Pernambucanos fazem visita acadêmica em perímetro da Cohidro

Técnico Beto da Cohidro, segundo da esquerda, com os professores e estudantes do IFPE (foto do acervo de Edmilson Cordeiro)

Estudantes do Curso Técnico em Meio Ambiente, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), estiveram nesta terça-feira, 07, no Perímetro Irrigado Califórnia, no município de Canindé de São Francisco-SE. No polo agrícola administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a visita acadêmica tinha por objetivo o estudo dos impactos ambientais na agricultura, o empreendedorismo e uma aula prática de hidrometria, medindo a vazão do canal de irrigação.

Eles estudam no campus do IFPE em Garanhuns, município do Agreste Pernambucano. Os 19 alunos e três professores percorreram 215 quilômetros até chegar ao Califórnia. Segundo o professor e doutor em Engenharia Agrícola Rogério Oliveira de Melo, desde 2013, esta é a quarta vez que ele traz seus alunos ao Perímetro de Canindé. “Sou responsável pelas disciplinas Gestão dos Recursos Hídricos e Geoprocessamento. A visita à região é multidisciplinar e estavam comigo outros dois professores: a Mayara Dalla Lana, Engenheira Florestal e o Emmanuel Freitas, Tecnólogo em Gestão Ambiental. Eles são professores de Estudo de Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas”, disse o docente há cinco anos no Instituto.

A agricultura está diretamente relacionada às questões ambientais. Conforme especificou o professor Rogério, estas viagens complementam a carga teórica do curso e têm ainda por objetivo acostumar os futuros profissionais aos espaços em que vão atuar depois de formados. “Como se trata de Técnicos em Meio Ambiente, acreditamos na importância da vivência prática como formadora do conhecimento. Dentro da proposta pedagógica do nosso curso, a parte de visitas técnicas têm uma importância fundamental, pois são elas que complementam aquilo visto em sala de aula. Além disso, estamos demostrando áreas de atuação, criando uma rede de contatos, formando ideias sobre as questões ambientais: quais os problemas? O que fazer para solucioná-los?”, propôs.

Gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro recebeu, mais uma vez, os estudantes pernambucanos no Perímetro. Para ele, se faz reconhecida a importância do trabalho que faz junto dos seus técnicos agrícolas. “É sempre uma satisfação recebe-los aqui. Prova de que tanto dentro como fora de Sergipe, nosso projeto de irrigação é conhecido. A importância econômica é indiscutível, agora cada vez mais vemos ter também o interesse do meio acadêmico. Se serve de convite, estamos de ‘porteiras’ abertas para receber alunos de escolas e universitários dispostos a aprender mais e aplicar isso depois de formados”, considerou ele, que destacou o Técnico em Agropecuária da Cohidro, Antônio Roberto Ramos, para acompanhar os visitantes até o canal de irrigação CT-01.

O CT-01 é o principal canal do sistema de irrigação do Califórnia e foi objeto de estudo na visita acadêmica, onde o professor Rogério e seus alunos fizeram a medição da vazão da água que corre na estrutura. “Está ligado diretamente à disciplina de Gestão dos Recursos Hídricos, onde fazemos uma prática de hidrometria no canal”, acrescentou o Doutor, que disse querer voltar com outros estudantes para conhecer e estudar o Perímetro, pois sempre têm turmas novas. “A frequência é semestral. Pretendemos voltar ainda esse ano”, já avisou.

Aspectos socioeconômicos

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, são muitos os aspectos à serem estudados em um perímetro irrigado, pois envolve desde a governança, por ser um projeto de irrigação pública, até o impacto social que provoca na comunidade. “Sem dúvida, nossos perímetros transformam o conceito de agricultura, aonde for que eles estejam implantados. No Agreste, no Sertão, no Sul e Centro Sul é visível a importância econômica para as cidades, dá emprego para muita gente e movimenta o comércio local. Hoje 4,6 mil famílias são diretamente beneficiadas com a geração de renda provocada só por ter água no lote desses produtores”, avaliou.

A organização do trabalho à terra em um perímetro irrigado e como foram criadas estas relações também foi objeto de estudo na aula dada aos estudantes pernambucanos no Califórnia. “A escolha do perímetro se dá pela própria história do projeto. Como eles têm a disciplina de Gestão e Empreendedorismo e nela eles veem a parte de cooperativismo. Acreditamos que esta realidade aqui do projeto (de irrigação), mesmo que não seja o foco principal, pode ser contemplada”, concluiu o professor Rogério Oliveira. Depois de Canindé, ele seguiu sua viagem acadêmica, levando seus alunos para conhecer o Viveiro Florestal de Xingó, projeto da Chesf no município de Piranhas-AL e na sequência, o complexo de usinas hidroelétricas e a estação de piscicultura de Paulo Afonso-BA.

Última atualização: 17 de outubro de 2017 10:05.