem o uso de agrotóxicos. “Essas viagens servem para os alunos terem uma visão mais integral do processo agropecuário, aí eles vão fazendo os links necessários entre uma disciplina e outra. Hoje, tentamos identificar algumas pragas, métodos de controle e o que pode ser feito para minimizar os problemas causados por insetos”, concluiu.

 

UFS Campus do Sertão descobre agricultura irrigada do perímetro da Cohidro em Lagarto

Duas turmas de estudantes de Agronomia do Campus do Sertão visitaram o perímetro em pouco mais de um mês – Foto: Isabela Menezes (Ascom/Cohidro)

Duas visitas seguidas de diferentes turmas do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Campus do Sertão, situado em Nossa Senhora da Glória (SE), ocorreram ao Perímetro Irrigado Piauí, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto (SE). Nos dias 16 de outubro e 27 de novembro, professores e alunos quiseram conhecer os métodos empregados para os cultivos irrigados, convencionais ou orgânicos e de que forma os técnicos agrícolas da empresa estadual acompanham e colaboram com essa produção agrícola.

O curso superior é considerado novo em Glória, iniciou em 2016, e em outubro 24 estudantes da primeira turma de Agronomia do campus, hoje em seu 4º ciclo, foram levados pelos professores-doutores da UFS Thiago Matos Andrade e Gustavo Hugo Ferreira de Oliveira até o perímetro Piauí. A viagem técnica faz parte do módulo de Sistemas Agrícolas II, onde eles estudam fruticultura e olericultura. Depois de conhecer a infraestrutura da Cohidro que envia água para os 421 lotes irrigados, a Estação de Bombeamento 02, os estudantes seguiram para a visita técnica ao campo. Começando na plantação de banana prata anã do irrigante Rosendo José dos Santos. O plantio se destaca pelo uso da microaspersão com fertirrigação, mais econômica e eficiente, levando o fertilizante diluído na água de irrigação até as plantas.

A estudante de Porto da Folha (SE) que faz Agronomia em Glória, Andreza de Paula Pereira, está no 4º ciclo de agronomia e foi à visita acadêmica confirmar aquilo que viu em sala de aula. “Então, a gente está vendo na prática as coisas que a gente já vê na teoria. A questão da produção da banana, toda a forma de plantio, da irrigação, da fertirrigação. São coisas que a gente já vê no nosso cotidiano, nas questões da teoria. Vimos que tem a questão da Sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) que a gente já tinha debatido muito em sala de aula. Então, é juntar o útil ao agradável”, avaliou.

“Essa turma pôde ver de perto como o seu Rosendo está tratando a Sigatoka sem contabilizar prejuízos na plantação. Dalí, eu e os técnicos Willians Domingos e Marcos Emílio Almeida, levamos eles para conhecer um lote com diferentes espécies de pimentas: malagueta, jalapeño e biquinho, todas elas são fornecidas para a indústria aqui mesmo em Lagarto. O passeio dos alunos terminou no lote de João Pacheco, produtor orgânico há mais de 15 anos. Mostrando para esses estudantes que no perímetro existe também essa preocupação com a saúde das pessoas e meio ambiente. O João Pacheco e mais 10 produtores são reconhecidos e inscritos no Ministério da Agricultura através da OCS (Organização de Controle Social), o que dá direito deles vender nas feiras e direto nos lotes, os produtos como orgânicos”, esclareceu Gildo Almeida Lima, gerente do perímetro Piauí.

Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, a relação com os perímetros irrigados e a academia de Ciências Agrárias contribui muito com a formação desses futuros profissionais. “Fazendo essas visitas aos nossos perímetros, é possível de confrontar não só o que eles aprendem nos livros, mas também de ver muita coisa que eles não vão encontrar na agricultura convencional de sequeiro. Com a irrigação pública, garantida para esses produtores há 31 anos pelo Governo do Estado, praticamente é possível se plantar de tudo um e se qualifica em um laboratório vivo para o futuro agrônomo, inclusive para futuras incursões individuais que ele possa precisar fazer para concluir sua formação. As ‘porteiras’ desses perímetros estão sempre abertas para a comunidade acadêmica, onde já recebemos visitantes que vão desde o pré-escolar até os que fazem pós-graduação superior”, informa.

