[vídeo] Uva irrigada pela Cohidro em Canindé é matéria na TV Alese

Os parreirais de Canindé de São Francisco, no Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, já passaram por quatro colheitas comerciais e os produtores agora partem, organizados em cooperativa, para o beneficiamento, produzindo vinho e suco a partir da uva sergipana.

A reportagem do programa Cultivos e Criações, da TV Alese, mostrou que as videiras foram introduzidas em convênio de transferência de tecnologia entre a Embrapa Semiárido e a Cohidro há três anos e hoje os técnicos agrícolas da empresa estadual prestam assistência para que a cultura tenha continuidade e seja replicada para outros lotes irrigados do Califórnia.

Na matéria gravada no lote do irrigante Levi Ribeiro apareceram alguns dos agentes que serão fundamentais para essa proliferação da viticultura nos perímetros irrigados do Alto Sertão. São os estudantes do curso em Técnico Agrícola do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, de Poço Redondo. Muitas turmas de formandos fazem o estágio curricular no escritório da Cohidro em Canindé e, sob a supervisão dos técnicos da empresa, têm aprendido todos os detalhes da cultura da uva.

Estudantes de rede estadual visitam uva e produção de leite no perímetro da Cohidro

Visitas do Centro Dom José Brandão são constantes e alguns estudantes também fazem estágio no Califórnia (Foto: Arquivo Pessoal)

Sexta-feira (11), o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, recebeu estudantes dos 2º e 3º anos do curso Técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, do município vizinho de Poço Redondo. Os alunos dos professores João Paulo e Anelise conheceram uma unidade experimental de produção de uva e o projeto piloto do Balde Cheio de produção de leite, irrigados e atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

O Balde Cheio é no lote do irrigante Everaldo Mariano. Uma transferência de tecnologia feita dentro da Cohidro: do perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, para o Califórnia. Os estudantes ficaram sabendo como funciona o sistema de pastagem onde o gado muda de piquete todo dia, para voltar quando a irrigação tiver recuperado o mesmo capim.

Os alunos do José Brandão ficaram sabendo da importância da transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), para o perímetro da Cohidro. Permitindo que no lote de José Leidison dos Santos os parreirais produzam, há mais de 2 anos, as variedades BRS Isabel Precoce e a BRS Violeta. A assistência das duas empresas públicas agora trabalha com esses produtores para introduzir a uva BRS Vitória em Canindé. Quem acompanhou a introdução destes campos experimentais desde o começo e tutorou a visita dos estudantes é o técnico agrícola Antônio Roberto Ramos (Beto) da Cohidro, auxiliado pelo estagiário Manuel Messias. Beto ficará responsável por prestar toda a assistência técnica aos produtores quando o convênio com a empresa de pesquisa federal acabar, inclusive no outro campo experimental de peras, que acaba de dar seus primeiros frutos depois de 13 meses de plantados.

Balde Cheio é levado a Canindé pela Cohidro

Programa produz leite em sistema de rotação de pastagens irrigadas
Produção de leite é principal atividade rural do Alto Sertão Sergipano – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Era junho de 2017, quando a gerência, técnicos agrícolas e agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foram até a unidade congênere do Jabiberi, em Tobias Barreto, conhecer o programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite introduzido lá pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), empresa que administra ambos polos irrigados. Depois disso, vários passos foram dados para que a transferência de tecnologia do sistema se tornasse realidade. No Alto Sertão foi criado um projeto piloto para os 13 novos micro-pecuaristas repliquem e organizem seus próprios piquetes, pasto e melhorem seus rebanhos.

Idas periódicas do técnico agrícola da Cohidro, José Reis Coelho, para Canindé (Alto Sertão Sergipano, há 213 Km da Capital) têm promovido a inserção do programa no perímetro Califórnia. Ele trabalhou na implantação do ‘Balde cheio’ no perímetro de Tobias Barreto (Centro Sul Sergipano, 123 km de Aracaju) em 2010 e acompanhou todo seu desenvolvimento até hoje, quando os 45 pequenos pecuaristas do Jabiberi produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa.

