Alto Sertão começa a produzir limão taiti com o suporte da irrigação pública estadual

Variedade cravo é precoce, com ciclo de produção comercial que pode durar dos 2 até os 10 anos de vida do limoeiro.

Eudes dos Santos [foto – arquivo pessoal]
Mais uma planta típica de regiões mais frias e úmidas, que se adapta bem ao clima semiárido de Canindé de São Francisco, no Alto Sertão Sergipano. A partir do suporte vital dado pela água fornecida pelo Perímetro Irrigado Califórnia, mantido pelo Governo do Estado, o limão taiti irrigado agora é o novo produto que o sertanejo sergipano é capaz de produzir. De mudas plantadas há 2,5 anos, há um ano produzindo limões, o pomar de Eudes dos Santos começa a dar lucro e tem sua viabilidade confirmada, podendo ser agora uma alternativa de renda, atrelada à geração de empregos, para os outros agricultores irrigantes do perímetro administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).

No sul do estado, polo citrícola, e no Platô de Neópolis, que até exporta o fruto para Europa, está concentrada a maior parte do limão produzido no estado. Neste último, a Cohidro foi buscar a tecnologia para dar assistência técnica aos pomares de Canindé. O sol forte do Alto Sertão, ao contrário de prejudicar, acelera o metabolismo da maioria das plantas e no limoeiro, previne a incidência de doenças fúngicas que atacam pomares nas outras regiões de Sergipe, Como explica o técnico agrícola da companhia, Roberto Vieira. “Lá no Platô de Neópolis, para evitar a gomose, é plantado no ‘leirão’ e aqui não, o Eudes plantou normal e não encharca. Neópolis chove mais do que aqui, que ele mantém o turno de rega de duas horas e tá sem problema nenhum”, analisou o profissional que fez estágio técnico no Platô sobre limão.

Eudes dos Santos comemora os resultados dos seus limoeiros, pioneiros no perímetro irrigado de Canindé. “Peguei a muda em Lagarto [município do Centro-sul Sergipano] e plantei 180 pés, que são duas tarefas (0,66 hectares). Comecei a colher ele com 1,5 ano, mais ou menos, mas bom mesmo foi depois de 2 anos. Mas ele tá começando. Nessas duas semanas aqui eu tirei 120 saquinhos de 7 kg”, conta ele, que informou que está ampliando o pomar de limão taiti. “Eu tenho 180 pés e tenho outra área com 70 pés que eu estou começando a zelar agora, que é quase uma tarefa”. O irrigante está suprindo o mercado local e já alça voos para mandar seu limão até para o estado vizinho. “Mandei duas vezes para a Bahia. Mandei 20 sacos e nesse domingo mandei mais 15”, contabilizou.

O manejo empregado por Seu Eudes tem como base induzir a produção a partir da poda. “A poda que eu tinha feito nele era leve, daqueles ramos ladrões. A poda mais forte está sendo agora, acredito que daqui a 90 dias começo a colher. Mas no meio vai ficar muito limão ainda, e passa uns 40 a 45 dias colhendo”. O produtor não dispensa a utilização de tecnologias de irrigação que agregam vantagens, como a feritirirgação, levando nutrientes à planta, diluídos na água. “Uso o cloreto purificado. São duas mangueiras, uma para o microaspersor e uma para o gotejo, numa carreira só de limão. Também adubei com muita cama de galinha no início, que foi no inverno”, explica. O produtor conta que quando os limoeiros completaram 1,5 anos, ele começou a usar um fertilizante foliar na fertirrigação, para influenciar a floração, estágio de onde surgem os frutos.

“Nesse período de 45 dias que eu estou colhendo ele, eu tirei uns 350 saquinhos desses de 7kg, quando vier agora, daqui a 90 dias, é para tirar na base de uns 800 sacos para frente. Fevereiro para março é para tirar isso aí”, projeta Eudes dos Santos. “Eu vou constantemente ao plantio de limão taiti dele, da variedade cravo, e a gente acompanha o turno de rega de duas horas, que é o que o limão precisa. Igual é lá no Platô e ele não está tendo problema aqui nenhum com relação a parte fitossanitária. Começou a aparecer ácaro da ferrugem, mas eu avisei com antecedência e ele pulverizou, resolvendo a situação. O plantio está indo muito bem, o estado vegetativo e a produção também. Ele estava vendendo de R$ 50, um saco de 25 kg e depois de conversar com o pessoal de Neópolis, eu passei a informação para ele aumentar o preço para R$ 70”, complementa o técnico Roberto Vieira.

[vídeo] Sergipe Rural mostra produção de limão para exportação no Platô de Neópolis

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No último dia 06, a  Aperipê TV  veiculou o programa Sergipe Rural  com reportagem mostrando a produção de limão Taiti tipo exportação no Platô de Neópolis. Até 70% da produção do lote empresarial é exportada para a Europa, com certificação internacional. São 425 hectares de limoeiros, em que trabalham mais de 300 pessoas, entre colheita, seleção e embalagem dos frutos para exportação. A expectativa é que esses números cresçam mais 15% nos próximos dois anos. No Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis, São 53 km de canais, quatro estações de bombeamento e 54 reservatórios abastecidos pelas águas do Rio São Francisco.

A Cohidro é a permissionária dos 41 lotes empresariais do Platô e fiscaliza os contratos de concessão dos lotes, desde sua funcionalidade de gerar emprego e renda na região, até o resguardo das Áreas de Proteção Permanente (APPs), sob a gerência do engenheiro agrônomo da companhia estadual, Paulo Feitosa, entrevistado pela reportagem.