Thiago Matos, engenheiro agrônomo pela UFS e com título de mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Lavras (MG), reforça que a visita acadêmica dá suporte ao conteúdo teórico que ele leciona em sala de aula. “A gente trata das culturas que são as hortaliças e uma parte da fruticultura, como a cultura de maracujá, ou coco, ou a banana. E como aqui a Cohidro tem essa representação com todas as culturas, nada melhor do que ver aquele conteúdo que ele está vendo lá em sala, para ter o contato propriamente com o campo”, argumenta o professor.

Segunda turma de Agronomia
Já em novembro, novamente os professores trazem seus alunos ao perímetro Piauí. Desta vez os estudantes do 3º ciclo, segunda turma de Agronomia do Campus do Sertão, pela disciplina Sistemas Agrícolas I e com um grupo maior: 28 alunos. Durante estas duas passagens pelo polo irrigado, o doutor Thiago Matos instituía notas de pela participação dos acadêmicos, mas também avaliava a condução da agricultura adotada por agricultores irrigantes, técnicos agrícolas e de como se comportava a empresa para com esses públicos que assiste.

“Um trabalho bom, a gente está vendo a substituição do sistema de irrigação antigo que consumia mais água, por um sistema mais moderno, como no caso aqui do gotejamento, esses avanços. Essa forma própria da condução (seleção de plantas por touceira) também é uma tecnologia bem mais nova, mais recente, pude perceber que incrementa produção, então está sendo bem satisfatório. Os técnicos daqui estão de parabéns pelo trabalho e que continue assim”, considera o professor Thiago.

Esse segundo grupo vindo do campus de Glória pôde conhecer a produção de tomate feita pelo irrigante Gidelson Gonçalves, utilizando um sistema moderno de cobertura dos canteiros com lonas do tipo mulching. “A tecnologia não é nova no nosso perímetro irrigado de Lagarto e consiste em proteger os frutos do acesso ao solo, inibindo o aparecimento de doenças e pragas que afetam diretamente a qualidade do produto. Além disso, auxiliam na propagação dos raios solares em toda planta, através do reflexo feito pelo material plástico. A água de irrigação, fornecida à planta a partir de mangueiras de gotejo que passam por debaixo da lona, também é melhor aproveitada, pois sofre muito menos evaporação com essa cobertura, resultando em economia de água e de nutrientes que seguem até a planta pela fertirrigação”, argumentou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

Aprendizado
O outro professor que acompanhou as turmas, Gustavo Hugo, é engenheiro agrônomo e doutor em melhoramento genético de plantas. Ele leciona os módulos Sistemas Agrícolas I e II, para as duas turmas de alunos visitantes. O assunto dado por ele cuida das hortaliças, frutos, a parte de fruticultura e grandes cultas também, como o milho e cana. “Acho que o maior objetivo nosso como tutores, professores da UFS é trazer a realidade do agricultor para os alunos e acredito que essa parceria com a Cohidro aqui de Lagarto, a gente pode dar essa vivência para os alunos, tanto do campo, como propriamente as dificuldades do agricultor no dia a dia. Eu acho que é isso, que a universidade tem que romper as barreiras e tirar os alunos daquela teoria, e partir para colocar eles na prática”, defende.

“Tanto a questão da organização do espaçamento das plantas, a de deixar o ‘mato’ para a reciclagem de nutrientes, do vapor de transpiração. Também a gente viu bastante a questão das folhas no chão, que isso é muito interessante, tanto para o olhar técnico para a conservação do solo, quanto para o agricultor, para potencializar o uso do que ele tem na área”, lista a estudante Andreza sobre o que aprendeu na visita à produção de bananas no perímetro. Na avaliação dela, os aspectos econômicos não passaram despercebidos. “Ele falou que é bem rentável, são híbridos e que apresentam potencialidade boa e falou do escoamento, que tem um bom escoamento. Essa é uma cadeia muito importante para a produção e faz parte da preocupação do curso também”.

Segundo seu professor, “vai ter um grande agregado de conhecimento. Desde a hora que chegamos, com uma recepção com a explicação de tudo que acontece no perímetro. Acho que isso eles vão levar para a vida profissional deles e uma volta futura, quem sabe, como profissional já nesse ramo, cuidando tanto da irrigação como a parte das hortaliças, orgânicos e fruticultura. Eles estão vendo, o produtor e técnicos aí dando esse conhecimento para eles discutir, vendo a realidade e finalizando como essa grande oportunidade de ver uma agricultura 100% orgânica na região”, conclui o professor Gustavo Hugo.

