Cohidro presente no Encontro de Agricultores Orgânicos de Sergipe

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) esteve presente no Encontro de Agricultores Orgânicos de Sergipe, representada pelos seus irrigantes e técnicos. O Evento aconteceu nesta sexta-feira, 22, no Instituto Federal de Sergipe (IFS) no Campus de São Cristóvão. Com a cooperação do Sebrae e apoio da Cohidro, a Instituição reservou este dia para reunir e motivar a troca de experiências entre os produtores e fez parte da “III Semana de Agroecologia”, que desde o dia 20, vinha realizando palestras, debates, oficinas e minicursos, voltados aos acadêmicos, técnicos e agricultores.

Presidente da comissão organizadora da III Semana, a Professora Msc. Marisa Borin da Cunha revelou que o Encontro de Agricultores ocorreu dentro das expectativas de público e alcançou seus objetivos. “Dentre agricultores, técnicos e estudantes que também tiveram interesse de participar, foram cerca de 70 pessoas. A intenção era de que os produtores orgânicos tivessem espaço para expor suas experiências, suas conquistas e reivindicar – aos representantes dos órgãos públicos presentes – suas necessidades. Pela quantidade desses produtores que vieram dar seus relatos e o outro quantitativo que se dispus a fazer perguntas, acreditamos que conseguimos. Nos demais dias de evento, participaram das atividades outros 185 inscritos”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considerou bastante produtiva a participação da Cohidro no evento realizado pelo IFS e Sebrae, garantindo que a Companhia está sempre disposta a colaborar e participar de eventos do setor agrícola. “Se buscam beneficiar e levar a experiência para o produtor orgânico e a agricultura familiar, estão caminhando para o mesmo rumo tomado por nós, que temos como principal foco contribuir com o pequeno produtor. Esta conversão do uso do agrotóxico na produção convencional, para o método agroecológico é uma briga já comprada por nós há algum tempo em nossos perímetros irrigados, onde frequentemente novos produtores aderem à ideia por meio do incentivo de nossos técnicos e agrônomos”.

PAIS

Pela manhã, o Encontro foi destinado a exposição de resultados e debate sobre o projeto de Produção de Alimentos Integrada e Sustentável (PAIS) do Sebrae, que forneceu os kits para a montagem de 300 unidades em todo Estado, 99 destes em cooperação com a Cohidro, nos lotes de produtores alocados nos seus perímetros irrigados. Maria Terezinha Albuquerque é quem coordena o Projeto na Companhia de Irrigação. “Baseado em sistema de produção agroecológico e voltado à agricultura familiar, o PAIS tem todos os requisitos para o cultivo de alimentos orgânicos e corresponde ao método adotado pela maioria dos produtores do gênero em Sergipe”, revelou.

José Raimundo Pereira de Matos é técnico agrícola da Cohidro no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto e trouxe ao Evento os agricultores irrigantes Delfino Batista e João Pacheco, dois dos mais bem sucedidos produtores orgânicos que atuam nesta unidade da Companhia. “Aqui eles podem trocar conhecimento, as experiências que deram certo e que tem resultados diferentes de região para região no Estado. Em Lagarto, por exemplo, o que mais deu certo foi adaptar o PAIS para a produção de galinhas caipiras. Fomos os primeiros a receber os kits, como já fazem mais de quatro anos, as galinhas de postura originais já foram substituídas por estas raças mais rústicas e apresentaram bons resultados”.

Delfino Batista deu seu relato – no Encontro – de como se sucedeu essa adaptação do PAIS a sua realidade no Perímetro Piauí. “Crio perto de 100 galinhas caipiras, por isso eu e outros produtores tivemos que aumentar o galinheiro do PAIS, em alvenaria, para também evitar os roubos. Não é mais aquele galinheiro redondo rodeado pelos canteiros, mas segue o mesmo estilo: o adubo servindo para horta que depois ajuda a alimentar as galinhas”, conta o produtor que também integrou a plantação a criação de ovelhas. Um dos pioneiros, ele cultiva alimentos orgânicos e vende em feiras agroecológicas em Lagarto e na capital Aracaju, inclusive na sede da Cohidro.