Platô de Neópolis exporta limão Taiti irrigado para o mercado europeu

Lotes empresariais geram mais de 3.500 empregos diretos no empreendimento mantido pelo Governo do Estado

[Foto: Fernando Augusto]
Em Japoatã, um lote irrigado do Platô de Neópolis colhe, diariamente, três mil caixas de limão Taiti com alto padrão de qualidade, respeitando normas sanitárias e com o uso de defensivos restritos aos aceitos no mercado europeu, que absorve 70% desta produção há cerca de dez anos. São 425 hectares de limoeiros, em que trabalham mais de 300 pessoas, entre colheita, seleção e embalagem dos frutos para exportação. A expectativa é que esses números cresçam mais 15% nos próximos dois anos. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é a permissionária dos 41 lotes empresariais do Platô e realiza sua fiscalização, além de ceder a infraestrutura de irrigação, que é administrada pela Associação dos Concessionários do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis (Ascondir).

São 53 km de canais, quatro estações de bombeamento e 54 reservatórios abastecidos pelas águas do Rio São Francisco. A Cohidro fiscaliza os contratos de concessão dos lotes, desde sua funcionalidade de gerar emprego e renda na região, até o resguardo das Áreas de Proteção Permanente (APPs), sob a gerência do engenheiro agrônomo da companhia, Paulo Feitosa. Ele conta que o Platô de Neópolis, hoje, é destaque na produção de limão. “É um comércio bastante relevante e de suma importância, por sua escala de produção e de comercialização, praticamente toda exportada e muito consumida na Europa. Aqui, a Cohidro age por meio de operação e assistência técnica; nós gerenciamos os contratos, acompanhamos o desenvolvimento dos lotes e um dos objetivos maiores que nós conseguimos é o desenvolvimento socioeconômico do empreendimento”, explica.

O limão Taiti do Platô chega ao seu destino, na Europa, em containeres refrigerados levados por navios que embarcam nos portos de Salvador/BA e Natal/RN. Antes, existe todo um trabalho de plantio das mudas, manejo dos pés de limão e colheita. Reginaldo de Almeida atua nessas etapas há quase sete anos. “É importante demais esse serviço para todos os funcionários e os trabalhadores aqui da região, para levarmos o pão de cada dia para casa”, disse o trabalhador rural, se dizendo feliz com o trabalho. Pela tecnologia utilizada nos tratos culturais, as plantas produzem o ano inteiro, empregando a maior parte da mão-de-obra do empreendimento. Mas o produto ainda passa por um processo de higienização e descanso de 48h, para que só os frutos sadios sejam encerados, selecionados por tamanho e formato, seguindo para embalagem em caixas e palets – etapa que emprega outra leva de funcionários.

Osmário Gomes é gerente na empresa concessionária do Lote 20 do Distrito de Irrigação Platô de Neópolis. Ele explica que a produção de limão tem a certificação fitossanitária internacional GlobalG.A.P. “Todos os nossos tratos culturais feitos hoje são no regime europeu. O uso de pesticidas na empresa acontece através dessa certificação. Desde o início, toda produção é feita mensalmente na intenção de colher 100% para a Europa. Sendo que, devido a esta seleção, nós conseguimos 65%, 70% de aproveitamento da produção. Aqui mesmo plantamos, colhemos e fazemos a seleção e mandamos direto para o porto. Garantimos emprego e renda, para muitas famílias da região. Eu sou filho dessa terra e hoje estou aqui, com 312 funcionários, e nós estamos ainda entrando em fase de início produção. Então a tendência é que contratemos mais gente, devido à demanda de produção futura”, afirma o gerente.

[vídeo] Agro-SE: Limão Taiti no Platô de Neópolis é destinado à exportação

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O programa Agro-SE, da Tv Atalaia, exibiu na última quarta-feira (21), que o limão Taiti produzido em um dos lotes irrigados do Distrito de Irrigação Platô de Neópolis, possui os tratos culturais e manejo pós-colheita adequados às exigências do mercado europeu.

São exigências sanitárias, de armazenamento e principalmente de uso de defensivos agrícolas permitidos pela União Europeia, que fazem com que quase 70% da produção do lote empresarial seja exportado para países do velho continente. Em média, são colhidas mais de 3 mil caixas de limão por dia no lote empresarial.

O Platô de Neópolis é um empreendimento criado pelo Governo de Sergipe para o desenvolvimento socioeconômico da região, explorando e água e solo para produção agrícola. Cabe à Cohidro fiscalizar a aplicação dos contratos de concessão dos lotes, desde sua funcionalidade em gerar emprego e renda para, até o resguardo das Áreas de Proteção Permanente (APPs).

Produção de limão taiti no Platô de Neópolis conquista reconhecimento internacional

No Platô de Neópolis, a TV Sergipe produziu reportagem para o programa Estação Agrícola, em lote empresarial que exporta, para a Europa, 60% da produção anual de 5.150 toneladas de limão Taiti. São 206 ha em plena produção, com outros 150 ha recém-plantados também com o cítrico. Só neste lote são gerados 209 empregos diretos na produção, colheita e beneficiamento do produto.

O Governo do Estado há 22 anos introduziu o projeto na área agricultável de 7,6 mil hectares, dotada de sistema de irrigação por canais e subdivida em 41 lotes empresariais. A associação que congrega estes agro-empresários, administra o polo produtor e a companhia pública estadual fiscaliza a aplicação dos contratos de concessão dos lotes, desde de sua funcionalidade, no desenvolvimento econômico regional, até o resguardo das APPs, sob a gerência do agrônomo Antônio Paulo Feitosa.

Última atualização: 15 de fevereiro de 2022 17:48.