Agricultura orgânica
Thalisson Oliveira Vieira é outro aluno do 4º de Agronomia. Para ele, o ponto alto da visita foi no lote agroecológico do irrigante João Pacheco, há 15 produzindo com sucesso. “Tendo em vista que ele tem um acompanhamento técnico com o pessoal da Cohidro; tem um selo que certifica a idoneidade dele com relação ao produto orgânico que ele comercializa. Ele tem um sistema de compostagem, que é essencial no processo de produção. Ele evita trazer o máximo de insumos de fora, procura utilizar-se dos próprios insumos da propriedade para que ele consiga produzir e isso potencializa a sua margem de lucro também”, listou.

Para o estudante, o diferencial do agricultor orgânico não ficou só no campo agronômico, pois identificou que no lote irrigado de João Pacheco existe uma visão empresarial e de fidelização do cliente. “Ele tem até a própria quitanda de venda em sua propriedade, onde ele possibilita que os clientes venham colher em sua lavoura. Essa interação entre agricultor e consumidor é de extrema importância, visto que isso é uma atividade muito difundida dentro da agroecologia, que é o ciclo de confiança entre agricultor e consumidor. Isso é extremamente importante e é uma coisa que a gente vê cada vez menos dentro do cenário global dos sistemas de produção agrícola”, avaliou Thalisson, que estuda em Glória, mas é natural de Lagarto.

 

Banana prata anã no Sergipe Rural

Sergipe Rural (Aperipê TV) de ontem esteve no Perímetro Irrigado Piauí onde a assistência técnica e irrigação da Cohidro fez a diferença na opção por plantio de banana Prata Anã fertirrigada. Produtor agora está aumentando o bananal e adotando também a Pacovan.

Estudantes de Agronomia em Glória visitam perímetro de Lagarto

A turma do 4° ciclo de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Campus do Sertão, situado em Nossa Senhora da Glória (SE), esteve no Perímetro Irrigado Piauí, unidade da Cohidro em Lagarto (SE), no dia 16 de outubro. Os estudantes, acompanhados pelos professores-doutores Thiago Matos e Gustavo Hugo, puderam conhecer os campos irrigados de variedades frutícolas e a horticultura, os métodos empregados para o cultivo e de que forma os técnicos da companhia estadual acompanham e colaboram com essa produção agrícola.

Depois de conhecer a estrutura da Cohidro que envia água para os 421 lotes irrigados, a Estação de Bombeamento (EB) 02, os estudantes seguiram para a visita técnica ao perímetro irrigado, começando na plantação de banana prata anã do irrigante Rosendo José dos Santos. O plantio se destaca pelo uso da microaspersão com fertirrigação, mais econômica e eficiente, levando o fertilizante diluído na água de irrigação até as plantas.

Trata-se da 1° turma do campus, com 24 alunos e a viagem técnica faz parte do módulo de Sistemas Agrícolas II, onde eles estudam fruticultura e olericultura. O Principal objetivo da visita foi o de confrontar a teoria, vista em sala de aula, com a prática adotada nas plantações.

Fertirrigação cresce em perímetro de Lagarto ao atender diversas culturas

Tomate, milho, amendoim, pimenta, repolho, mamão e quiabo aceitam bem a técnica. Orientação dos técnicos agrícolas da Cohidro viabiliza o uso de fertilizante diluído na água de irrigação.

 

Sistema de microaspersão fertirrigada foi aplicado à banana – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

A fertirrigação é uma técnica de adubação aplicável à irrigação contínua e localizada, onde os nutrientes necessários ao crescimento das plantas seguem diluídos na canalização da água e são aplicados, geralmente através dos sistemas de irrigação por microaspersão ou gotejamento, diretamente ao solo para a absorção pelas raízes. Por obter melhor resultado e aproveitamento integral dos fertilizantes, além da diminuição de mão de obra para aplicar esses insumos, o método tem encontrado cada vez mais adeptos no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), em Lagarto.