“Tenho ministrado aulas, com teoria e prática, para os técnicos, estagiários e produtores do perímetro Califórnia. A parte mais teórica com os técnicos e a prática, como instalar uma cerca elétrica, com os produtores e técnicos. Que fazem parte da metodologia do ‘Balde Cheio’”, revelou Coelho. O técnico também expõe que a Cohidro está custeando a unidade piloto e elaborando os projetos de irrigação para os demais irrigantes interessados. “Os agricultores participantes, inicialmente visitados, são 13. Com estes, ficou certo de iniciar a elaboração de projetos para os interessados e a implantação de nova área para um produtor com recursos próprios”.

O ‘Balde Cheio’ consiste na criação de gado de leite em pequenos piquetes, onde estão plantados uma área de capim suficiente para que aquele rebanho se alimente durante um dia. No dia seguinte, os animais deixam aquele setor já ‘pastado’ e seguem para o seguinte. Em um ciclo que dura, a depender do projeto, cerca de 24 dias, a pastagem recebe irrigação contínua e adubação para rebrotar e estar pronta para novamente receber as vacas após elas terem percorrido todas estas divisórias, geralmente divididas por cercas de somente um fio de arame eletrificado.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto também acompanha o ‘Balde Cheio’ desde o começo no perímetro de Tobias Barreto. “É um programa criado pela Embrapa Pecuária Sudeste. Fomos lá em São Carlos (SP) ver de perto como ele era feito, a forma de manejo, a melhor escolha para os rebanhos e de que forma poderíamos adaptá-lo à realidade do clima do Centro Sul Sergipano, onde fica o Jabiberi. Agora é um novo desafio que a gerência do Califórnia e a empresa, por solicitação dos pecuaristas, abraçou. Se trata de um clima mais quente, seco, com excelente luminosidade e aliados a irrigação o que favorecem ao projeto. A ideia também é de aproveitar a vocação desses produtores e melhorar sua condição de produzir em pequenas áreas, além de diversificar a produção no perímetro irrigado”, considerou.

Diversificação
Eliane de Moura Moraes é gerente do Califórnia é uma das incentivadoras para que o ‘Balde Cheio’ tenha chegado em Canindé. Segundo ela, a motivação é criar mais uma alternativa de renda a partir do uso da irrigação. “Há um ano abrigamos um projeto de transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido (Pretrolina-PE), criando dois campos experimentais de uva que produziram comercialmente bem em dezembro e o mesmo está acontecendo com a pera agora. Com o ‘Balde Cheio’, o produtor vai diversificar, vai ter a parte agrícola e a parte pecuária. Assim, eles dispõem de oferta de produtos diferentes do quiabo e da goiaba, cultivos mais explorados aqui, ganhando outros espaços no mercado e de menos concorrência”, acredita.

O presidente em exercício da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima lembra que a produção de leite já é a principal atividade rural do Alto Sertão Sergipano. “Onde não há irrigação e todos os pecuaristas dependem só da chuva para plantar o alimento do gado, eles já despontam com alta produtividade, atendendo laticínios e pequenas fábricas de queijo na região. Contando com a irrigação que a empresa fornece e com o programa ‘Balde Cheio’, a chance desses produtores terem sucesso é muito maior. Principalmente porque vão criar gado de leite em áreas muito menores e com grande produção de forragens. O que na pecuária extensiva fica mais difícil, principalmente naquela região”, avaliou.

Geraldo Mariano de Souza é produtor irrigante no Califórnia e já criava gado de leite de forma extensiva, em área de sequeiro. Com poucos dias já vê diferença na produção de leite na unidade piloto do Balde Cheio implantada em parte de seu lote, utilizando 1 hectare do total de 4. “Sim, está aumentando, porque apartou duas vacas e as que ficaram está mantendo mais leite que as seis. Era 40 litros, hoje tiro 80 ao dia”. Ele agora está procurando financiamento para aumentar o rebanho que hoje é de 10 animais: cinco vacas dando leite, quatro “solteiras” e um boi. “Vou fazer um empréstimo, vou trazer umas melhores, que deem mais leite. Quero ver se fico com 15, porque se ficar com 10, quando tiver apartada, eu não vou ter nada. Quero comprar outras vacas e descartar essas, fazer um negócio direito e organizado”.