OCS

Organização de Controle Social (OCS) é o instrumento criado, por Decreto Federal, que elimina a necessidade dos pequenos produtores orgânicos terem que arcar com os altos custos dos institutos de certificação orgânica. André Barretto Pereira é coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Sergipe (CPOrg-SE) e chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa. Ele expos os dados de que já são 20 OCS em Sergipe, presentes em 16 municípios e compostas por 228 produtores orgânicos. A mais nova delas é a BIO5, formada por agricultores irrigantes da Cohidro no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco que já estão cadastrados no Mapa e recebem seus certificados na próxima quinta-feira, 28, em cerimônia na Secretaria de Agricultura do município, a partir das 9 horas.

Presidente da BIO5 e representando os agricultores orgânicos do Perímetro Califórnia, Marli Soares dos Santos Pereira reiterou, no Encontro, o apoio da Companhia de Irrigação para o surgimento da nova OCS em Canindé. “A Cohidro está sempre lá contribuindo com a gente, com a presença dos técnicos, como Tito Reis, Terezinha Albuquerque e a Drª. Sônia Loureiro. Não imaginava que existia esse apoio como o da Cohidro nos dando o ‘sombrite’ para construir nossas estufas, que todos nós já temos para produção de mudas e construídas por meio de mutirões entre produtores”, relatou.

III Semana de Agroecologia

Na quinta-feira, 21, 15 agricultores irrigantes, alocados no Califórnia, em Canindé participaram – dentro da “III Semana de Agroecologia” – do minicurso “Criação de Galinhas Caipiras”, ministrado pelo Professor Dr. Claudson Oliveira Brito, da UFS. O técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis foi quem promoveu a vinda destes produtores, tanto neste dia como ao Encontro de Produtores na sexta-feira, quando também relatou um pouco da sua atuação para formação da OCS no Perímetro. “Atualmente auxiliamos os produtores da BIO5 à compra de alguns equipamentos para medir a acidez e condutividade elétrica do solo e da água de irrigação, para quando haver necessidade, ser feita a devida correção do PH por formas alternativas e agroecológicas”, expôs.

Aspoagre

Manuel Messias, conhecido como Seu Lelé, pratica a agricultura utilizando métodos agroecológicos desde 1985 em sua propriedade atendida pelo Perímetro Irrigado da Ribeira, em Areia Branca. Essa experiência contou muito para a formalização, em 2006, da Associação Dos Produtores Orgânicos do Agreste (Aspoagre), que reúne ainda produtores de Itabaiana e Malhador, instalados no Perímetro Jacarecica II, também da Cohidro. Para o agricultor, que por meio da Entidade tem sua produção orgânica garantida em instituto certificador, nunca é demais buscar experiências em encontros como o realizado pelo IFS.

Diretoria vai à Bahia conhecer as obras do “Água para todos”

Mardoqueu Bodano (Presidente) e Paulo Henrique Sobral (Infraestrutura)

Os diretores da Cohidro, Mardoqueu Bodano (Presidente) e Paulo Henrique Sobral (Infraestrutura) partem nesta quarta-feira, 13, em uma viagem de 4 dias percorrendo o estado baiano, visitando e conhecendo as obras realizadas pela Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb) através do programa federal “Água para Todos”, o qual a Companhia Sergipana é o órgão executor em nosso Estado no tocante a perfuração, recuperação e instalação de sistemas de distribuição de água em poços tubulares.

Foi um orientação do Ministério da Integração Nacional, gestor do “Água para Todos”, como intenção de Sergipe conhecer e seguir o exemplo do estado vizinho, que há mais tempo – desde 2007 – faz parte do programa federal e já possui etapas concluídas. Até 2010, a Cerb realizou, com estes recursos da União, a perfuração de 2.523 poços tubulares e a ampliação de 673 sistemas de abastecimento de água. Em Sergipe serão 107 desses sistemas – poço, bomba e reservatório – novos, distribuídos na zona rural de 28 municípios sergipanos.

Para tal, foram destinados pelo Governo Federal R$ 13.680.000 e o Governo de Sergipe entrou com a contrapartida de R$ 720 mil. Estes recursos estão sendo empregados na perfuração de novos poços com toda estrutura de armazenamento e distribuição água, atendendo comunidades rurais em todo Estado. Serão 40, na primeira fase do Programa, que termina em agosto e vão fornecer 280 mil litros de água por dia a 1.600 famílias.