Cresce também a variedade de cultivos agrícolas em que a fertirrigação tem encontrado aceitação. Onde antes era mais aceito pelo tomateiro, principalmente quando associado ao sistema de cultivo protegido por lonas ‘mulching’, passou a ajudar às plantações de milho, do amendoim, das bananeiras, do mamão Havaí e agora até está contribuindo com o crescimento dos tradicionais quiabeiros. Por ter uma apreciação culinária mais restrita ao Norte-Nordeste brasileiro e regiões da África, continente onde teve origem, até hoje o cultivo do quiabo pouco teve relevância no campo de desenvolvimento de tecnologias agrícolas, mas a planta tem se adaptado bem ao novo sistema adotado pelos agricultores irrigantes de Lagarto.

Para Carlos Melo, diretor-presidente da Cohidro, a tendência é de que a agricultura praticada nos perímetros de irrigação pública se aprimore por conta própria, a partir das garantias oferecidas pelo Estado ao produtor. “Podendo contar com a água certa e regular em seus lotes, uma garantia de que irão colher aquilo que plantarem em qualquer tempo, só resta ao agricultor investir em tecnologias que melhorem o rendimento produtivo de suas áreas agrícolas, trazendo mais retorno financeiro, revertido em qualidade de vida para as famílias que dali dependem para o sustento. Não podemos deixar de destacar o papel dos nossos técnicos, que incentivam o uso de novos conceitos e colaboram com o agricultor na aplicação dessas tecnologias”, observa.

Segundo o técnico agrícola da Cohidro no perímetro Piauí, José Américo Alves, o segredo da fertirrigação funcionar em várias espécies vegetais está na dosagem, diferente para cada tipo de planta. “Aqui, o tomate recebe adubo foliar todo dia, já o amendoim ali, duas vezes na semana. Da mesma forma é a quantidade de água: no amendoim é uma mangueira de gotejamento que usa, no tomateiro são duas”, explicou ele, mostrando a diferença dos sistemas implantados em duas roças vizinhas no lote de Renilson de Jesus Araújo. O irrigante atendido pelo técnico plantou 0,33 hectares (ha) de tomate e a mesma área de amendoim com irrigação por gotejo.

Renilson de Jesus Araújo plantou duas áreas vizinhas, cada qual com uma tarefa, de amendoim e tomate com fertirrigação, via sistema de gotejo – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

“Na fertirrigação compensa mais, aumenta a produção, dobrou a quantidade. Aspersor convencional judia a planta e não pega em todo setor da lavoura”, considera Renilson. Sua produção é escoada para compradores em atacado e seu lote tem bastante rotatividade de culturas para sempre ter oferta dos produtos mais procurados. “Vendo por terça (um balde de 12 litros), o amendoim já despencado. Deu 200 terças em uma semana só de colheita. Se tiver área irrigada, planto o ano todo. Aonde tem amendoim, depois vou plantar milho e em outra roça de milho, vou pôr o amendoim. No tomate deu ‘broca’ (Neoleucinodes elegantalis), senão dava 600 caixas em uma tarefa”.

O produtor rural Raimundo Carvalho é outro que, em suas roças, dá preferência ao cultivo do amendoim intercalando outras culturas. “Aqui plantamos 4,5 currais (0,24 ha) do amendoim. De vez em quando planto, aqui depois vai ser repolho, mas em outra roça de milho, vai tirar e então pôr o amendoim fertirrigado, que colhe com 75 dias”, informou o proprietário de lote irrigado também assistido pela Cohidro.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola, o engenheiro agrônomo João Quintiliano da Fonseca Neto diz que o plantio do amendoim contribui com a renovação do solo, para aproveitamento em outras culturas. “Ajuda na manutenção do solo, na reposição de nutrientes, como o nitrogênio, muito necessário para o desenvolvimento de todo tipo de cultivo que depois venha ocupar aquela área. Mesmo havendo outras culturas capazes de fazer o mesmo trabalho de reposição, o amendoim sempre foi usado por ter boa produtividade em nosso clima, rusticidade e resistência à pragas e mercado certo em Sergipe, onde o amendoim cozido é patrimônio cultural. Agora percebemos mais esta vantagem, de ter excelentes resultados, com aumento de produtividade, utilizando a mesma fertirrigação que era antes adotada para outras culturas”, argumenta.