Projeto
A Cohidro já levou às reuniões com os produtores, agentes de crédito do Banco do Nordeste (BNB) para tratar do financiamento das novas unidades do ‘Balde Cheio’. Em 2010, no Jabiberi, o Banco do Brasil com intermediação do Sebrae, financiou o investimento em equipamentos de irrigação e formação dos rebanhos, naquele polo irrigado onde só era praticada a agricultura usando irrigação por inundação. Mas para captar os empréstimos, cada produtor vai ter de contar com um plano de ação que enumere em que e quanto irá gastar. O engenheiro agrônomo e mestre em Irrigação da Cohidro, Luiz Gonzaga Luna Reis, também tem ido periodicamente à Canindé fazer projetos para as novas unidades do programa e ensinar os colegas locais à fazê-los também.

“A minha intenção é deixá-los prontos, inclusive com auxílio de um GPS, para levantar as áreas de campo, determinar a vazão do manancial a ser usado para irrigação e em cima disso, fazer um projeto completo de irrigação. Além das capacitações aos técnicos e estagiários em Agropecuária, o engenheiro agrônomo vai à campo fazer testes com a vazão que a água da irrigação chega em cada lote e então planejar os sistemas. “Para fazer uma coisa coerente com o que está acontecendo em campo. Diante disso aí, eu faço o projeto com mais segurança, coerente com o que está acontecendo na prática, me baseando na especificação do fabricante do aspersor”, completou.

Aprendizado
Turmas de estudantes do curso técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) ‘Dom José Brandão de Castro’, situado no município vizinho de Poço Redondo, tem feito seus estágios curriculares no perímetro Califórnia. A cada visita do agrônomo Luiz Gonzaga, ou do técnico José Coelho, é uma nova lição de aprendizagem. Geovani Santana e seus colegas se preparam para logo entrarem no mercado do trabalho levando na bagagem o conhecimento com o ‘Balde Cheio’ para aplicar tanto no polo irrigado quanto em outras fazendas com acesso à água para irrigação.

“Para nosso conhecimento aqui em nossa região é de grande importância, porque nós trabalhamos em uma área de irrigação e nós, como estagiários, podemos nos inserir de acordo com o que nós aprendemos na nossa escola, no nosso curso, através dos técnicos da Cohidro. Nos adaptar melhor, conhecer os cálculos, formar um conhecimento maior em relação a implantação do processo de produção e de manejo de animais. Porque aqui faz parte do manejo, vai trabalhar com piquetes e esses piquetes, a gente vai fazer uma rotação de pastejo. E dentro dessa rotação é necessário que nós tenhamos um nível de irrigação melhor, que ele tenha uma vazão melhor para que os piquetes possam dar dentro do período de rotação e chegar ao seu nível de tamanho do capim”, explicou o agrotecnolando Geovani Santana.

 

Curso de Irrigação é aplicado a técnicos e estagiários do perímetro Califórnia

Capacitação pretende preparar profissionais aptos a projetar sistemas de irrigação localizada

Alunos estão satisfeitos com a forma com que Gonzaga aplica sua capacitação – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Engenheiro agrônomo e mestre em Irrigação, Luiz Gonzaga Luna Reis faz parte do quadro funcional da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e foi convidado pela gerência do Perímetro Irrigado Califórnia para aplicar um Curso de Irrigação. O público alvo são os técnicos e ‘tecnolandos’ em Agropecuária, respectivamente os servidores e estagiários desta unidade da empresa em Canindé de São Francisco. As primeiras aulas do ano ocorreram nesta segunda e terça-feira, 29 e 30.

A demanda, que pretende fazer uma reciclagem dos técnicos e enriquecer o currículo dos estudantes, é na elaboração dos projetos de irrigação localizada, definindo o passo a passo da implantação de sistemas eficientes, econômicos e adequados às normas legais de uso da água, seja dentro do perímetro irrigado, seja a partir de outros mananciais. Só no perímetro Califórnia, distante 198 km de Aracaju, são 333 lotes atendidos pela irrigação pública fornecida pela Cohidro, onde o projeto original, persistente ainda na maioria destas áreas produtivas, é com aspersão convencional e móvel, que tanto apresenta uma baixa eficiência de irrigação, quanto consome bastante tempo no deslocamento das tubulações dentro da área irrigada.