Cohidro e irrigantes limpam 6 km de canais de irrigação em Canindé

Mutirão envolvendo funcionários e agricultores irrigantes mobilizou o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A ação conjunta tinha como objetivo a limpeza de seis quilômetros de canais secundários de escoamento e de uso comum a todos produtores, pois levam a água para as subestações de pressurização.

Esses canais secundários, depois de abastecidos pelo canal principal (C-01), fazem o escoamento até as estações de bombeamento (EBs) 05, 06 e 07, que redistribuem a água para irrigação através dos outros canais terciários. Visando uma melhor qualidade da água que vai chegar aos lotes e também prevenindo entupimentos e quebra das bombas, o mutirão contou com a atuação de quadro funcional do Perímetro da Cohidro e de 25 agricultores irrigantes, que em 4 dias de trabalho concluíram toda a extensão dos quatro canais.

Proinveste

Segundo o gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro Bezerra, paralelo a esta ação local de agricultores e servidores, obras que estão sendo realizadas – com recursos do Proinveste – em todo Perímetro e vão recuperar a estrutura de canais, além das EBs, adquirindo bombas e peças de reposição dos equipamentos. Para ele, o comprometimento do Governo do Estado, Cohidro, servidores e agricultores estão transformando, para melhor, a estrutura deste Pólo de Irrigação em Canindé.

“Estamos fazendo nossa parte nesse empenho de reformar o Perímetro. Já que pudemos contar com este envolvimento do Governo do Estado, em garantir o repasse de verba do Proinveste para o Califórnia, nada mais justo do que contribuirmos – nós servidores da Cohidro e estes agricultores que se propuseram a ajudar de forma voluntária – melhorando o estado de conservação dos canais e até facilitando o trabalho das empresas que ganharam a licitação dos serviços”, comenta Edmilson.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, agradece o envolvimento de servidores e irrigantes, enaltecendo o papel transformador que está sendo feito pelo Proinveste no Perímetro Califórnia. “Lá serão investidos R$ 4 milhões, da parcela de R$ 11 milhões repassadas à nossa Companhia através do empréstimo que o Governo de Sergipe fez junto a União. Tudo pensando no período de mais de duas décadas que esta unidade da Empresa não vê um investimento sólido em melhorias estruturais. Isso agora se efetiva graças ao empenho de todos nossos funcionários, sejam aqueles que fizeram o projeto propondo este investimento, ou então destes que estão colaborando com esta transformação do Califórnia”, considerou.

O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, reforça a carência que o Perímetro tinha por estas reformas estruturais e lista a ações que já começaram a ser feitas no Califórnia. “A obra mais aguardada é a que vai recuperar e cobrir o canal de irrigação C-01. Ele é o canal principal do Perímetro e como passa dentro da cidade, precisa ser protegido do uso irregular pela população e da poluição urbana. Serão recuperadas sete EBs, o canal N1 e construção de pontilhão de concreto no canal CT02. Ainda é previsto, pelo Proinveste, a reforma da infraestrutura de apoio administrativo da Cohidro, incluindo o escritório, garagem, oficina e almoxarifado em Canindé”, classificou, salientando também a importância dessa parceria com os agricultores para limpeza dos canais.

Irrigante da Cohidro cultiva repolho de alta produtividade em Lagarto

Vegetal que exige água constante, o repolho do tipo “Midori” tem chamado a atenção pelo fato do tamanho, podendo desenvolver “cabeças” de até 4 kg. Isso acontece no Perímetro Irrigado Piauí, assistido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município de Lagarto. O irrigante Nemilson Araújo Santos é o único a apostar nessa variedade, ele que é um dos quatro produtores que cultivam a hortaliça no pólo de irrigação.

Plantado há 75 dias, o repolho que Nemilson cultiva em parceria com o irmão, já dá sinais de boa produtividade. Faltando ainda 15 dias para chegar ao ponto propício à colheita, já desenvolveu cabeças com média de 2 kg. “batendo nesta cabeça se observa que ela ainda é fofa, isso dá o sinal de que ainda vai crescer mais. Só quando estiver dura é que chega ao tamanho máximo que pode crescer”, comentou o agricultor ao examinar os pés plantados ainda em desenvolvimento.