Banana

Não é só na horticultura que a fertirrigação encontra terreno. A aposta do agricultor irrigante Rosendo José dos Santos, com o plantio inicial de 2.000 pés de banana prata anã, teve bastante repercussão pelos bons resultados que já pôde obter na primeira safra, mas o sucesso muito se valeu do uso da fertirrigação. “Toda semana põe adubo. Adubou, selecionou os filhos (da bananeira), (a cultura) dura por tempo indeterminado. Deu problema de folha secando rápido, mas Marcos Emílio (Almeida, técnico Agrícola da Cohidro) orientou acrescentar fósforo na fertirrigação, mas põe também adubação de cobertura”, assinalou o produtor que vende os cachos para os feirantes da cidade de Lagarto e do Povoado Colônia do Treze, no mesmo município.

A primeira área de bananeira de Rosendo tem 1,3 ano desde que foi introduzida e já terminou sua primeira safra. Uma segunda área, perto de completar um ano de plantio, tem cachos carregados para colher a primeira produção. Nessa outra plantação o agricultor quis melhorar a fertirrigação usada na primeira, optando desta vez pelo sistema de gotejo, para ampliar a área coberta pela água. Somados, são quase 1 ha da variedade prata anã e o produtor ainda vai investir em um terceiro lote, com mais 0,33 ha da variedade pacovam. “Rendeu bem a primeira colheita. Mas teve que aumentar o número de microaspersores. Se cuidar certinho, dura muito tempo. Tiro a primeira, depois de 4 meses dá o outro cacho em outro pé, o filho (broto) substitui o pé mãe”, informou ele, que antes plantava batata-doce e macaxeira, mas agora não volta atrás na opção pela banana.

Embora obtenha resultados que surpreendam, utilizando a fertirrigação, o principal insumo para a planta ainda é a água. A bananeira requer, segundo Marcos Emílio Almeida, uma média pluviométrica anual de 1.600mm, índice de precipitação que a maioria dos municípios sergipanos não possui. “São basicamente 5mm ao dia e então a irrigação vai suprir este déficit hídrico que a planta requer. Dessa forma, a produção plena da banana no estado requer o uso de irrigação”, destacou. O técnico agrícola da Cohidro acompanhou, no ano passado, a introdução deste campo piloto de Rosendo José e agora presta toda a orientação ao agricultor, que quer aumentar o bananal em 30%, plantando a variedade pacovan.

Quiabo

Conforme informa o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, o cultivo do quiabo no perímetro irrigado tem aumentado de tamanho a cada ano e agora encontra na fertirrigação mais um fator positivo para continuar o crescimento. “De 2016 para 2017 a área de cultivo cresceu em torno de 20%. Por levar entre 60 e 80 dias para começar a colher e permanecer produzindo colheitas semanais por até 3 meses, os produtores têm optado bastante pelo quiabo, que também tem boa procura nos mercados de Aracaju e Salvador. Por diminuir o número de pessoas contratadas para realizar os tratos culturais, a fertirrigação tem sido uma opção bastante adotada para estas e outras plantações no perímetro”, avalia.

Gildeon Dias dos Reis tem perto de 12 mil pés de quiabo plantados há 90 dias e em plena produção, com a expectativa de chegar às 60.000 unidades colhidas semanalmente. O produtor segue um elaborado cronograma de aplicação de fertirrigação, adubação sólida e ainda plantou em uma área onde antes havia 2 mil pés de pimenta que foram incorporados ao solo. “Com 11.000 pés, tirava 55.000 em toda lavoura. Se não adoecer, espera-se 3 meses de produção. Uso a fertirrigação da fórmula 18x18x18 (nitrogênio, fósforo e potássio) duas vezes em 15 dias e 10x20x20, após 40 dias. Com 60 dias, uma mão de esterco por pé e com 75 dias o 18x18x18 de novo, essas foram as adubações. O terreno está muito adubado e cresce muito. Vai dar 50.000 quiabos selecionados, com a colheita de três meses”, visualiza.

 

Irrigação pública contribui com a cesta básica mais barata em Aracaju

Tomate, mandioca, leite, banana, cana de açúcar e material forrageiro influi no preço dos itens da cesta básica 
Caixa do tomate foi vendia por até R$ 100, em janeiro – foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Aracaju desde janeiro é a capital brasileira com o segundo menor valor da cesta básica de alimentos, dentre as 20 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em março calculada em R$ 339,77, acumulando queda de 3,42% nos últimos 12 meses. Dos 12 itens pesquisados, metade tem como uma das origens de produção direta, ou de suas matérias primas, os perímetros irrigados do Governo do Estado: o tomate, mais barato para o consumidor 6,74% em fevereiro e depois 8,98% em março; a banana, que caiu de valor 10,03% de janeiro para cá; a farinha de mandioca, este ano custando 19,27% menos; o leite, menos 11,38% e o açúcar, que caiu de preço 31,02%, segundo a variação anual identificada pela entidade. Derivada do leite, somente a manteiga mantém alta de 3,53% no ano.