Desta maneira, Gonzaga iniciou o seu curso, na teoria e prática, tratando do recurso hídrico disponível para irrigar os lotes em que se pretende aplicar os projetos, no caso do Califórnia, os canais. “O trabalho feito no canal é para determinar a vazão. Do jeito muito semelhante ao que se faz em um rio. Se você vai fazer um projeto de irrigação, tendo um rio, a metodologia é praticamente a mesma, para a determinação da quantidade de água. Você só faz a determinação da área que vai irrigar, em função da água que você tem no riacho. E essa determinação tem que ser feita no mês crítico do ano, em termos pluviométricos”, explanou.

Gonzaga, servidor público há 35, demonstra grande gosto em passar adiante o conhecimento acumulado nesse período de atuação profissional. Tempo em que ele foi, inclusive, projetou irrigação na África a partir das águas do Rio Nilo, convidado pelo governo da República do Sudão, em 2008. “Nós estamos começando agora, essa foi a primeira aula, mas a minha intenção é deixá-los  prontos, inclusive com auxílio de um GPS, para levantar as áreas de campo, determinar a vazão do manancial a ser usado para irrigação e encima disso, fazer um projeto completo de irrigação localizada, de microaspersão ou gotejamento”.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Dirir), apoia a iniciativa da gerência do perímetro de Canindé. “É um trabalho constante nosso, o de influenciar e convencer os nossos produtores irrigantes para a substituição dos métodos de irrigação. Em Itabaiana, onde nós temos dois perímetros irrigados, faz parte das ações do ‘Programa Águas de Sergipe’ (PAS), a troca completa dos sistemas de irrigação pela microaspersão (projeto elaborado por Gonzaga e aprovado pelo consultor do Banco Mundial), tamanha é a necessidade da substituição desses equipamentos de uso à época da criação dos perímetros, mas hoje ultrapassados”, analisou. O PAS é do Governo de Sergipe, gerido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e financiando pelo Banco Mundial, adequando o uso da água da bacia do Rio Sergipe à eficiência e a preservação ambiental em mais de 80 ações.

Balde Cheio
O programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite foi implantado de forma bem-sucedida no perímetro Jabiberi, também da Cohidro, em Tobias Barreto. Atualmente, servidores dos dois polos irrigados e da Dirir, trabalham em uma transferência de tecnologia para implantação do modelo em Canindé. Segundo a gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, isso foi o que motivou a capacitação. “Dr. Gonzaga veio para dar uma orientação no projeto ‘Balde Cheio’, inicialmente. Quando ele chegou ao campo, viu a irrigação inadequada, o pessoal coloca uma bitola maior, usando o método errado, causando desperdício de água e os técnicos daqui já sem argumento para combater. E ele então resolveu fazer esse curso, o que foi uma coisa muito boa, fantástica, ele é muito competente”.

Os dois dias de curso desta semana são uma sequência, tendo havido outros dois encontros em 2017, quando participou outra turma de estagiários hoje formados, conforme informa Eliane Moraes. “E ele viu também os estagiários, sem muita noção do que era irrigação e quase formados, essa é a ultima etapa do curso deles. O pessoal está muito satisfeito, tanto que iam ser só essas três etapas, mas vai ter mais, para finalizar”. Para a gerente, o resultado não poderia ter sido melhor. “Ele é muito sério, muito disponível, muito seguro nas informações que ele dá. Está de parabéns a Cohidro em ter um profissional desse em seu quadro”, completou.

Capacitação do servidor
Para o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, toda e qualquer ação que venha capacitar o servidor, finda em melhorar a qualidade do serviço público oferecido. “Nesse período em que toda máquina pública do Estado está reduzindo drasticamente qualquer despesa que não seja o essencial para garantir o funcionamento dos órgãos públicos, infelizmente, não estamos podendo investir em capacitações externas. Assim, saber que dentro da própria estrutura da empresa é possível poder contar com a colaboração, com o coleguismo de quem pode compartilhar os conhecimentos com o próximo, é gratificante, justifica nosso esforço em defender o nome e batalhar por melhorias nessa empresa. Obrigado Dr. Gonzaga, pela ajuda bem-vinda aos colegas e para a Companhia”, ajuizou.