Localizado no Povoado Limoeiro, uma das localidades atendidas pela irrigação do Perímetro Piauí em Lagarto, a propriedade de Nemilson tem cerca de 2 hectares, destes, 0,6 hectares (2 tarefas) são destinados ao cultivo da variedade “Midori”. “A escolha da variedade deve-se pelo tamanho da cabeça, que tem boa aceitação, embora o preço seja baixo,R$ 1,00 pela cabeça, independente do tamanho. Como se trata de uma nova variedade, plantada no terreno pela primeira vez, observou-se que o espaçamento que demos entre as plantas poderia ser maior, o que prejudicou o crescimento, ficando evidente que os repolhos nas pontas das linhas são maiores.Mesmo assim, no geral, a planta está se desenvolvendo bem”, considerou,lembrando ainda que o repolho exige a incidência do sol em toda planta.

Irrigação

O repolho exige a oferta de muita água para seu desenvolvimento, fato que torna indispensável o uso da irrigação fornecida pela Cohidro. “Tenho que ligar a irrigação todo dia que não chover, a planta pede muita água. Sem ter a irrigação nem teria como plantar”, complementa o irrigante Nemilson Araújo, que primeiro planta a semente – comprada em lojas agropecuárias – em viveiros e depois transplanta as mudas para a lavoura quando atingem os cerca de 15 centímetros de altura.

Técnico agrícola da Cohidro responsável pela área do Povoado Limoeiro, José Américo relata que além de Nemilson, outros três irrigantes do Perímetro Piauí apostam na produção de repolho, mas da variedade “Suki”. Ele explica que na plantação convencional, a planta é bastante vulnerável ao ataque de pragas, o que exige a aplicação controlada de defensivos.

“É recomendada a aplicação quinzenal – sendo que a última seja feita 15 dias antes da colheita – de inseticida que combata a borboleta da ‘lagarta de rosca’. O repolho tem a vantagem de ter as folhas externas – que não são aproveitadas na colheita, mas servem de adubo para a próxima cultura a ser plantada na área – que de certa forma protegem o ‘miolo’ da ação do agrotóxico aplicado, não havendo contato direto do agrotóxico com a parte que comemos”, explicou o técnico, reconhecendo que somente fazendo toda adequação da propriedade, para os métodos agroecológicos, seja possível produzir repolho sem o uso de defensivos químicos.

Versatilidade

O produtor Nemilson Araújo, depois de colher o repolho, vai introduzir na mesma área a cultura da pimenta jalapeño, a qual já planta em lavoura vizinha ao mesmo tempo.Essa versatilidade, conquistada pelo agricultor,só veio depois de chegar a irrigação ao seu sítio, ressalta a gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira. “Se num mesmo pólo agrícola, como o que a Cohidro administra aqui em Lagarto, for possível produzir repolho, tomate, quiabo, pimenta de variados tipos, inhame, milho, etc., em períodos distribuídos do ano, maior será a oferta que teremos de produtos para abastecer o mercado e mais ganho terá o produtor”, completa.

Da mesma forma pensa Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, que ficou satisfeito com o resultado conquistado pelo produtor, considerando que a variabilidade de processos e culturas, torna o setor agrícola mais dinâmico e preparado ao mercado.“Em nossos perímetros, o agricultor é irrigante e não fica parado esperando cair à chuva.Ele tem acesso à irrigação para produzir alimentos variados e tirar o sustento da família o ano inteiro, seja aquele que pratica a agricultura convencional ou orgânica”, avalia.

A planta, segundo o diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto,se favorece das questões climáticas encontradas no Nordeste quando é cultivada tendo acesso constante à água, como acontece no Perímetro Piauí. “Nosso clima onde temos luminosidade e altas temperaturas quase o ano inteiro,favorece na introdução de diferentes cultivos. O repolho é uma delas,que com a água fornecida pela irrigação, cria-se as condições ideais para seu cultivo”,finalizou.

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:10.