O aumento da oferta destes e de inúmeros outros produtos sergipanos que não fazem parte da pesquisa, interfere na diminuição do valor de custo de vida do aracajuano e também de quem vive em Salvador, desde agosto (2017), a cesta mais barata do Brasil, cotada em março no valor de R$ 322,88. Ocorre que só do Perímetro Irrigado da Ribeira, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Itabaiana (54 km de Aracaju), diariamente saem para a capital baiana, cinco caminhões carregados de alimentos como alface, couve, coentro, cebolinha e rúcula; além de uma grande quantidade de micro-caminhões, conhecidos por ‘mercedinhas’, que abastecem às feiras de Aracaju e de todo o estado. Foram 11,5 mil toneladas destes folhosos, produzidos em 2017, neste polo agrícola.

Cerca de 90% do quiabo produzido no perímetro Califórnia, administrado pela Cohidro em Canindé de São Francisco (a 213 Km de Aracaju), tem como destino as feiras da região metropolitana de Salvador e de Feira de Santana-BA. Nesta unidade da empresa, foram contabilizadas 11 mil toneladas do fruto colhidas no ano passado. De lá e também do perímetro Piauí, em Lagarto (75km de Aracaju), ainda seguem para a Bahia cargas de milho verde no período junino. Nos cinco perímetros do Governo do Estado onde se pratica a agricultura irrigada, 11,5 mil toneladas de milho em espiga foram produzidas em 2017.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, a garantia de fornecimento de água para irrigação favorece a produção. “É possível produzir o ano inteiro nos perímetros irrigados, pois o sistema de irrigação só é desligado em dias de chuva ou no Dia do Rio, no caso do perímetro Califórnia, que é uma determinação da ANA (Agência Nacional de Águas) para a captação de água do Rio São Francisco, que deve ser interrompida toda quarta-feira. Dessa forma, os produtores podem assumir compromissos de fornecimento em qualquer época. Alguns fazem investimentos nos tratos culturais para obter boa produtividade e outros chegam a adquirir veículos, para eles mesmos transportarem sua produção até o mercado consumidor. Geralmente, Aracaju ou Salvador”.

Tomate
Foi notícia em janeiro, quando preço do tomate em Aracaju disparou alta de 39,16% na pesquisa do Dieese, que os agricultores irrigantes assistidos pela Cohidro estavam optando pelo cultivo do fruto, animados pela valorização que chegou a cotar a caixa de 30kg em R$ 100. No Perímetro Irrigado Piauí, 2017 fechou com a produção de 1,8 mil toneladas e entre janeiro e março deste ano, foram mais 56 toneladas. Tal aumento da oferta do produto no mercado sergipano, resultou em uma redução acumulada de 15,72% nos últimos dois meses.

Segundo gerente do Piauí, Gildo Almeida Lima, a produção tem se modernizando para atender a demanda e suplantar o inverno chuvoso, quando optam por não plantar tomate, devido a incidência de pragas. “O tomate tem dado mais certo aqui utilizando a irrigação por gotejo, só molhando a raiz da planta. Usando a fertirrigação, onde o adubo vai diluído na água e é quase totalmente absorvido pelo tomateiro. E ainda tem o uso de lona ‘mulching’, que retêm a evaporação da água e separa a planta e frutos do solo, evitando a incidência de moléstias e fungos”, relatou.

Jorge kleber Soares Lima, presidente em exercício da Cohidro, considera que a oferta regular de produtos dos perímetros irrigados administrados pela empresa, funciona como um agente regulador de preços. “Não só com o tomate, mas todo produto com viabilidade técnica para produzir nos lotes dos nossos irrigantes, vai sofrer a interferência no valor de mercado quando houver um aumento da produção. Se o preço de venda está alto, eles produzem mais, diminui o preço gradativamente e o custo final para o consumidor também cai”, argumentou. Para o diretor, essa relação só não vai ocorrem nos momentos em que os agricultores são afetados pelas grandes crises hídricas.