Um dos técnicos da Cohidro que participou das capacitações é Antônio Roberto Ramos. Para ele, o curso está tendo bastante aproveitamento. “Esse curso é uma sequência do que iniciamos no módulo anterior. Tudo que é repassado é uma sequência de estudo, mas não é repetitivo, irrigação é um tema bastante extenso”. O servidor participou também das aulas anteriores e vê sempre coisa nova a cada encontro. “Ele fez uma revisão e depois sequenciou, com novos conteúdos, como cálculo de vazão em um canal de irrigação trapezoidal, medição de vazão de microaspersores em campo. Conteúdo que não tínhamos vistos no módulo anterior”, descreveu, acrescentando que essas atividades práticas tiveram a participação de todo o grupo.

Dom José Brandão de Castro
Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) ‘Dom José Brandão de Castro’ fica no município vizinho de Poço Redondo e tanto tem utilizado da estrutura e lotes dos irrigantes atendidos pela Cohidro, para aplicar aulas práticas, como tem fornecido mão de obra temporária à unidade de Canindé da Empresa, através dos estágios curriculares de conclusão de curso. Uma reciprocidade que auxilia o trabalho de atendimento ao agricultor que, ao mesmo tempo, melhor prepara estes futuros profissionais para o mercado de trabalho.

“Esse curso é um enriquecimento muito grande para os estagiários, que vão aplicar não só no perímetro, mas se aparecer um projeto particular, os mesmos estarão capacitados para realizar, vão poder fazer, como mais uma opção para abertura de mercados de trabalho”, concluiu o agrônomo Luiz Gonzaga.

Convênio com a Embrapa introduz pera no perímetro da Cohidro em Canindé

O plantio envolveu a participação dos técnicos da Embrapa e Cohidro, além dos estudantes do curso técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, estagiando no Perímetro Irrigado Califórnia (Foto acervo Califórnia/Cohidro)

Ontem e hoje, 1 e 2, no Perímetro Irrigado Califórnia teve início o primeiro plantio de mudas de pera em Canindé do São Francisco. A novidade se deu a partir do convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) Semiárido, que antes já trouxe mudas de Petrolina-PE e introduziu outros dois campos experimentais de uva. São variedades dos frutos melhorados e adaptados ao clima do sertão nordestino, a partir da fertirrigação por gotejo, que leva nutrientes e influi nas fases da planta, favorecendo a produção mesmo longe do seu habitat natural de clima temperado.

O técnico agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina, foi quem trouxe e orientou o pessoal de campo do Califórnia deste novo campo de pera, no lote 4 NE-20, no setor 5 do perímetro, do irrigante Ozeas Beserra. Acompanhou tudo de perto o técnico da Cohidro Roberto Ramos (Beto), que ficará responsável pelo manejo da pera, orientar o produtor, demais técnicos e estagiários, quando não estiverem presentes os técnicos ou engenheiros agrônomos da Embrapa em Canindé.

No convênio, a Embrapa presta assistência técnica ao agricultor beneficiado e fornece os insumos necessários à adubação e manutenção das plantas pelo período de dois anos. No início, também incluí o fornecimento de estacas, sistemas de irrigação e as próprias mudas, vindas de viveiros do Sul do País. Em todos os três campos experimentais da Embrapa no perímetro da Cohidro em Canindé, o produtor só está, por enquanto contribuindo com a própria mão de obra, ou arcando o custo na contratação de terceiros.

Canindé recebeu Dia de Campo da Cohidro sobre goiaba

A goiaba é o segundo produto mais colhido no Califórnia, perdendo somente para o quiabo – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Dia de Campo em Canindé de São Francisco, há 213 Km de Aracaju, propôs aperfeiçoamento tecnológico na cultura da goiaba aos fruticultores, técnicos agropecuários e estudantes da região. O evento organizado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em seu Perímetro Irrigado Califórnia na última quinta-feira, 28 de setembro, reuniu cerca de 120 pessoas e teve como instrutor técnico e palestrante o Dr. José Egídio Flori, pesquisador da Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE.

A recepção dos participantes, para cadastramento e café da manhã, foi na sede do perímetro irrigado, seguida de palestra teórica com o Dr. Egídio. Foi momento para o pesquisador expor a forma com que é feito o plantio e manejo da goiabeira nos projetos de irrigação de Petrolina-PE, contrapondo com as perguntas e explanações feitas pelos participantes. Na maioria eram agricultores irrigantes, mostrando a realidade encontrada no Califórnia, mas também teve ampla participação dos estudantes do curso técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, do município vizinho de Poço Redondo.

“A gente conseguiu absorver as deficiências que a goiabeira tem, que o nematoide consegue devastar uma produção. Observar também qual é a proposta que o agricultor tem para se manter, de acordo com o que os técnicos orientam e ele vai e segue. Com muitos aqui não fazem isso, muitas vezes a produção não chega de acordo com o que ele investe na propriedade. Conseguimos aprender, de maneira prática, que o objetivo maior é a produtividade, é o lucro e quando ele faz um investimento desse, ele quer o retorno. A gente vai conseguir aprimorar cada vez mais, com a aula que o professor Egídio está dando para a gente, muito boa né? A gente só têm à agradecer a oportunidade que a Drª. Eliane e Cohidro nos deu”, relatou José Geovani Santana, estudante do 4º módulo do técnico em Agropecuária do D. José Brandão de Castro.

Eliane de Moura Morais, gerente do perímetro, abraçou a sugestão da Diretoria de Irrigação para realizar um Dia de Campo sobre Goiaba e organizou com a sua equipe em Canindé tendo respaldo da direção da Cohidro, que lhe deu o suporte necessário. “Esse foi o primeiro de uma série de eventos, com a intenção de preparar o agricultor para produzir mais e melhor, tendo uma produção mais racional, uma coisa mais sistemática. Então, nós trouxemos um técnico para capacitar o produtor, para que ele obtenha um melhor resultado do seu esforço, de plantar e de organizar sua produção”, justificou ela, expondo a pretensão de outros dias de campo. Os próximos serão para falar das demais culturas de destaque no polo irrigado, como a acerola, o quiabo e também sobre a transferência de tecnologia do programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite, atualmente ocorrendo entre duas unidades de irrigação pública do Governo do Estado: do Jabiberi, em Tobias Barreto, para o Califórnia.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto é responsável por coordenar a atuação da assistência técnica aos agricultores dos perímetros irrigados do Governo do Estado e administrados pela Companhia. “Estamos trazendo o conhecimento técnico aos produtores, aos nossos técnicos agrícolas e aos estudantes, daqui de Canindé São Francisco, sobre a goiaba. E o técnico que está aqui, é o Dr. Egídio, especialista em goiaba. Esclarecendo dúvidas, dando orientações técnicas sobre o plantio, sobre adubação, sobre tratos culturais e manejo da goiaba. Então, é de suma importância esse evento, que é o primeiro evento que estamos fazendo aqui, para melhorar a qualidade da assistência técnica e o apoio aos produtores”, considera.

José Egídio Flori, o especialista convidado, objetivou fazer uma ponte entre Canindé e a fruticultura de ponta, orientada pela Embrapa Semiárido em Pernambuco. “A gente vem trazer um pouco da tecnologia que é desenvolvida, principalmente em Petrolina e trazer também novidades. Como a variedade que está sendo testada em Petrolina que é a Cortibel, desenvolvida no Espirito Santo. Essa goiaba tem uma característica muito semelhante com a Paluma, plantada aqui, com a vantagem de durar mais depois de colhida. Então, a Paluma é uma goiaba muito perecível, você colhe hoje e amanhã está madura. Isso impede, por exemplo, abrir canais de exportação”, avalia o doutor em Agronomia.

Para a Cohidro, o evento foi considerado um sucesso. Diretor-presidente da Empresa, José Carlos Felizola diz ter acertado, ao dispor os meios para a realização do Dia de Campo. “Ajudamos bastante, mesmo sendo dentro das nossas possibilidades, para que o evento acontecesse. Com divulgação, infraestrutura, com a logística e não nos arrependemos. A equipe da Cohidro em Aracaju e em Canindé, chefiada por Drª. Eliane, está de parabéns. Faço votos de que este espírito colaborativo e de assistência especializada aos agricultores perdure, com novas atividades semelhantes”, afirma.