“A partir do resultado de Aracaju ter a segunda cesta básica mais barata do país, a tendência é de voltarmos a ter a cesta mais barata entre todas as capitais, como já ocorreu por cinco anos (2010-2015). Ciclo virtuoso somente interrompido pela grande seca de 2016 para 2017”, justificou Jorge Kleber. Segundo o presidente, embora a irrigação seja para manter a agricultura em atividade durante os períodos de estiagem, ela ainda vai depender das chuvas para a reposição dos reservatórios. “Se tivermos um período chuvoso com médias abaixo do normal, como ocorreu há dois anos, resultará em nossas barragens com pouca ou nenhuma água para irrigação, a exemplo do (Perímetro Irrigado) Jacarecica I (em Itabaiana), que parou por quase quatro meses no ano passado”.

Mandioca
Lagarto, onde está localizado o perímetro Piauí, já foi considerado pelo IBGE o município com a sétima maior produção de mandioca do Brasil. Dentro do polo irrigado essa grandiosidade se repete, com cerca de 20 casas de farinha em funcionamento para absorver a produção das nove localidades rurais abrangidas pela rede de distribuição de água da Cohidro. Favoreceu a queda de 19,27% no preço da farinha encontrada na capital sergipana, as 215 toneladas já produzidas neste ano só nesta área de atuação da companhia. Além da irrigação, o Governo do Estado fornece assistência técnica agrícola a estes produtores irrigantes.

Balde Cheio
Programa criado pela Embrapa de São Carlos-SP, consiste em um sistema de pastagens rotativas que depende inteiramente da irrigação por ter que, a cada 24 dias, repor o capim plantado no piquete irrigado e receber novamente o gado de leite, em um ciclo contínuo. A Cohidro implantou o Balde Cheio em todos os lotes irrigados em seu Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto (123 km de Aracaju), em 2010. Lá, 45 pequenos pecuaristas produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do projeto.

“Agora, estamos fazendo a transferência de tecnologia do Balde Cheio para o perímetro Califórnia, em Canindé. Lá, os irrigantes poderão optar por dedicar todo ou parte dos seus lotes irrigados para a produção de gado de leite. Além disso, todos os perímetros irrigados produzem algum material forrageiro, como os ramos da batata-doce, da mandioca, a manipueira (líquido excedente do beneficiamento da mandioca, na produção farinha ou fécula) e o milho verde, onde se usa o pé inteiro com as espigas ou a só a sua palhada. Tudo isso vai servir para a alimentação do gado de leite e, porque não, o de corte”, complementou o diretor João Fonseca. Para ele, a irrigação pública também vem por influir, indiretamente, na produção de carne vermelha, outro item da cesta básica pesquisada pelo Dieese, além do leite e da manteiga.

Banana
A bananeira requer, segundo o técnico agrícola da Cohidro em Lagarto, Marcos Emílio Almeida, uma média pluviométrica anual de 1.600mm, índice de precipitação que a maioria dos municípios sergipanos não possui. “São basicamente 5mm ao dia e então a irrigação vai suprir este déficit hídrico que a planta requer. Dessa forma, a produção plena da banana no estado requer água de irrigação”. O mesmo técnico acompanhou, ano passado, a introdução de um campo piloto da variedade ‘prata anã’ no perímetro Piauí. Hoje, o produtor tem dois mil pés em um hectare plantado e pretende agora ampliar o bananal em 30%, plantando a variedade ‘pacovan’.

“Rendeu bem a primeira colheita, mas tive que aumentar o número de microaspersores”, relatou o agricultor irrigante Rosendo José dos Santos, assistido no perímetro irrigado de Lagarto, constatando a necessidade de boa irrigação para produzir banana no município. “Se cuidar certinho, dura muito tempo. Adubou, tirou os (brotos) filhos, dura por tempo indeterminado”, conta ele sobre a sua experiência que já dura um ano e quatro meses. O sucesso do novo ‘bananicultor’, orientado pela Cohidro quanto à escolha de mudas certificadas, correção do solo, método de irrigação e manejo da cultura, vai influenciar os produtores vizinhos e bem logo, mais do fruto irrigado chegará ao mercado consumidor. Ficando assim, o produto, cada dia mais ‘a preço de banana’.

 

Última atualização: 11 de novembro de 2018 21:08.