Aplicação prática
Depois da palestra ocorrida pela manhã, todos seguiram para o lote do produtor irrigante do Perímetro Califórnia Levi Alves Ribeiro, mais conhecido como Sidrack. Lá, o Dr. Egídio Flori explicou técnicas de poda, adubação e como identificar uma moléstia que ataca a raiz da planta, fazendo-a perder nutrientes e condenando a goiabeira. “Nós estamos aqui, numa área que você observa o ataque do Nematoide, essas plantas amareladas, de baixa produção, estão doentes. O manejo dessa doença é complicado, não há cura para ela. Para a convivência com essa doença, nós da Embrapa, trabalhamos um porta-enxerto para a raiz da goiaba”, anunciou.

O público que acompanhou o Dia de Campo até o fim, nesta segunda etapa foi dividido em dois grupos menores para facilitar a locomoção até os pomares e também para uma melhor explicação do especialista. Um deles foi o produtor José Bispo do Nascimento, popularmente conhecido como Zé Branco. Ele tem um pomar irrigado no Califórnia com 1.050 pés de goiaba e considerou satisfatória a participação no evento. “Achei boa a palestra. A pessoa tem que saber manejar a coisa, não é só chegar e plantar e deixar.Tem que saber da adubação, a vitamina boa, tem que tratar do plantio. Aprendi muita coisa, eu vi a palestra e achei bom. A gente aprende assim, vendo os outros, ninguém aprende por si só”, estabelece.

Laboratório
Independente do Dia de Campo, os professores do D. José Brandão de Castro e de outras instituições, utilizam das áreas plantadas no perímetro para aplicação de aulas práticas aos alunos, especialmente a de Sidrack. “A gente consegue observar aqui, dentro dessa propriedade, apenas o Nematoide, mas o restante das pragas ele está conseguindo combater, através da análise de solo que ele faz, através do controle de pragas que ele faz também, periodicamente, a poda adequadamente. Por a gente está aqui hoje, nesse momento, é de grande proveito. Para nós, o lucro é de conhecimento, o que a gente recebeu hoje é impagável”, complementou o estudante Geovani Santana, já conhecedor das características do lote irrigado.

Prorrogação

O Dia de Campo da quinta-feira, teve um prolongamento até amanhã de sexta. Dessa vez, só com os técnicos agrícolas da Cohidro recebendo orientações técnicas específicas do Dr. José Egídio. Esta ‘aula extra’ servirá para que esses servidores tenham um melhor preparo em orientar os agricultores irrigantes do perímetro no cultivo da goiaba, quando esses forem aplicar das novas tecnologias e manejos aprendidos no Dia de Campo.

Presenças
Participam ainda do evento e da mesa diretiva, o diretor Administrativo e Financeiro da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima; o secretário Municipal de Agricultura de Canindé, Rildo Joaquim Carvalho; a gestora da Emdagro em Canindé, Rita Selene Quixadá Bezerra; Roberto Ramos, representando os técnicos agrícolas da Cohidro, João Aureliano da Silva, presidente da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai); servidores, agricultores irrigantes e outros representantes de associações de produtores.

Veja o álbum completo de fotos do Dia de Campo clicando aqui.

Estudantes agrotécnicos fazem aula prática em perímetro da Cohidro no Sertão

Grupo de estudantes aprendem com explicações e nas práticas – Fotos: Ascom/Cohidro

Desafio de fazer horticultura orgânica no semiárido sergipano, abraçado pelos agricultores da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5), chamou atenção de alunos e professores do Curso Técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, de Poço Redondo. Segunda e terça-feira, 16 e 17, respectivamente o primeiro e o segundo anos do curso visitaram o Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco e onde a irrigação pública estadual dá suporte ao projeto agroecológico.

Atualmente os irrigantes associados à Bio5 cultivam, de forma coletiva, um espaço cedido pela Cohidro anexo ao escritório do Perímetro Califórnia. Nessa área de terra estão sendo desenvolvidas atividades que vão desde a experimentação de métodos alternativos de controle de pragas e produção biofertilizantes, até a aplicação de cursos. Os alimentos resultantes deste campo estão sendo comercializados por esses agricultores na feira de Canindé e no próprio local, onde o freguês pode colher o próprio alimento, tudo livre de qualquer agrotóxico.

Foi nessa área que o Técnico em Agropecuária da Cohidro Tito Reis, recebeu as duas turmas de estudantes. “No primeiro dia foi mais uma explicação, para o primeiro ano, do que acontece aqui. Já o segundo ano teve que praticar na horta, com a colaboração dos técnicos colegas, dividi a turma de 28 alunos em atividades diferentes. Com Beto (Roberto Ramos) construíram um sistema de irrigação por microaspersão, Joaquim (Ribeiro) coordenou o transplante de mudas de alface e coentro para os canteiros. Já meu grupo confeccionou bioinseticida que foi aplicado nas culturas”, relatou o servidor que assiste todos os orgânicos do Califórnia.

Os estudantes agrotécnicos puderam conhecer quais os insumos usados para garantir que a produção seja orgânica, a forma de trabalho e as dificuldades que eles vão encontrar para garantir que a planta produza. Emerson Matos Santos, 16, do primeiro ano do curso, foi um deles. “Legal conhecer de perto, foi boa a atividade. O bom é que aqui tudo é orgânico”. Com a explicação dada, o aluno do curso técnico logo pode perceber qual é a maior dificuldade existente no cultivo sem o uso agrotóxico. “Só é ruim as doenças, que no modo convencional podem ser combatidas facilmente, no orgânico é bem mais difícil”, concluiu.

José Carlos Felizola Filho, presidente na Cohidro, argumenta que quanto mais cresce a experiência dos orgânicos, nos perímetros irrigados, menor é a dificuldade de superar as pragas que atrapalham os cultivos. “Sei que, testando e experimentando as receitas difundidas pelos nossos técnicos, é que eles vão encontrar a melhor forma de superar essa falta que faz os inseticidas industrializados. Resultados que vêm a médio e longo prazo, mas o benefício é imediato: agricultores e famílias mais saudáveis, meio ambiente protegido e alimentos que só nos fazem bem. Por isso, prefira os orgânicos! Valorize o trabalho dessa gente dedicada em melhorar a qualidade de nossa comida”, conclamou.

Antes de ir ao campo, os quatro técnicos agrícolas do Califórnia fizeram breve relato de como é a profissão que os estudantes escolheram seguir. “O grande gargalo da produção agrícola hoje é a comercialização, mas semana passada nós entregamos na Conab o primeiro projeto ao PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) do grupo de 24 produtores que vão fornecer 16 tipos de alimentos por um ano, à preço fixo e tabelado, tudo repassando ao Cras de Canindé. Resultado do trabalho iniciado pelos técnicos há um ano, na seleção e preparação desses agricultores”, demonstrou Edmilson Cordeiro, Gerente do perímetro irrigado.

O Dom José Brandão de Castro
Localizado no Assentamento Queimada Grande, em Poço Redondo, o Centro Estadual de Educação seleciona, todo ano, 175 novos educandos entre as turmas de Agropecuária e Agroindústria. 90% das vagas são destinadas para os filhos de assentados, acampados, agricultores familiares, posseiros, indígenas, quilombolas e ribeirinhos do território do Alto Sertão. As aulas são em período integral e o curso profissionalizante tem duração de três anos, provendo ainda a graduação no Ensino Médio, ao final.

Edson Ferreira é Engenheiro Agrônomo e professor de Olericultura e Agricultura Geral na Instituição e acompanhou os seus alunos nos dois dias de visita. “É importante a vinda deles aqui para vivenciarem a prática fora da sala de aula. Escolhemos o Perímetro primeiramente pela estrutura que é disposta pela Cohidro aos agricultores irrigantes, depois pela proximidade”, justificou o docente da Escola que fica no município vizinho e distante 27 km do Califórnia.

Última atualização: 24 de novembro de 2019 12:42.